sábado, 28 de novembro de 2009

Sonda lunar chinesa e o metrô de Salvador

Segundo o jornal A TARDE (2.11.2009), dez anos após ter sido assinado o contrato para a construção do metrô de Salvador, R$ 525,2 milhões foram gastos pela prefeitura e os trens que fariam o trajeto de 6km ligando Estação da Lapa ao Acesso Norte ainda não estão nos trilhos. O governo do Estado, parceiro no projeto, já pagou R$ 880 mil de aluguel para alojar num galpão do Parque Industrial CIA-Sul os seis trens e 24 vagões adquiridos entre novembro de 2008 e janeiro deste ano por US$ 50 milhões.

O aluguel mensal, segundo a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), é de R$ 80 mil. De acordo com a Secretaria Municipal de Transporte e Infraestrutura (Setin), já foram gastos R$ 459 milhões com os primeiros seis quilômetros.

Em 1999, a previsão de término para a 1ª etapa, com 12 km ligando a Estação da Lapa à Estação Pirajá, era para 2003. Em 2005, houve a diminuição do trecho para seis quilômetros. Ao todo, sete prazos de conclusão foram prometidos e um deles se esgotou em 31 de outubro.

No entanto, uma nova previsão foi anunciada pela prefeitura: o trecho Estação da Lapa/Acesso Norte deverá ficar pronto em meados de 2010 e entregue no final do mesmo ano. *

Só pra recapitular, R$ 450 milhões é algo como US$ 255 milhões.


Pois bem, a China lançou com sucesso sua primeira sonda lunar, a Chang'e-1, em outubro de 2007. O custo do projeto ficou entre 1 bilhão de yuans e 1,4 bilhão de yuans (algo entre US$ 143 milhões e US$ 200 milhões).**


Como é que nosso metrô não consegue ficar pronto ??????


Lamartine


* fonte: jornal A TARDE de segunda-feira, 2 de novembro de 2009
** fonte: http://br.china-embassy.org/por/szxw/t418510.htm



quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Intranet, eleição e a Sessão da Tarde

Pelo colega J.Leite

Parece que a pandemia eleitoral tomou conta do intracefet, os efeitos colaterais são diversos: delírios de filmes por todos os lados. Nem os irmãos Lumiere poderiam prever.

Na segunda-feira: "Eu sei o que voces fizeram no verao passado".
Na terça-feira: "Eu ainda sei o que voces fizeram no verao passado". Eles ainda não estavam satisfeitos. Queriam trazer um exterminador do futuro.
Mas nunca se esquecem de dizer na Quarta-feira: "10 coisas que odeio em você".
Percebe-se na Quinta-feira: que pode se tratar do filme "A Corporação".
Bem sexta é dia de? "Sexta-feira 13 - parte 10".
A retórica é sempre a mesma, que tal assistirmos no Sabado: "De volta para o futuro".
No Domingo: "Curtindo a vida adoidado!" (DIA QUE NÃO LEIO NADA DO INTRACEFET).
Finalmente o leitor percebe que tudo faz parte de um único filme: "A HORA DO PESADELO", mas que tal refletirmos sobre "Tempos modernos"?

O que os movem?

Ao ler e-mails, normalmente busco sempre coisas que me enriqueçam, quando não, outro olhar. Na verdade faço isso com a grande maioria das mensagens que recebo, quando o relógio permite, é claro. Este, particularmente me traz lembranças e pensamentos que gostaria de compartilhar, se me permitirem.

Acredito que este momento é bem propício uma vez que comportamentos e sentimentos diversos têm surgido e devem se intensificar. Então, o que os movem?

Quando agimos ou nos manifestamos motivados por fortes emoções ou sentimentos, ficamos temporariamente cegos, impedidos de ver as coisas como elas podem ser, não quero com isso dizer “ver a verdade”, porque aí estaríamos no plano mais para o ideal platônico, do que do nosso real do dia-a-dia, com nossas próprias “lentes”.

O titulo de um livro de Hannah Arendt "Entre o passado e o futuro", remete muitas vezes ao esquecimento (ou desfocalização) do presente, podendo ser associado a vários sentimentos bons, bem como a outros nem tanto.

Para o passado, o presente e o futuro temos, respectivamente, o ressentimento, a raiva e o medo. Do outro lado estão os mais nobres e elevados como perdão, amor e fé. Estes acabam sendo as antíteses dos outros, e um trabalho de auto-conhecimento com alguma dedicação, ajudaria a distinguir o que em algumas vezes nem tentamos disfarçar.

Comecemos então pelo perdão que é um sentimento que traz paz ao passado. Longe de ser esquecimento é uma resolução interior, não buscando sentir novamente (re-sentimento) o fato passado, ou seja, sem querer revivê-lo. No tribunal de nossas consciências, conseguimos algumas vezes, perdoar as nossas faltas, mas deverámos nos lembrar também, que todos nós erramos. Por vezes tomamos a espada da justiça, e com ela julgamos, condenamos e sentenciamos.

O perdão desarma as nossas intenções, mas não nos idiotiza.

Quando falamos do passado corremos alguns riscos. Nossa memória não guarda como uma fotografia os fatos do passado, em vez disso, ela tem interpretações destes fatos. Ao longo do tempo, as novas experiências vão acrescentando novos valores, novos paradigmas e corrigindo velhos pontos de vista. Isso faz com que o passado seja continuamente re-interpretado com o nosso olhar de hoje. Logo, nossa memória não é tão fidedigna assim.

