sábado, 29 de janeiro de 2011

Núbia Ribeiro Moura- trajetória profissional




Olá, pessoal! Sou Núbia Ribeiro Moura e vou contar para vocês um pouco da minha trajetória profissional.

Ainda na infância, encantavam-me os processos de transformações que eu observava na natureza: como a água podia ser o maravilhoso líquido que saciava minha sede, ou pedras que caiam do céu como chuva de granizo ou vapores que preenchiam a atmosfera em lagos de estâncias termais? Por que o açúcar aquecido ficava “puxento”? A curiosidade foi a principal motivação para aproximar-me da química. Também foi determinante o contato com um professor no 2º ano do Ensino Médio que era apaixonado pela química, pois pude perceber que química podia ajudar-me não apenas a compreender processos naturais, mas também de transformá-los.

Como eu tinha uma grande afinidade pela matemática, cursei engenharia química, porém o foco nos macroprocessos, predominante na engenharia, não satisfez minha curiosidade pelas transformações moleculares. Assim, no mestrado e doutorado abdiquei da engenharia para dedicar-me à química. Meu orientador, uma pessoa ímpar cuja vida sempre teve como foco principal a química, foi um estímulo nesta escolha.

Atualmente, sou professora do Instituto Federal da Bahia (IFBA). Atuo em cursos técnicos, cursos superiores de tecnologia, pós-graduações lato e stricto sensu. Tive também a oportunidade de ser a primeira pró-reitora de pesquisa do IFBA, quando o CEFET-BA foi transformado em Instituto Federal. Esta oportunidade deu-me uma visão mais clara do sistema nacional de ciência e tecnologia, e me fez ver com mais clareza a importância do papel dos professores em uma sociedade. Nós, professores, temos um papel de formadores de opinião, influenciamos na forma de nossos alunos verem o mundo e atuarem nele. Professores motivados, inovadores, empreendedores podem contribuir decisivamente mudar nossa sociedade e a realidade social, econômica, ambiental, científica e tecnológica do Brasil.

A química, como qualquer outra ciência no Brasil atual, precisa encontrar o equilíbrio entre sua função acadêmica e sua função social. Sua função acadêmica, na geração de conhecimento e formação de pessoas, vem sendo inquestionavelmente bem-sucedida. Mas sua função social, como transferência de conhecimento para a sociedade, visando solucionar problemas ou gerar riqueza, ainda não está satisfatoriamente concretizada. Para isto, o diálogo entre os três principais atores dos sistemas nacionais de ciência e tecnologia – governo, academia e empresas ou setores de aplicação do conhecimento – ainda é um dos grandes desafios do Brasil.

Do ponto de vista mundial, as perguntas que a Química precisa responder estão relacionadas à atuação no presente para construção do futuro: como a produção da indústria química pode ocorrer com redução de impactos ambientais? Qual o papel da Química no suprimento de alimentos para uma população mundial crescente? Que novos processos de produção de energia podem ser propostos a partir de conhecimentos químicos? Como garantir a disponibilidade e a potabilidade dos recursos hídricos para gerações futuras? Em resumo, as questões se referem a como a química pode desenvolver-se em plena sintonia com os grandes problemas do futuro da humanidade: ambiente, alimentos, energia e recursos hídricos.

Olhando para o Brasil, sabemos que um país forte se faz com pessoas capazes de construir, materializar produtos, processos, transformar conhecimento em bens, qualidade de vida para a sociedade. Para isto, nossos jovens devem ter possibilidade de tornar real novos produtos e processos. Também é importante destacar que, os países que valorizaram seus aspectos positivos, tiveram melhor desempenho do que aqueles cuja estratégia foi atacar suas deficiências. Assim, em vez de um esforço maciço para desenvolver áreas deficientes no país, parece-me mais adequado fortalecer nossas potencialidades, por exemplo, com base na magnífica biodiversidade que temos.

Há um imenso campo de trabalho em fitoterápicos, fitocosméticos, química de alimentos com foco em etnoprodutos e em alimentos tropicais.

Instituto Federal da Bahia, Departamento de Quimica.
Rua Emidio dos Santos s/n
Barbalho 40301-015 - Salvador, BA - Brasil

Fonte: Entrevista numero 9 disponível em http://quid.sbq.org.br/

A verdade, o individual e o coletivo

"Sou um indivíduo falando para outro indivíduo. Estou convicto de que só a consciência individual e nunca o consenso coletivo pode dar acesso à verdade. "

Olavo de Carvalho em entrevista a Valhalla em 1998 sobre o lançamento do livro "O imbecil Coletivo - atualidades inculturais brasileiras" (Faculdade da Cidade Editora, p. 384)

http://www.angelfire.com/vamp2/olavete/

domingo, 16 de janeiro de 2011

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Valores de "Passione" da Rede Globo

Olá a todos



Há muitos anos sem acompanhar novelas, ontem casualmente assistir ao final da novela Passione da Rede Globo.

A emissora traz uma série de questões e problemas sociais como pedofilia, drogas, corrupção, traição, mentiras, etc., o que acaba funcionando como um serviço de utilidade pública, ao fazerem as pessoas se indignarem com os acontecimentos.

O que talvez não fique evidente para a massa entorpecida pela trama é a sutileza com que esses assuntos se tornam normais, criando padrões de comportamento (por imitação), levando as pessoas a agirem de forma que a exceção se torne a regra geral. Isso se dá pela inversão dos valores morais, éticos, também distorcendo os valores da família, do casamento, etc. Um exemplo do desprezo por estes valores fica patente na normalidade da bigamia como solução alternativa nestes tempos de infantilização das relações, quando o adulto (criança) se sente impossibilitado de fazer escolhas, e como resposta, não consegue abrir mão de uma parte.

É obvio que a superexposição de temas acaba gerando uma falta de sensibilidade (tec. Desensibilização) em que o vibrante mundo da fantasia suplanta o mundo real, uma vez que as novelas expõem detalhes que, mesmo improváveis, integram a agenda de debates semanais. O que parece é que a inversão não é só dos valores da moral e da ética, mais sim do real e da fantasia. No mundo real, parece que acreditamos em Papai Noel, em políticos corruptos, onde bandidos condenados merecem perdão já que os Direitos Humanos não são para os humanos direitos. Pouco a pouco uma nova camisa de força se implanta na sociedade enquadrando os temas do Politicamente Correto.

Uma das facetas da liberdade é poder dizer não a estas coisas. Desligue a TV

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José Lamartine Neto

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

POLITICAMENTE CORRETO É O CACETE!!!

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA
por Luiz Antonio Simas*

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.
Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical . O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de xingar a mãe do juiz e o centroavante pereba tomar naquele lugar, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do "Pé Junto".

*Luiz Antonio Simas nasceu no dia de finados de 1967 e é Império Serrano.É mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio. É considerado um dos profissionais mais importantes do Rio de Janeiro em sua área de atuação. Publicou em parceria com o caricaturista Cássio Loredano, o livro O vidente míope, sobre o desenhista carioca J. Carlos, indicado pela Revista de História da Biblioteca Nacional como uma das publicações mais relevantes da área no ano de 2007. Desenvolve pesquisas sobre a cultura popular carioca, mais especificamente nos campos do futebol e da música popular. Foi o responsávelpela pesquisa da exposição Todas as Copas, evento realizado no Brasil e nos Estados Unidos durante a Copa do Mundo de 1994. Seu trabalho foi considerado pela FIFA como um dos mais completos levantamentos já realizados sobre a história dos mundiais de futebol. É atualmente consultor da área de carnaval do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.

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