domingo, 25 de setembro de 2016

Nelson Rodrigues, você é ou não é reacionário? (4 de junho de 1969)

Entrevista com Nelson Rodrigues, em VEJA de 4 de junho de 1969



As páginas amarelas surgiram em junho de 1969, menos de um ano após o nascimento de VEJA, e tomaram forma próxima da atual ao longo de 1970. 

O primeiro entrevistado da seção, pela qual já passaram os maiores nomes da política, economia, ciência, arte e espetáculos, foi o dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues. À época com 56 anos, o autor de Vestido de Noiva, Álbum de Família e Anjo Negro era apresentado como “o mais amado, o mais odiado e o mais discutido comentarista político do Brasil”. Na conversa, Nelson critica: a esquerda, o jovem, o carnaval, o cinema, o Maracanã (que leva o nome de seu irmão, Mário Filho), São Paulo, Piauí, o arcebispo Dom Hélder Câmara, o intelectual católico Alceu Amoroso Lima… E explica sua aversão ao biquíni: “O biquíni é a degradação da nudez. A nudez, para que tenha um valor plástico, para que tenha um interesse visual, na pior das hipóteses, exige o desejo. Mas eu vou além: a nudez exige o amor. Portanto, a nudez sem o desejo e, pior ainda, a nudez sem o amor é o que há de mais feio”. 

Confira trecho da entrevista:



Quem é você, Nelson Rodrigues? 
Eu sou um pierrô, sou um romântico. Mas o romântico piegas. Não o romântico de grande estilo, não o wagneriano. E aí me veio essa vergonha de ser romântico e uma certa tendência para negar essa emotividade fácil e vagamente burlesca.

Dizem que você é obsessivo… 
Eu sou uma flor de obsessão.

Você é reacionário, Nelson Rodrigues? 
Na televisão, sempre que me lembro, eu digo que sou reacionário, só pra chatear.

Mas você é ou não é reacionário? 
Se a Rússia – onde não existe o direito de greve, onde uma vez o Stálin, de uma só cajadada, matou 12 milhões de camponeses de fome punitiva, onde toda a experiência socialista tem 100 milhões de mortos a pauladas –, se a Rússia se considera libertária, se acha que está trabalhando para o futuro, que é o futuro, então, nesse caso, eu sou reacionário, sou o passado, sou a Idade Média. E prefiro ser a Idade Média, pois a Rússia é a pré-Idade Média. E, então, assim mesmo, estou na frente da Rússia.

Como é que sua coluna passou a ser política? 
Passei à ação política simplesmente porque deixei de ser covarde. Sou um ex-covarde.

Mas, na política, o que você é exatamente? 
Eu sou um anticomunista que se declara anticomunista. Geralmente, o anticomunista diz que não é. Mas eu sou e o confesso.

Por quê? 
Porque a experiência comunista inventou a antipessoa, ou o anti-homem. Conhecíamos o canalha, o mentiroso, o vampiro de Düsseldorf. Mas, todos os pulhas de todos os tempos e de todos os idiomas, ainda assim, homens. O comunismo, porém, inventou alguém que não é homem. Para o comunista, o que nós chamamos de dignidade é um preconceito burguês. Para o comunista, o pequeno burguês é um idiota absoluto justamente porque tem escrúpulos.

Sua fúria anticomunista não é hidrófoba? 
Não, o comunismo é que é hidrófobo. Minha fúria é a de um homem que ama a liberdade. Eu sou um homem que põe a liberdade acima do pão.



Fonte - http://veja.abril.com.br/blog/reveja/quem-e-voce-nelson-rodrigues/

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A árvore genealógica dos partidos políticos do Brasil