Outro sentimento tem inicio nas frustrações ou expectativas não realizadas. É quando esperamos com tanta certeza que um resultado ocorra, ou que alguém faça algo que achamos que seja o certo, porém algo sai diferente, o resultado não ocorre do jeito que devia ser (para nós). Neste momento somos, muitas vezes, tomados pelo sentimento de raiva. Enquanto ela não for resolvida, ou seja, perdoado, estará indo cada vez mais para o passado, se transformando em ressentimento, uma espécie de mágoa, uma ferida pronta a ser “descascada” e voltar a incomodar.

O amor nasce quando conseguimos nos colocar no lugar do outro, nas razões, motivos, dores e amores, empaticamente. Quando nós o estendemos.

Se prevalece só um lado defendendo-o com unhas e dentes, ou só um ponto de vista, implica que todos os outros estão em desacordo, estão errados. O mais importante não é só reconhecer que todos têm o direito de ser, pensar e agir de forma diferente. O mais importante é aceitar que são diferentes (aí só outro e-mail pra tratar disso).

Por fim, em se tratando do futuro e da incerteza do que pode acontecer, ou da possibilidade de algo dar certo ou errado, está normalmente associado a algum desconforto. O futuro é algo sempre provável, mas que se vivencia muito no presente com uma forma ansiosa, nervosa, rápida de agir ou com muitos afazeres e responsabilidades, etc.

É evidente que nesta nossa sociedade agitada refletindo-se aqui dentro (IFBA) uma das coisas que mais se busca é ter algum controle, não o controle sobre o presente, mas o controle sobre o futuro. Criamos ciências estatísticas, cultos adivinatórios, promessas a divindades, acordos, casamentos, compromissos, convênios, contratos e tudo mais que dê certa garantia a este futuro incerto. Quantas vezes estas coisas falham? Muitas. O futuro nunca é uma certeza, está mais para uma probabilidade como dizem os matemáticos. Fazemos projeção de cenários futuros, nunca vemos as fotografias do futuro, senão deixaria de sê-lo

Tem vezes que assumimos o papel de divindade controladora do futuro nos cercando de elementos garantidores. Mas o futuro sempre nos diz que somos mortais e com pouquíssimo controle sobre nossa própria vida, quanto mais o resto...

Então, quem controla o futuro?

Esta exige uma resposta pessoal, não só pensada, mas principalmente sentida. Em quem confio meu futuro a ponto de abrir mão da tentativa de controlá-lo? Quando tivermos a resposta, paramos de nos preocupar e passando a nos ocupar em fazer o que é necessário para o dia de hoje, o tal do Carpe Diem do poeta romano Horácio, com a certeza de que o futuro vai chegar.

Logo, não é a certeza de um futuro merecido, mas a fé de que o terei é que traz a tranqüilidade no meio do caos. É a fé que alimenta o amor, e este o perdão.

Então, o que os movem?


--

José Lamartine Neto

Prof. de Controle e Automação

IFBA - DTEE - Coordenação de Automação

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A garota da micro-saia

Sobre o episódio que gerou expulsão da uma aluna de faculdade paulista por motivos ainda difusos, fiquei me perguntando se o uso de uma micro-saia na noite do episódio seria suficiente para esta decisão?

Uma série de distúrbios ocorreu nos corredores no momento das aulas noturnas depois dela ter passado os portões da instituição. A coisa ficou tão feia que a garota (?) precisou se esconder no banheiro, e esperar socorro da policia militar para, sob escolta, conseguir sair.

A aluna, não sendo do tipo pra revista Playboy, estando entre seus advogados, toda singela, trajando blusa sem sutiã em plena audiência, foi quando percebi aqueles olhinhos languidos, carregados de tanta inocência, tanta meiguice e tanta ingenuidade, comovente, principalmente quando, candidamente diz “...só queria assistir minhas aulas em paz, tirar minhas notas e passar de ano.”

A repercussão dada pela mídia (inclusive internacional) tem sido tanta, mostrando o enxame de grupos de defesa de direitos humanos, defesa da mulher, contra a segregação, Ministério Público. dentre muitos, que a faculdade vai enfrentar uma “via Crucis” para se livrar disso tudo. Parece um "justiçamento", uma espécie de condenação moral e social antes mesmo de qualquer trâmite jurídico. É capaz da justiça pegar "bonde". Se vendo acuada, a faculdade já voltou atrás e reincorporou a aluna.

Não faz muito tempo que as instituições educativas tinham uma responsabilidade, um respeito e uma reputação na sociedade. Eram tratadas com dignidade, com isso não estou dizendo que a faculdade citada está correta, longe disso. Só lembro que está existindo, cada vez mais, uma inversão de valores em muitos segmentos da sociedade. A educação que deveria ajudar a transformar a sociedade, as vezes se torna refém dessa mesma sociedade, que se aproveita de brechas feitas para beneficiar alguns grupos desfavorecidos, mas que acabam por ser usadas por gente “esperta”.




Pra finalizar, a professora Verônica Dutenkefer, que escreveu o texto “PROFESSOR – UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO” (aqui) colocou no final, desconhecendo a autoria (mas sem perder o valor), o seguinte pensamento:


"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"


Abraço

José Lamartine Neto


O anúncio de Olavo Bilac

O anúncio de Olavo Bilac Autoria desconhecida Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade rural, um ...