segunda-feira, 28 de março de 2011

Lições da democracia

... do Oriente Médio para as organizações.

Problemas para se conseguir governar:

1 - Um grupo ou uma nação descobre que com a democracia deixa de ser independente e passa a ser cliente de apoios externos;

2 - Não se conseguem governar devido a divisão de forças internas;

3 - Os novos governantes democráticos acabam descobrindo que só conseguiriam chegar a algum lugar se usarem os métodos dos ditadores.

domingo, 27 de março de 2011

6a pedalada de Pituaçu


Este nosso passeio no Parque de Pituaçu (27 mar 2010) foi muito legal, como sempre. Estamos na sexta semana (paramos para o Carnaval) e muito motivados.
O clima hoje estava agradável mesmo preferindo que chovesse, ja que faz muito tempo que não tomo um banho de chuva. Pelo menos esta foi uma opinião compartilhada com Rosangela que chegou antes de todos nós lá no Parque.
Enquanto esperavamos o restante das dorminhocas, coversamos muitas coisas inclusive bobagens para passar o tempo e demos boas risadas.
Lembrei de um dizer da minha terra...

"-Menino, tu gosta de jogar bola
?
- Eu gosto.
- Menino, tu gosta de mulé
?
- Eu gosto.
- E de farinha
?
- Vixe minha Nossa Senhora, dimais."

Não choveu, mas ficou nublado o tempo inteiro. A notar pelas poças d'agua do percurso, choveu bastante na noite anterior. Vimos também muitos galhos de arvores quebrados pelo caminho.

Link da 7a pedalada de Pituaçu
Link da 5a pedalada de Pituaçu



Depois deste percurso quase precisamos chamar a SAMU. Não vou dizer quem foi que precisou, mas no final tudo deu certo. Nada como uma paradinha para respirar, beber uma água, e encher o pulmão com ar puro e comer uma banana da prata.

Limpando a mão de banana, né?
Esta se revelou um ótimo aditivo para atletas
(?) como nós (de fim de semana).



Ao final do passeio tem uma seção de fotos e as resenhas. Muito bom.


As meninas foram para o show de Zelito Miranda.

Tchau, nos vemos no próximo domingo...




sábado, 26 de março de 2011

A conquista através das músicas de época

Autor: Desconhecido

Uma análise da evolução da relação de conquista e do amor do homem para a mulher (na época que isso era normal) através das músicas que marcaram época.

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Década de 30:
Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:

"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor,
de mais ativo olor, na vida é a preferida pelo beija-flor..."

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Década de 40:
Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira,escreve para Rádio Nacional e, manda oferecer a ela uma linda música:

"A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar. Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"

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Década de 50:
Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:

"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema.
É a coisa mais linda que eu já vi passar."

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Década de 60:
Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço,
ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:

"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem
mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você...."

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Década de 70:
Ele chega em seu fusca, com roda tala larga, sacode o cabelão,
abre porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:

"Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar....
Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar...."

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Década de 80:
Ele telefona pra ela e deixa rolar um:

"Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias,
luz das acácias, você é mãe do sol. Linda...."

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Década de 90:
Ele liga pra ela e deixa gravada uma música na secretária eletrônica:

"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?"

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Em 2001:
Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:

"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão!
Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão!
Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim, vou sim"!

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Em 2002:
Ele manda um e-mail oferecendo uma música:

"Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu!
As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!"

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Em 2003:
Ele oferece uma música no baile:

"Pocotó pocotó pocotó...minha éguinha pocotó!"

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Em 2004:
Ele a chama p/ dançar no meio da pista:

"Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas!
Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!"

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Em 2005:
Ele resolve mandar um convite para ela, através da rádio:

"Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bunda lele!"

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Em 2006:
Ele a convida para curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país:

"Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!!
Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!"

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Em 2010:
Ele encosta com seu carro com o porta-malas cheio de som e no máximo volume:

"Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás.
Pra que você quer saber?
Eu sou o lobo mau, au, au
Eu sou o lobo mau, au, au
E o que você vai fazer?
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer"


SERÁ QUE AINDA É POSSÍVEL PIORAR?