Quem nunca teve a curiosidade de desenhar a árvore genealógica de sua família? Ainda mais sendo oriundo de uma família de imigrantes (alemã, italiana, etc). Aquela ‘pontinha’ de curiosidade, que ajuda a pensar “de onde venho e para onde vou”? Pois nestes últimos dias, resolvi me debruçar sobre a história dos partidos políticos brasileiros e fazer o mesmo. Como não sou historiador, nem cientista político, o desenho pode apresentar falhas. No entanto, ajudou-me a organizar as ideias e reconhecer melhor em qual terreno e contexto se inserem alguns partidos atuais. Na dúvida, veja o quadro acima.
– Brasil Império e República Velha
Para começo de conversa, durante o Brasil Império (1822-1889), dois partidos “de direita”, que defendiam a manutenção da escravatura, bipolarizaram o poder: Partido Liberal e Partido Conservador. O cenário só começou a mudar com a aparição dos Partidos Republicanos. Não existia uma união nacional nesta época, com os quadros sendo formados dentro dos Estados (o Partido Republicano Paulista, o Mineiro, e o Riograndense, de Júlio de Castilhos, por exemplo). Estes dominaram o palco principalmente a partir da Proclamação da República e estabelecendo a política do ‘café com leite‘, com paulistas e mineiros se revezando no poder. É preciso compreender que neste período não havia o sufrágio universal. Ou seja, mulheres e pobres não iam às urnas. Portanto, as referências políticas eram pessoas da elite social.
– Era Vargas
Oriundo do PRR (Partido Republicano Riograndense), o gaúcho Getúlio Vargas chegou à presidência em 1930 graças a um golpe de Estado que interrompeu o revezamento de paulistas e mineiros. Quatro anos depois, promulgou uma nova Constituição, impondo entre outras coisas o voto secreto, o voto às mulheres e direitos trabalhistas. Com a implantação do Estado Novo (nada mais do que uma ditadura populista), viu as oposições se radicalizarem entre extrema-direita e extrema-esquerda: Ação Integralista Brasileira (AIB), que defendia um governo fascista; e Aliança Nacional Libertadora (ANL), formada por integrantes do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Aliás, este último, conhecido como ‘Partidão’, foi o primeiro viés de esquerda na política nacional, fundado ainda em 1922, acabou sendo tornado ilegal por muitos dos governos que assumiram o país. Apesar de fortes revoluções organizadas por essas duas frentes, Vargas manteve-se na presidência até 1945. Voltaria eleito cinco anos depois, mas antes ainda foi o avalizador de dois partidos que seriam fundados: PSD (Partido Social Democrático) e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) – pelo qual se filiou. No espectro oposto, surgiria a UDN (União Democrática Nacional), uma herdeira dos Partidos Conservador e Liberal. Seria a principal oposição ao governo getulista até seu suicídio em 1954.
– Ditadura Militar
Com o golpe militar de 1964, apoiado inicialmente pela UDN para derrubar o governo trabalhista de João Goulart (‘filho político’ de Getúlio), todos os partidos – da esquerda à direita – entraram na ilegalidade. Do PCdoB (Partido Comunista do Brasil, herdeiro do PCB), passando pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro, encontro de ideologias entre PCB e PTB), PDC (Partido Democrata Cristão) e alcançando até a própria UDN. Permitia-se apenas a adesão a duas vertentes: MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e ARENA (Aliança Renovadora Nacional). Era como se, de uma hora para outra, a política nacional voltasse ao período do Brasil Império, onde vigoravam apenas os liberais e conservadores. Os quadros da centro-esquerda foram forçados ao exílio (como o petebista Leonel Brizola), enquanto os da extrema-esquerda assumiram a ilegalidade para criar grupos armados – ALN (Aliança Libertadora Nacional), MR8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro), VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), entre outros.
– Reabertura política
Diante das manifestações populares pelo fim dos governos militares, foram surgindo novos partidos. Com o DNA getulista, Brizola fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Este ainda recebeu alguns componentes dos grupos revolucionários, enquanto a maioria acabou migrando para o recém fundado Partido dos Trabalhadores (PT), encontrando-se com líderes de movimentos sindicais. Com o desprestígio da ARENA, surgiu o PDS (Partido Democrático Social), que passaria a abrigar aqueles políticos que governaram sob o guarda-chuva militar, como José Sarney. O MDB, por sua vez, foi quem surfou a onda da abertura política, sendo a cara da recente democracia brasileira. Velhos partidos, como PCdoB, PSB e PTB também foram reativados, mas já desvirtuados das ideologias que os havia fundado.
– Coligações e fisiologismo
A partir da década de 90, os partidos foram se multiplicando. Da direita, saíram do PDS o PFL (Partido da Frente Liberal, hoje DEM), PPB (Partido Progressista Brasileiro, hoje apenas PP) e PRN (Partido da Reconstrução Nacional, hoje PTC) – que elegeria Fernando Collor nas primeiras eleições diretas. Do gigantesco PMDB, surgiria principalmente o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). Do PT, acabariam migrando vertentes radicais de esquerda, como PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), PCO (Partido da Causa Operária) e mais recentemente PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). O impeachment de Collor em 1992, no entanto, influenciaria ainda mais o fisiologismo na vida democrática brasileira. A troca constante de partidos – como do então vice-presidente Itamar Franco, que chegaria ao seu 5º partido ao assumir a presidência (PTB, MDB, PL, PRN e PMDB) – denunciava a falta de fidelidade a uma raiz ideológica. Além disso, o sistema presidencialista de coalizão insuflou as coligações antes inimagináveis. O ‘tucano’ Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, ex-MDB, coligou com o PFL (dissidência do PDS e ARENA) para vencer as eleições de 1994 e 1998. Já o petista Lula uniu-se com o PL para fazer o mesmo em 2002 e 2006. Quando que os liberais do Brasil Império imaginariam que seus herdeiros políticos um dia uniriam forças com trabalhadores de movimentos sindicais? Da fusão dessa coligação improvável, por exemplo, saiu o atual SD (Solidariedade), que tem como presidente o deputado Paulinho da Força Sindical – um ex-petista, que se tornou uma das principais bases de apoio ao recente impeachment de Dilma Rousseff. Outra obra do fisiologismo é o recém criado Rede Sustentabilidade, capaz de abrigar a fundadora Marina Silva, ex-PT e PV (Partido Verde); Randolfe Rodrigues, ex-PSOL; Miro Teixeira, ex-PP, PDT e PROS (Partido Republicano da Ordem Social); e João Derly, ex-PCdoB. Isso sem falar no PSC (Partido Social Cristão), herdeiro do antigo PDC extinto pela ditadura militar, mas que já lançou a pré-candidatura de Jair Bolsonaro, um entusiasta do regime militar. Mas talvez o ‘filho mais bastardo’ da política brasileira seja o PR (Partido da República), nascido da fusão entre PL e PRONA (Partido da Reedificação da Ordem Nacional) – pensado e criado pelo ultranacionalista Enéas Carneiro, primo distante do integralista Plínio Salgado. Mesmo assim, não exitou em coligar com o PT nas eleições de Dilma. Sendo assim, à esta altura, onde ninguém mais sabe quem é o inimigo ou amigo na trincheira, urge uma reforma na política brasileira. Ou sigam degustando essa sopa de letrinhas promíscuas e indigestas.









