quarta-feira, 14 de março de 2018

Progresso da Opinião Pública, de Karl Popper

Progresso da Opinião Pública

Num dos seus livros, Karl Popper explicou o conceito de “progresso da opinião pública”: quando as elites (a ruling class) pretendem introduzir uma lei injusta e até absurda, conseguem passar essa legislação apostando no “progresso da opinião pública” através da sonegação de informação (sub-informação), da propaganda carregada de emoção (pseudo-informação), e através da injecção de doses massivas de informação que causem uma dissonância cognitiva generalizada na população, dando origem a uma espiral do silêncio.

Editado por (OBraga)






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Espontaneidade fabricada (Dissonância Cognitiva) por Fabio Blanco

Espontaneidade fabricada


14 de março de 2013 
Obviamente, o indivíduo ordinário, normalmente alheio às questões desse nível, sequer faz ideia de que seus gostos e escolhas podem não ser tão livres quanto ele imagina. É provável que seja mesmo completamente dirigido e sequer desconfie que isso aconteça.
Se observarmos, por exemplo, a mudança de opinião que vem ocorrendo na sociedade, em relação a comportamentos que antes eram tidos universalmente como reprováveis, como é o caso do homossexualismo, do divórcio, do aborto etc., é difícil acreditar que tais mudanças aconteceram espontaneamente, e não como reações provocadas por um meticuloso trabalho de engenharia social.
Ilustrativamente, o exemplo dos estudos de Leon Festinger mostram uma das formas possíveis dessa manipulação. Em suas experiências, o professor concluiu que uma pessoa, ao fazer uma escolha, se expõe aos elementos cognitivos contrários a essa escolha, os quais, dependendo de sua relevância, podem causar maior ou menor pressão psicológica, o que ele denomina dissonância cognitiva, e reclamam invariavelmente por alívio. Para diminuir essa pressão, o indivíduo buscará elementos cognitivos apropriados que corroborem sua opção e, assim, diminuindo a força dos dados contrários, diminua consequentemente a dissonância.
Compreendendo o resultado desses estudos e observando o comportamento da sociedade, considerando, também, a constância da propaganda em favor das bandeiras libertinas, a qual todas as pessoas têm sido expostas há vários anos, não é difícil imaginar a intensidade da dissonância provocada, já que a convicção original da imoralidade dessas condutas situa-se exatamente na posição contrária do que é divulgado ininterruptamente pelos meios de comunicação em massa. A opção por uma posição moralmente conservadora é confrontada, ininterruptamente, com a ideia de que essa posição é errada, passível inclusive de reprimenda. Um cidadão comum, moralmente conservador, sofre todo o tempo, em nossa sociedade contemporânea, a pressão de ter sua posição contestada e reprovada por uma falsa opinião pública fabricada nas salas dos engenheiros sociais.
O sr. Festinger, porém, foi além em suas experiências e ainda detectou algo mais interessante. Quando alguém é exposto, por meio de ameaças ou promessas, à imperiosidade de publicamente acatar uma ideia, o que ele chama de condescendência forçada, mantendo, no entanto, uma opinião privada que seja conflitante com a declaração pública, isso gera invariavelmente também uma dissonância, que, obviamente, reclama por solução. Ocorre que, concluiu o pesquisador – e aqui está o dado surpreendente -, forçar um indivíduo a argumentar abertamente em favor de uma opinião contribuirá, muitas vezes, não para que a dissonância se torne mais forte, mas para que haja uma mudança da opinião privada em favor dessa mesma opinião pública, como forma de aliviar a pressão existente.
Assim, não é difícil entender a manipulação que está sendo empreendida na sociedade contemporânea. Obrigando a pessoa que originalmente defendia uma posição conservadora em relação aos temas morais, por meio de ameaças, como o de receber o estigma de intolerante, “homofóbico”, retrógrado e até criminoso, a publicamente acatar a ideia da normalidade e até dignidade de tais condutas, a engenharia social aplicada impõe sobre ela uma pressão psicológica que clama por alívio. Porém, ao impeli-la a agir constantemente em favor dessa condescendência forçada, a solução encontrada pela pessoa, muitas vezes, não será o conflito aberto contra aquilo que está contra suas convicções íntimas, mas, pelo contrário, como a experiência descrita demonstrou, sua adesão àquilo que lhe era contrário. Forçá-la a não criticar condutas tidas por ela como reprováveis, fazendo com que seja obrigada a, quando instada a falar sobre os tema, sempre ter que fazer ressalvas que diminuem a crítica, quando não invertem-na para um elogio, como vimos, pode conduzi-la a acatar exatamente a ideia que antes criticava.
Por isso, quando observamos a sociedade aderindo, em massa, à aprovação de todo o tipo de conduta que antes era tida simplesmente por imoral e reprovável, sabemos que isso não se dá porque essa mesma sociedade, por meio da reflexão, do debate e da razão chegou a essa conclusão, mas, unicamente, porque foi conduzida, como um gado pelo pasto, pelos peões comprometidos com a criação de uma sociedade segundo suas próprias dementes utopias.