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Mercado Vence o Racismo

O Mercado Vence o Racismo

Entrevista - Walter Williams
O economista diz que as ações afirmativas prejudicam os negros ao reforçar estereótipos de inferioridade e defende a liberdade econômica como arma contra a desigualdade racial

André Petry - Páginas Amarelas, Revista Veja, Edição 2207 - 9 de março de 2011

"Os negros, em geral, estão muito melhor hoje do que há meio século. Mas os negros mais pobres estão pior" (Gilberto Tadday)

Walter Williams é um radical. Na juventude, preferia o incendiário Malcolm X ao pacifista Martin Luther King. Hoje, aos 74 anos, Williams admira os dois líderes negros, repudia a violência e se define como um libertário radical, como os americanos se referem aos que se opõem ao excesso de ativismo do estado e propugnam mais liberdade individual. Fiel ao seu ideário, é contra ações afirmativas e cotas raciais, e diz que o melhor  instrumento para vencer a desigualdade racial é o livre mercado: “A economia de mercado é o grande inimigo da discriminação”. Criado pela mãe na periferia de Filadélfia, Williams acaba de publicar uma autobiografia em que narra sua trajetória da pobreza à vida de professor universitário (desde 1980, leciona economia na Universidade George Manson, na Virgínia). Com 1,98 metro de altura, voz de barítono, bom humor, ele demonstra muita coragem nesta entrevista.

Quem lê sua autobiografia fica com a impressão de que ser negro nos Estados Unidos das décadas de 40 e 50 era melhor do que ser negro hoje.

Claro que os negros estão muito melhor agora, mas não em todos os aspectos. Hoje, se os negros americanos fossem uma nação à parte, seriam a 15ª mais rica do mundo. Entre os negros americanos, há gente riquíssima, como a apresentadora Oprah Winfrey. Há famosíssimos como o ator Bill Cosby, que, como eu, vem de Filadélfia. Colin Powell, um negro, comandou o Exército mais poderoso do mundo. O presidente dos Estados Unidos é negro. Tudo isso era inimaginável em 1865, quando a escravidão foi abolida. Em um século e meio, fizemos um progresso imenso, ao contrário do que aconteceu no Brasil ou no Caribe, onde também houve escravidão negra. Isso diz muito sobre os negros americanos e sobre os Estados Unidos.

Em que aspectos a vida dos negros hoje é pior?

Cresci na periferia pobre de Filadélfia entre os anos 40 e 50. Morávamos num conjunto habitacional popular sem grades nas janelas e dormíamos sossegados sem barulho de tiros nas ruas. Sempre tive emprego, desde os 10 anos de idade. Engraxei sapatos, carreguei tacos no clube de golfe, trabalhei em restaurantes, entreguei correspondência nos feriados de Natal. As crianças negras de hoje que vivem na periferia de Filadélfia não têm essas oportunidades de emprego. No meu próximo livro, Raça e Economia, que sai no fim deste mês, mostro que em 1948 o desemprego entre adolescentes negros era de 9,4%. Entre os brancos, 10,4%. Os negros eram mais ativos no mercado de trabalho. Hoje, nos bairros pobres de negros, por causa da criminalidade, boa parte das lojas e dos mercados fechou as portas. Outra mudança dramática é a queda na qualidade da educação oferecida às crianças negras e pobres. Atualmente, nas escolas públicas de Washington, um negro com diploma do ensino médio tem o mesmo nível de proficiência em leitura e matemática que um branco na 7ª série. Os negros, em geral, estão muito melhor agora do que há meio século. Mas os negros mais pobres estão pior.

O estado de bem-estar social, com toda a variedade de benefícios sociais criados nas últimas décadas, não ajuda a aliviar a situação de pobreza dos negros de hoje?