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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

11 erros fatais que fariam Dilma ser demitida de qualquer empresa séria no mundo - por Marc Tawil

Marc Tawil é Sócio-diretor na Tawil Comunicação
27 de ago de 2016


Dilma Rousseff sobreviveria ao mercado corporativo apenas sendo... Dilma Rousseff? A resposta é: jamais




Demitir um CEO parece improvável, mas acontece com mais frequência do que supõe nossa vã filosofia de rede social. CEOs ou presidentes, o topo da cadeia – ou da cadeira – sofrem, sim, sanções pesadas por terem a língua solta demais, serem arrogantes demais, tranquilos demais ou até ousados demais.

Neste milênio mesmo, vieram à tona casos bizarros de demissão, como a do CEO histórico do Yahoo!, Scott Thompson, acusado de maquiar o próprio currículo com uma faculdade de Ciências da Computação quando, na verdade, só tinha um curso de contabilidade.

O desligamento de Andrew Mason, fundador e CEO do Groupon, foi ainda mais estranho: saiu por excesso de otimismo – ele acreditava tanto na plataforma do Groupon, que ignorava a queda do número de cupons vendidos.

Já a demissão do CEO da HP, Mark Hurd, teve ares cinematográficos: Jodie Fisher, ex-atriz de filmes eróticos nos anos 1990, foi o pivô de um escândalo de assédio sexual e falsificação de relatórios de despesas por parte dele.