Fabio Blanco
 é advogado e teólogo.


Fonte - http://midiasemmascara.org/arquivos/espontaneidade-fabricada/

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Dissonância cognitiva, por Orlando Braga

Dissonância cognitiva

Termo cunhado pelo psicólogo americano Leon Festinger em 1956 no seu livro “When Prophecy Fails”.
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A teoria da dissonância cognitiva defende a ideia segundo a qual 1) as pessoas são geralmente auto-motivadas no sentido de reduzir a dissonância ideológica (incoerência de ideias) mediante a alteração das suas percepções e cognições, ao mesmo tempo que criam outras cognições para cimentar o seu sistema de crenças – ou, 2) em alternativa, reduzindo a importância que se dá aos elementos ideológicos dissonantes e incoerentes que podem perturbar o seu sistema de crenças.
Quando as pessoas pretendem que as suas expectativas se tornem reais, exigem que a realidade se adeqúe àquilo que elas pensam que deveria ser, no sentido de encontrarem um senso de equilíbrio. Mas quando a realidade não se adequa àquilo que essas pessoas pensam que deveria ser, então elas entram em dissonância cognitiva e numa sensação de desconforto e de mal-estar. Para obviar a esta situação, essas pessoas tentarão sempre evitar situações ou fontes de informação que dêem azo a sentimentos de desconforto e, por isso, de dissonância cognitiva.
Por exemplo, é possível que alguém que é contra as touradas não passe sem comer carne de bovino. Para "remendar" essa incoerência (dissonância cognitiva) que a incomoda, essa pessoa pura e simplesmente desvaloriza a morte dos animais nos matadouros, dizendo por exemplo que “é uma morte rápida”. Por outro lado, possivelmente essa pessoa poderá ser contra as touradas e a favor do aborto livre: e para remendar a contradição (dissonância cognitiva) que consiste em defender a vida de um animal e não assumir a mesma posição em relação à vida humana, essa pessoa dirá que “a vida humana só começa a partir de um determinado tempo – por exemplo, 12 semanas – de gestação intra-uterina”. Tentando desvalorizar os dados provenientes da realidade, essa pessoa transforma a realidade em si mesma naquilo que ela quer que esta seja.
dissonância cognitiva funciona segundo o processo de “redução da dissonância”, por três vias: a primeira, consiste em reduzir a importância dos factos que contradizem as suas expectativas acerca da realidade; a segunda consiste em adicionar elementos de consonância (por exemplo, dizendo que “a vida humana só começa às 12 semanas”: trata-se aqui de um elemento de consonância ou de adequação da realidade com a crença da pessoa); a terceira consiste em mudar a substância dos factores de dissonância (por exemplo, separando os factos da morte do touro na arena, por um lado, da morte do animal no matadouro, por outro lado).

Em política, a dissonância cognitiva manifesta-se quando uma determinada autoridade de direito, reconhecida como tal pelo povo, se comporta de forma irracional, fazendo com que o cidadão tente conciliar mentalmente essa autoridade de direito, por um lado, com a irracionalidade que se lhe reconhece no seu comportamento, por outro lado.1
Face à contradição da autoridade de direito, o cidadão tem dois caminhos: ou baixa os braços e desinteressa-se da política, aceitando toda a prepotência do Poder da autoridade e sem protestar ("1984", George Orwell); ou constrói uma mundividência que tente conciliar o contraditório implícito na acção da autoridade mediante a obliteração da lógica e/ou através do branqueamento do discurso político, por forma a que a contradição da autoridade seja relegada para um plano invisível [ideologia e/ou o conceito de “pensamento duplo” de Orwell].

Editado por (OBraga)


Fonte - http://sofos.wikidot.com/dissonancia-cognitiva

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O anúncio de Olavo Bilac

O anúncio de Olavo Bilac Autoria desconhecida Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade rural, um ...