Todos os economistas, sejam eles libertários, conservadores ou liberais, concordam que sempre cai a oferta do que é taxado e aumenta a oferta do que é subsidiado. Há anos, os Estados Unidos subsidiam a desintegração familiar. Quando uma adolescente pobre fica grávida, ela ganha direito a se inscrever em programas habitacionais para morar de graça, recebe vale-alimentação, vale-transporte e uma série de outros benefícios. Antes, uma menina grávida era uma vergonha para a família. Muitas eram mandadas para o Sul, para viver com parentes. Hoje, o estado de bem-estar social premia esse comportamento. O resultado é que nos anos da minha adolescência entre 13% e 15% das crianças negras eram filhas de mãe solteira. Agora, são 70%. O salário mínimo, que as pessoas consideram uma conquista para os mais desprotegidos, é uma tragédia para os pobres. Deve-se ao salário mínimo o fim de empregos úteis para os pobres. A obrigação de pagar um salário mínimo ao frentista no posto de gasolina levou à automação e ao self-service. O lanterninha do cinema deixou de existir não porque adoramos tropeçar no escuro do cinema. É por causa do salário mínimo. Na África do Sul do apartheid, os grandes defensores do salário mínimo eram os sindicatos racistas de brancos, que não aceitavam filiação de negros. Eles não escondiam que o salário mínimo era o melhor instrumento para evitar a contratação de negros, que, sendo menos qualificados, estavam dispostos a trabalhar por menos. O salário mínimo criava uma reserva de mercado para brancos.

As ações afirmativas e as cotas raciais não ajudaram a promover os negros americanos?

A primeira vez que se usou a expressão “ação afirmativa” foi durante o governo de Richard Nixon (1969-1974). Os negros naquele tempo já tinham feito avanços tremendos. Um colega tem um estudo que mostra que o ritmo do progresso dos negros entre as décadas de 40 e 60 foi maior do que entre as décadas de 60 e 80. Não se pode atribuir o sucesso dos negros às ações afirmativas.

As ações afirmativas não funcionam?

Os negros não precisam delas. Dou um exemplo. Houve um tempo em que não existiam jogadores de basquete negros nos Estados Unidos. Hoje, sem cota racial nem ação afirmativa, 80% são negros.

Por quê?

Porque são excelentes jogadores. Se os negros tiverem a mesma habilidade em matemática ou ciência da computação, haverá uma invasão deles nessas áreas. Para isso, basta escola, boas escolas, grandes escolas. Há um aspecto em que as ações afirmativas são até prejudiciais. Thomas Sowell, colega economista, tem um estudo excelente sobre o assunto. Mostra como os negros se prejudicam com a política de cotas raciais criada pela disputada escola de engenharia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma das mais prestigiosas instituições acadêmicas dos Estados Unidos. Os negros recrutados pelo MIT estão entre os 5% melhores do país em matemática, mas mesmo assim precisam fazer cursos extras por alguns anos. Isso acontece porque os brancos do MIT estão no topo em matemática, o 1% dos melhores do país. Os negros, mesmo sendo muito bons, estão abaixo do nível de excelência do MIT. Mas eles podiam muito bem estudar em outras instituições respeitáveis, onde estariam na lista dos candidatos a reitor e sem necessidade de cursos especiais. Por causa de ações afirmativas, muitos negros estão hoje em posição acima de seu potencial acadêmico. Se você está aprendendo a lutar boxe e sua primeira luta é contra o Mike Tyson, você está liquidado. Você pode ter excelente potencial para ser boxeador, mas não dá para começar contra Tyson. As ações afirmativas, nesse sentido, são cruéis. Reforçam os piores estereótipos raciais e mentais.

O senhor já teve alguma experiência pessoal nesse sentido?

Quando eu dava aula na Universidade Temple, em Filadélfia, tive uma turma com uns trinta alunos, todos brancos, à exceção de um. Nas primeiras aulas, eles me fizeram uma bateria de perguntas complexas. Você pode achar que era paranoia minha, mas eu sei que o objetivo deles era testar minhas credenciais. A cada resposta certa que eu dava, eu podia ver o alívio no rosto do único aluno negro da classe. De onde vinha esse sentimento, esse temor do aluno negro de que seu professor, sendo negro, talvez não fosse suficientemente bom? Das ações afirmativas. Não entrei na universidade via cotas raciais. Por causa delas, a competência de muitos negros é vista com desconfiança.