Estar no topo da cadeia não é fácil e isso só explica os altos salários e benefícios compatíveis com tantas responsabilidades. Cabe ao presidente, líder ou CEO colocar todos acomodados confortavelmente em seus assentos e pilotar esse Boeing sem solavancos e acima de nuvens e tempestades.

E se?


Governo não é empresa e o Brasil não é a Coca-Cola, Ambev ou Johnson & Johnson. Mesmo assim, muitos governantes valem-se de sua “experiência de mercado” na hora de se candidatar a esse ou aquele cargo.

E se o exercício fosse o contrário? Se o governante se candidatasse ao cargo de CEO de uma grande empresa, seus skills e estilo de liderança fariam a diferença? E se esse governante em questão fosse Dilma Rousseff, presidente cujo destino político será traçado nessa semana pelo Senado federal?

Sobreviveria ela ao mercado corporativo apenas sendo... ela mesma?

A resposta é não. A presidente da República, eleita em 2010 e reeleita em 2014, peca em 11 posturas essenciais que, juntas ou em separado, jamais seriam toleradas em nenhuma organização séria do Brasil ou do mundo. A elas:

1. Não delegar

Marca dos dois governos Dilma Rousseff, a centralização de poder não apenas afastou a presidente de ministros e aliados, como a isolou em momentos-chave de sua caminhada no Palácio do Planalto, fosse em votações importantes no Congresso, nas disputas com a oposição e, na reta final de seu segundo mandato, durante os pedidos de apoio dentro e fora do PT.

2. Não dialogar

Dilma sempre deixou claro sua abordagem top-down, isto é, de cima para baixo, no pior estilo “eu mando, vocês obedecem”. Um estilo de liderança ultrapassado, isolacionista e comprovadamente ineficaz. Além disso, vai de encontro ao ideal de diálogo democrático pregado por ela. A presidente ignorou parlamentares pró e contra o governo e todos aqueles se se mostravam contra sua gestão. Chegou ao cúmulo de isolar (com grades) os opositores em comícios e contar com barulhentas claques para seus discursos e inaugurações.

3. Não admitir erros

Demorou alguns anos para ver a presidente reconhecer alguma falha em seus fraquíssimos governos. Quando o fez, e dá para contar esses episódios nos dedos de uma mão, as lambanças creditadas à “contabilidade criativa” e dezenas de benesses a correligionários nunca vieram acompanhadas de um pedido sincero de desculpas. Nenhum ao menos que convencesse a população. Será lembrada por não saber ganhar sem tripudiar nem saber perder.

4. Descumprir promessas públicas

Apenas para citar duas delas: a volta da CPMF e o aumento descontrolado da tarifa de energia elétrica. Menos de um ano depois de ser reeleita, Dilma acenou com a volta de um imposto detestado pelos brasileiros. E até com possíveis outros impostos – algo amplamente combatido por ela em seus discursos pró-reeleição de 2013 e 2014. A decepção generalizada também ficou evidente durante o aumento vertiginoso da conta de luz – que baixou meses antes, pré-eleição – para depois ressurgir cara como nunca.

5. Expor-se voluntariamente ao ridículo

Por que seguir roteiros? Para quê ouvir assessores? São tantos os exemplos de discursos disconexos, respostas atravessadas a jornalistas, fotos sem contexto e outros comportamentos bizarros, que não caberiam nesse texto. Mas fiquemos com uma frase, apenas: “Temos a mandioca e aqui nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.

6. Faltar com transparência

Controladora, centralizadora e pouco afeita a ser contrariada, Dilma sempre alegou que a incompetência administrativa, corrupção e a formação e organização criminosa em tantos setores ocorreram sob seu nariz sem que ela jamais se desse conta. Quando identificou, bilhões e bilhões de reais desviados depois, perseguiu os envolvidos – ou quase isso. Pergunta: teria sido Dilma, a primeira presidente mulher do Brasil, mãe do PAC, brava lutadora contra a ditadura, enganada por tantos e por tanto tempo? Para refletir.

