sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Calligaris, Berlusconi e o Código de Ética do PT
Contardo Calligaris é colunista da Folha de S. Paulo e não é petista, muito pelo contrário. Mas ao escrever o artigo “Em defesa de Berlusconi” publicado em 30/07/2009 demonstra não ter nenhuma simpatia por Sílvio Berlusconi, da Itália, e que não se incomoda que o premiê italiano faça suas festinhas com prostitutas. “E eu com isso? Avisem-me se a coisa afetar sua capacidade de governar...”.
Contardo Calligaris argumenta que “é quase uma regra. Quem cata argumentos de moral privada na roupa suja de seu adversário político:
1) quer esconder e censurar seus próprios trapos (tão sujos quanto os do opositor criticado) ou então
2) Ele não tem nada para dizer que interesse aos eleitores e apela para uma cumplicidade de botequim."
Finaliza Contardo Calligaris: “PARABENIZO O PT, que, em seu “Código de Ética”, aprovado nestes dias, decreta que é terminantemente vedada (artigo 6,1) a “exploração de aspectos da vida íntima de adversários em disputas políticas ou eleitorais, internas ou externas, de qualquer natureza” (íntegra em www.pt.org.br).
Quero pedir licença ao psicanalista Contardo Calligaris para expressar uma ponderação. Ficou parecendo que é possível a existência de duas pessoas, uma pública e a outra privada e que uma não tem nenhuma relação com a outra. Tudo bem se estivermos em um novo campo jurídico mas, para o "povão" que assiste jornal e programas em TV aberta é possível que não tenham o mesmo discernimento que V.Sa.
Acredito que, tanto no caso do Sr. Berlusconi, como no código de Ética para os membros do PT, foi deixado de se levar em consideração que ocupantes de cargos públicos ampliaram seu universo de influência, portanto deveriam prestar justificativas aos membros deste novo e ampliado ambiente público.
Pessoas que estão em evidência, portanto sendo referências ou modelos de comportamento para o restante da sociedade, poderiam ter mais cuidado, insisto, mesmo que a justiça interprete como coisas separadas, a massa da população, sendo leiga, pode não conseguir distinguir. Provavelmente ficará algo no seu inconsciente dizendo "Se ele pode, eu tambem posso..."
As explicações dadas por estes integrantes, quando dão, são de uma "cara de pau" tão grande que me lembra a frase do humorista Groucho Marx quando disse:
"...voce acredita em mim ou nos seus próprios olhos?"
É bem verdade que a mída tem uma fortíssima influência nas opiniões, escolhas, medos, valores, crenças, de um povo. Pode ser análogo aos peões levando a boiada. Então estamos num mato sem cachorro, indefesos frente aos "lobos" que se aproveitam das facilidades? Será tudo farinha do mesmo saco?
Abraço
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