Num país como o Brasil, onde os negros não avançaram tanto quanto nos Estados Unidos, as ações afirmativas não fazem sentido?

A melhor coisa que os brasileiros poderiam fazer é garantir educação de qualidade. Cotas raciais no Brasil, um país mais miscigenado que os Estados Unidos, são um despropósito. Além disso, forçam uma identificação racial que não faz parte da cultura brasileira. Forçar classificações raciais é um mau caminho. A Fundação Ford é a grande promotora de ações afirmativas por partir da premissa errada de que a realidade desfavorável aos negros é fruto da discriminação. Ninguém desconhece que houve discriminação pesada no passado e há ainda, embora tremendamente atenuada. Mas nem tudo é fruto de discriminação. O fato de que apenas 30% das crianças negras moram em casas com um pai e uma mãe é um problema, mas não resulta da discriminação. A diferença de desempenho acadêmico entre negros e brancos é dramática, mas não vem da discriminação. O baixo número de físicos, químicos ou estatísticos negros nos Estados Unidos não resulta da discriminação, mas da má formação acadêmica, que, por sua vez, também não é produto da discriminação racial.

Qual o meio mais eficaz para promover a igualdade racial?

Primeiro, não existe igualdade racial absoluta, nem ela é desejável. Há diferenças entre negros e brancos, homens e mulheres, e isso não é um problema. O desejável é que todos sejamos iguais perante a lei. Somos iguais perante a lei, mas diferentes na vida. Nos Estados Unidos, os judeus são 3% da população, mas ganham 35% dos prêmios Nobel. Talvez sejam mais inteligentes, talvez sua cultura premie mais a educação, não interessa. A melhor forma de permitir que cada um de nós — negro ou branco, homem ou mulher, brasileiro ou japonês — atinja seu potencial é o livre mercado. O livre mercado é o grande inimigo da discriminação. Mas, para ter um livre mercado que mereça esse nome, é recomendável eliminar toda lei que discrimina ou proíbe discriminar.

O senhor é contra leis que proíbem a discriminação?

Sou um defensor radical da liberdade individual. A discriminação é indesejável nas instituições financiadas pelo dinheiro do contribuinte. A Universidade George Manson tem dinheiro público. Portanto, não pode discriminar. Uma biblioteca pública, que recebe dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos, não pode discriminar. Mas o resto pode. Um clube campestre, uma escola privada, seja o que for, tem o direito de discriminar. Acredito na liberdade de associação radical. As pessoas devem ser livres para se associar como quiserem.

Inclusive para reorganizar a Ku Klux Klan?

Sim, desde que não saiam matando e linchando pessoas, tudo bem. O verdadeiro teste sobre o nosso grau de adesão à ideia da liberdade de associação não se dá quando aceitamos que as pessoas se associem em torno de ideias com as quais concordamos. O teste real se dá quando aceitamos que se associem em torno de ideais que julgamos repugnantes. O mesmo vale para a liberdade de expressão. É fácil defendê-la quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas.

O senhor exige ser chamado de “afro-americano”?

Essa expressão é uma idiotice, a começar pelo fato de que nem todos os africanos são negros. Um egípcio nascido nos Estados Unidos é um “afro-americano”? A África é um continente, povoado por pessoas diferentes entre si. Os vários povos africanos estão tentando se matar uns aos outros há séculos. Nisso a África é idêntica à Europa, que também é um continente, também é povoada por povos distintos que também vêm tentando se matar uns aos outros há séculos.

A presença de Obama na Casa Branca não ajuda os negros americanos?

Na autoestima, talvez. Mas não por muito tempo, o que é lamentável. Em 1947, quando Jackie Robinson se tornou o primeiro negro a jogar beisebol na liga profissional, ele tinha a obrigação de ser excepcional. Hoje, nenhum negro precisa ser tão bom quanto Robinson e não há perigo de que alguém diga “ah, esses negros não sabem jogar beisebol”. No caso de Obama, vale a mesma coisa. Por ser o primeiro negro, ele não pode ser um fracasso. O problema é que será. Aposto que seu governo, na melhor das hipóteses, será um desastre igual ao de Jimmy Carter. Vai ser ruim para os negros.