7. Faltar com ética

Dilma é produto de Lula e, apesar do discurso contrário, ela nunca negou nem escondeu isso. Reuniões secretas e, com o tempo, escancaradas, foram realizadas para salvaguardar o pouco crédito que ainda restava à presidente no primeiro e segundo mandatos. Quando, a pedido do juiz paranaense Sergio Moro, Lula foi levado para depor coercitivamente, em março, após suspeita de envolvimento em crimes da Operação Lava Jato, Dilma não só foi a São Bernardo prestar solidariedade (??), como ainda o reconduziu à Casa Civil. A manobra quase circense, negada pela Justiça, custou caro aos dois.

8. Tomar decisões equivocadas em série

A condução equivocada da política econômica brasileira já havia sido evidenciada no primeiro mandato pelo empresariado – uma classe que, incrivelmente, não era considerada por Dilma. E mesmo com as portas fechadas para o comércio exterior, a perda de graus de investimento sucessivas, a indústria nacional ruindo e todas as tendências econômicas em queda, Dilma preferiu seguir culpando, literalmente, o mundo. Quando acordou para a realidade, sem apoio algum, era tarde.

9.  Comunicar-se mal e menosprezar as vozes contrárias

Dilma será lembrada como uma oradora ruim. Mais ainda: uma oradora ruim e prepotente. Desprezava opositores, em vez de combate-los com argumentos, e rebatia críticas com ironias e frases grosseiras. Também foram necessárias algumas manifestações, black blocs e panelaços para que ela se posicionasse ante a voz das ruas. No início, a presidente simplesmente ignorou os protestos. Em junho de 2013, ainda em seu primeiro mandato, limitou-se a enviar ministros como mensageiros para acalmar os ânimos e a imprensa, em vez de assumir aquilo para que foi eleita: as rédeas da nação. A Dilma forte, que pegou em armas para encarar os militares na ditadura, estava acuada, para decepção inclusive dos eleitores dela. Postura semelhante aos últimos meses, quando elegeu o advogado José Eduardo Martins Cardozo como sua segunda voz.

10. Atacar os inimigos certos de forma errada

A última briga de Dilma foi também aquela que sepultou o seu mandato. A pá de cal foi justamente contra uma das biografias mais sujas da política nacional: Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sem apoio dos congressistas, traquejo político e estratégias acertadas, Dilma, ao se posicionar contra a candidatura de Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados, em fevereiro do ano passado, assumiu um embate mortal, afinal, o nefasto Cunha era estratégico no encaminhamento das pautas do governo federal no Congresso. O peemedebista anunciou o rompimento com o governo, contaminou a base, aliou-se ao vice Michel Temer – velha raposa do Congresso, um verdadeiro animal político – e, como acompanhamos, o resto é história viva – gostemos ou não.

11. Mentir

Não foi apenas a contabilidade destrutiva e as fraudes fiscais que pairam sobre a figura da presidente. Basta dar um rasante pela imprensa para verificar que as acusações contra ela, baseadas em fatos e datas, estão na boca de jornalistas, delatores e até, pasme, do mentor maior Luiz Inácio Lula da Silva.


A herança dos anos Dilma, em números


Quando Dilma Rousseff tomou posse, em janeiro de 2011, o Brasil crescia 7,5%, a maior taxa desde 1986.

Passados cinco anos, o País amarga queda de 3,8% no PIB, contas públicas deterioradas, desemprego em 8,5% (já são 11,5 milhões de desocupados) e uma inflação de dois dígitos, que penaliza os mais pobres.

O governo caminha oficialmente para fechar 2016 com o terceiro rombo anual seguido em suas contas e um deficit primário recorde, de R$ 170,5 bilhões.

As expectativas indicam que, no final deste ano, a economia terá encolhido quase 8% desde 2014. A última vez que isso aconteceu foi em 1931, em meio à Grande Depressão. A dívida pública pode chegar a 80% do PIB em 2018.

E você, contrataria Dilma Rousseff para comandar a sua empresa?






Fonte - https://www.linkedin.com/pulse/10-erros-fatais-que-fariam-dilma-ser-demitida-de-qualquer-marc-tawil


PS: OS COMENTÁRIOS OFENSIVOS, SEJA CONTRA QUEM FOR, INCLUSIVE O AUTOR DO TEXTO, SOMENTE SERÃO PUBLICADOS NO CASO DE IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR DO COMENTÁRIO.

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