Superman, o professor, existe!


Matéria publicada na Revista Veja, Edição 2207 - 9 de março de 2011

Geoffrey, o Superman

O educador Geoffrey Canada é a estrela de um documentário demolidor para o sistema de ensino público americano ao apontar o mau professor como o grande responsável pelo fracasso dos alunos

André Petry, de Nova York

“Sempre achei que a salvação era o Superman. Um dia, minha mãe me disse que o Superman não existia. Eu tinha uns 8 anos. Minha mãe disse: 'Não, não, não tem Superman nenhum'. Comecei a chorar, porque achava realmente que o Superman viria nos salvar do caos, da violência do perigo. Mas não havia herói nenhum. Descobrir que ninguém viria nos socorrer foi uma das experiências mais chocantes da minha infância." O educador Geoffrey Canada, 59 anos, cresceu no sul do Bronx, em Nova York, nos anos 50 e 60. Terceiro de quatro irmãos criados apenas pela mãe depois que o pai, alcoólatra e eterno desempregado, abandonou a família, o garoto Geoffrey Canada convivia diariamente com a pobreza e a violência. Em seu livro Fist Sfick Knife Gun ("Soco Porrete Punhal Revólver"), Canada fala do Superman e da sua biografia. Aos 6 anos, ele foi assaltado pela primeira vez, por um menino dois anos mais velho. Aos 7, viu seu irmão ser roubado. Aos 8, soube que o Superman não existia. Aprendeu a quebrar garrafa no meio-fio para cortar a carne do inimigo "como faca quente na manteiga". Fazia arma de antena de carro e virou mestre no uso de um canivete achado na sarjeta, do qual, durante anos, não se separou. Não matou nem foi preso, mas boa parte dos seus amigos de infância está na prisão ou já morreu — inclusive um de seus irmãos, morto aos 22 anos. No Bronx, Canada sentiu na pele a sordidez da violência e acompanhou a transição do inferno ao caos: até os anos 70, as armas eram faca e garrafa, e as drogas, heroína e cocaína. Depois, devastadoramente, vieram o revólver e o crack.

Em algum momento de sua trajetória, Canada resolveu ser ele mesmo o Superman das crianças pobres e sem futuro. Formou-se na Universidade Harvard e tornou-se um especialista em reformas do sistema educacional americano. Começou dando aula em Boston para "adolescentes difíceis" — a escola, na prática, funcionava como a última parada antes da prisão ou do hospital psiquiátrico. De volta a Nova York, escolheu a escola mais degradada da cidade para oferecer serviços sociais 24 horas por dia, 365 dias por ano, apostando que a escola seria o centro irradiador da reconstrução do bairro. Funcionou. Com isso, Canada começou a montar, quarteirão por quarteirão, o que hoje é um dos mais ambiciosos experimentos sociais e pedagógicos dos Estados Unidos, o Harlem's Children Zone.

O projeto, conhecido pela sigla HCZ, atende 10 000 crianças, já se expandiu para 97 quadras do Harlem e tem um enfoque inédito: acompanha os alunos do jardim da infância à universidade. A proposta é reduzir a violência urbana e quebrar o ciclo de reprodução da pobreza através da educação. Para isso, o programa oferece uma enorme gama de serviços sociais, de atendimento pré-natal a atividades culturais. As aulas são dadas em "escolas-charter”. São escolas públicas com administração privada, e seus professores, em vez de funcionários públicos, são contratados como funcionários de uma empresa. Faz unia diferença brutal. Primeiro, os professores são avaliados e remunerados pela competência. Segundo. podem ser demitidos se seu desempenho for insuficiente. Na rede pública de Nova York é tão difícil demitir um professor que os mais desastrosos, enquanto corre o processo de demissão. que dura anos, são tirados da sala de aula e encaminhados para "rubber rooms", salas especiais em que eles ficam o dia inteiro lendo jornal, olhando para o teto, cochilando sobre as mesas... Mas recebem no fim do mês. Diz Canada: "Isso é menos trágico do que deixá-los nas salas de aula arruinando o futuro das crianças, tornando miserável a família delas e inabitável sua vizinhança. O mau professor, repito, é uni perigo para o aluno, para o bairro onde ele vive e, em última instância, para o país".

O HCZ de Geoffrey Canada está chamando a atenção dos Estados Unidos e do mundo. O presidente Barack Obama decidiu implantar o modelo em outras vinte cidades americanas, como forma de educar e conter o crime. O projeto de Canada é a estrela do documentário Waiting for Superman (Esperando pelo Superman), do cineasta Davis Guggenheim, o mesmo autor de Uma Verdade Inconveniente. É impossível a qualquer pai ficar indiferente ao que Esperando pelo Superman mostra. A narração gira em torno da história de cinco crianças de idades e cidades diferentes que dependem de um sorteio para entrar numa escola-charter. Sim, o futuro delas depende de que a bolinha com o seu número saia da gaiola esférica. Há sempre mais candidatos do que vagas nessas escolas, algumas verdadeiros núcleos de excelência que produzem alunos com aprovação quase garantida nas boas escolas de ensino superior dos Estados Unidos. Se não conseguir vaga em uma charter. a alternativa para o bom aluno de família pobre é a escola pública, com todos os seus vícios. As centrais sindicais dos professores públicos são, de longe, os maiores doadores de campanha para os políticos do Partido Democrata — e financiam também inúmeros republicanos. Com isso compram a proteção e os privilégios de seus filiados. Geoffrey Canada sonha em quebrar esse conluio ruinoso para o futuro das crianças pobres americanas.

As escolas-charter são um caminho. mas não oferecem soluções mágicas. Um levantamento feito pela Universidade Stanford sobre elas mostrou que em 83% das experiências as crianças aprendem o mesmo ou até menos do que em muitas escolas públicas. De estelar mesmo desponta o projeto de Geoffrey Canada no Harlem — 97 quarteirões! 10.000 crianças! Do jardim da infância à universidade!
Além de tudo, Canada dá aula de tae kwon do. Ele é faixa preta. Chega fazendo cena. Sai do vestiário com sua faixa preta e começa a se aquecer diante de todos, sem falar com ninguém. Quando bate palmas duas vezes, os alunos se perfilam. Canada está com cara de mau. Um monstro. Luta com um dos alunos mais experientes. É um show. O aluno voa. Ele voa. As crianças ficam mesmerizadas. Terminada a aula, Canada volta a ser o que é. Simpático, sorridente e solidário. Ele explica: "Essas crianças me veem como um gigante, um Superman ou Batman. Num mundo tão frio, tão duro, as crianças precisam de heróis. Heróis dão esperança e. sem esperança, essas crianças não têm futuro. Então. eu faço o papel de herói para elas, mesmo que, para isso, tenha de recorrer a truques baratos".

domingo, 20 de março de 2011

5a pedalada de Pituaçu

Nesta 5a pedalada de Pituaçu (20 mar 2011) só apareceu Cadidé ainda de ressaca de uma noite mal dormida, pós evento familiar. Mas o legal que acabo me motivando também, não muito por mim, mas porque sei que alguém conhecido que convidei vai. Me motivo, motivando o outro, que me motiva, etc...



Aí, já era preguiça...



Só para lembrar, este é um local em que as pessoas se cumprimentam ao passar umas pelas outras. É muito legal esta experiência de convívio educado entre pessoas, desconhecidas em sua maioria, e longe (?) da civilização (qual ??).



Link da 6a pedalada de Pituaçu


Link da 4a pedalada de Pituaçu




Demos uma volta completa com direito a água de coco da tia Lú no Km 9,5 em que tivemos a feliz coincidência de encontrar Paulo Cesar de Brito, professor da ETFBa de eletrônica das antigas e bons tempos (falando assim é sinal de envelhecimento), sempre atualizado e competente. Agora está trabalhando na Petrobras e de bem com a vida.


Terminada a missão, já estou indo embora, cansado e na boa.



E aêê véi... vê se vem na próxima...


domingo, 13 de março de 2011

4a. pedalada de Pituaçu

Esta é a 4a. pedalada de Pituaçu (13 mar 2011).
Participaram eu, Núbia, Cadidé, Livia e seu irmão Danilo em mais uma jornada de 15 Km neste maravilhoso local dentro desta cidade maluca. Este é um local em que as pessoas se cumprimentam ao passar umas pelas outras. Ainda bem...

Link da 5a Pedalada de Pituaçu
Link da 3a Pedalada de Pituaçu



Vídeo - No começo leva-se a bicicleta para passear!!!



Depois desta parada, tudo muito divertido, exceto para Nubia que forçou o ritmo e ficou sem ar. Quase morre, se jogou no chão, não quis mais pedalar preferindo andar. Pensamos até em chamar o SAMU 192.

Vídeo - A marca mais importante: a metade do percurso, 7,5 Km

Uma paradinha para se recompor com água de côco e, renovada concluiu o percurso.

O melhor ponto de venda de água de côco, a da tia Lú.

Evite acidentes.Va para direita...

Vídeo de parte do percurso.

A chegada é a chegada. Agua de côco para uns e cerveja para os outros numa boa.

Exclusivo: Entrevistamos um comedor de abará...

Peraêêê cara. Domingo eu volto. Abraço e boa semana

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulheres

Ao longo desta civilização masculinizada em que vivemos parece que não
devemos muita coisa às mulheres, principalmente neste processo de
coisificação das pessoas. Ainda parece que todas as conquistas ou
realizações importates são dos homens ficando às mulheres em segundo
plano.

A meu ver, a mulher ao pegar um bebê, uma criatura absolutamente
dependente no seu primitivismo instintivo, depois de alguns anos entrega-o
ao mundo como um ser humanizado. Tornamo-nos humanos graças às mulheres.
Agradeço a minha humanidade às mulheres da minha vida.

Abraços fraternos

Lamartine

domingo, 6 de março de 2011

Tiririca na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados

Há 30 ou 40 anos a babaquice do brasileiro tinha graça, fazia-se piada de tudo.

Hoje em dia, a presença do Tiririca como presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados não é nem engraçado, nem trágico.

É uma farsa sinistra que se caracteriza pela "imposição estatal da estupidez obrigatória" como disse Olavo de Carvalho no programa True Outspeak de 28 de fevereiro de 2011.

Isso sim, nunca antes na história deste país aconteceu algo semelhante. O resto é balela.

--

Lamartine

terça-feira, 1 de março de 2011

SAMBA ENREDO DO GRÊMIO RECREATIVO DA CASA DO CARALHO

(Sonekka)
Puxador: Sonekka



Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
Vai toma no cu, é barulheira de norte a sul

O povo só enchendo a cara
Ninguém trabalha. Ê Brasil
Quase tudo vira um caralho
E eu no trabalho só tomando no chibiu
É deputado fantasiado, só tem viado nessa joça
Desligo a televisão e vou jogar botão que é melhor que essa bosta

Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
Vai toma no cu, é barulheira de norte a sul

E lá na Bahia é putaria, é bacanal
O carnaval começa agora
E vai durar até perto do Natal
É muita puta com turista
E um malabarista de orixá
No terreiro, um indio da mata
Agora acha que é um faraó

Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
Vai toma no cu, é barulheira de norte a sul

E eu que tô de saco cheio
Do Rio de janeiro e seus traficantes
Os blocos se acotovelando
Mijando em tudo que vem pela frente
Pode me chamar de velho, me xingar de chato
Que eu to cagando
Isso é coisa do governo e da Globo
Que só tão de olho é na nossa grana

Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
Vai toma no cu, é barulheira de norte a sul


O anúncio de Olavo Bilac

O anúncio de Olavo Bilac Autoria desconhecida Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade rural, um ...