domingo, 8 de maio de 2011

Minorias , movimentos e mudanças sociais

Antigamente diziam que na minha cidade ninguém queria ser sapateiro. Tinham medo porque foi divulgado que 50% deles morriam de tuberculose.
O que o povo não sabia é que só existiam dois profissionais e um morreu deste mal.

Vejamos outros exemplos:

"Pelo segundo ano consecutivo, a Bahia foi o Estado que registrou o maior número de casos, com 29 assassinatos (15 gays e 14 travestis), seguido por Alagoas (24 casos), Rio de Janeiro e São Paulo (23 casos cada). Em termos relativos, que leva em conta a população do Estado, Alagoas lidera o ranking dos homicídios homofóbicos. Por esse critério, Maceió também é a capital mais perigosa para os homossexuais, com nove casos na cidade de 932 mil habitantes. Superou Salvador (oito casos e 2,6 milhões de moradores), Rio de Janeiro (sete casos e 6,3 milhões de habitantes) e São Paulo (três casos e 11 milhões de moradores)."
fonte - http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/ba/total+de+gays+assassinados+sobe+31+em+2010+no+pais/n1300024126215.html

"O ano de 2010 terminou com 182 policiais baleados no Estado do Rio de Janeiro. A estatística fechou com 83 PMs mortos, 11 PCs mortos, 1 PF morto, 76 PMs baleados, 9 PCs baleados, 1 PF baleado e 1 PRF baleado. Dos 182 policiais, 75 estavam de serviço. Doze eram PMs reformados e um era policial civil aposentado."
fonte - http://robertatrindade.wordpress.com/estatistica2010/

Para ver os dados de São Paulo onde policiais são mortos com mais de 10 tiros a queima-roupa vá para http://apsegp.blogspot.com.br/2010/10/policia-na-mira-veja-relacao-de.html

Será que existe uma superexposição midiática de temas colocados a título de defesa de grupos vulneráveis?
O Estado, totalmente tomado por simpatizantes e representantes destes movimentos, altamente organizados, exploram os fatos (quando não os cria), dão visibilidade astronomicamente potencializada como se isso fosse a opinião de toda a sociedade, com isso justificando a mudança de leis ou a elaboração de novas, nas quais se colocam como defensores destas "minorias".

O mais famoso estudo de Salomon Asch na década de 1950 - o efeito da pressão social na conformidade - pretendia responder à pergunta: como e até que ponto as forças sociais moldam as opiniões e atitudes das pessoas? Imaginar que isso já era discutido e estudado cientificamente a mais de 60 anos, de que forma o avanço das telecomunicações tinham poder de influência na população, fico me perguntando até quando continuaremos cordeirinhos guiados pelos formadores de opinião ignorando os processos?

A condução da sociedade é algo cientificamente planejado e executado com uma precisão milimétrica por uma espécie de “Engenharia Social”. Existem os meios, as ações estimulantes e é só aguardar os resultados, estabelecendo ações corretivas como um sistema de controle Feed Back.

As ultimas décadas tornou o sistema judiciários um verdadeiro Frankenstein, totalmente invertido na sua lógica (Aristóteles remexe-se no túmulo) onde os casos particulares submetem a sociedade. O discurso de inversão da lógica do Estado foi para a prática. Deixamos de ser iguais perante a lei.

Concordo que o poder econômico paga melhores profissionais deixando ao Estado a tarefa de ficar do lado do cidadão indefeso através das defensorias públicas. Logo, aquilo que distingue as pessoas com maior poder aquisitivo, seria compensado pelo fortalecimento dos grupos como forma de enfrentamento. Agora perante a lei, existem os iguais e os mais iguais dos que os iguais, ou seja, a lei já está criando distinção entre as pessoas e os grupos, a título de proteger as minorias. Logo logo para alguns vai ser permitido fazer coisas que para outros estará proibido.

Como eram alguns valores da nossa sociedade e para onde está se encaminhando:

Mãe solteira; Usuário de drogas; Cigarro (tabaco); Trabalho da Criança; Igreja; Casamento; Autoridade; homossexuais; Liberação da Maconha; Pedofilia; etc.

Isso me lembra um texto ‘A onda’ e o irracionalismo dos grupos (comentário sobre o filme “A onda”) escrito por Raymundo de Lima, Psicólogo, doutor de Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A análise do texto se baseia em algumas linhas como a psicologia de massas e a servidão voluntária dos indivíduos a um líder, grupo ou causa mítica; a propaganda política e ideológica; alem do recurso da ‘experiência pedagógica’, como meio de ir para além do mero aprendizado de conceitos teóricos. Faz alusão a Kurt Lewin que tinha como propósito criar não somente técnicas de aprendizagem alternativa à aula tradicional, considerada chata ou enfadonha, mas de efetivamente trabalhar a "dimensão afetiva e emocional de cada grupo enquanto gestalt, onde estão presentes preconceitos, dogmatismo, coesão, fé cega num líder, bloqueios, filtragens, enganos e auto-enganos na comunicação entre seus membros."
No filme A Onda pode-se observar, segundo o Prof. Raymundo Lima,

“fenômenos como ‘conformidade’, ‘disciplina’, ‘bloqueios’, ‘filtragens’, ‘contágio social’, a influência do ‘poder’, a ‘submissão’, as ‘distâncias sociais’, ‘barreiras psicológicas’, a ‘psicose de massa’, o ‘vigiar e punir” de uns contra outros para que ninguém seja a si próprio, a delação ou dedurismo como prática corriqueira de difícil verificação e confrontação com a verdade, o ‘narcisismo das pequenas diferenças’ proposto por Freud, a ‘regressão dos indivíduos a condição de massa’ (conforme dito de Adorno: o fascismo ao manipular as massas, faz “psicanálise às avessas”), etc.”

Diante de todos estas mensagens através deste veículo (intracefet) fico pensando (como indivíduo e não como grupo) na quantidade de elementos em comuns citados pelos autores, usados pelos discursos dos nossos esquerdistas (em plantão permanente), ou daqueles que se colocam como representantes de sindicatos, movimentos sociais, representantes dos grupos vulneráveis, etc. Como disse Lima, continua sendo atual o discurso do professor Ross, proferido no final de “A onda”:

“Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós. Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que a história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’. Nossa experiência foi um sucesso. Terão ao menos aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder? E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter que suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de um sonho”.

Lembrando dos policiais mortos, alguem está a buscar leis para distinguir os policiais do resto da população, estes sim morrendo às moscas, e que deveriam ser protegidos ou gozar de regalias? Claro que não. Só coloquei policiais como exemplo por estes correrem perigo como função do Estado, são seus representantes, alem de desorganizados é claro. Muito diferente de quem faz da sua própria vida uma jornada perigosa como os usuários de drogas, banhistas da praia de Boa Viagem em Recife, os profissionais do sexo , namoradas com namorados imaturos que não suportam o NÃO da separação (e matam) e todos aqueles que têm “ligações perigosas”.

Como na história do sapateiro, qualquer verdade é meia-verdade se não se investigar um pouco mais.

Portanto, que autonomia é esta que não dá independência de pensamento? Os últimos versos de Cântico Negro do inspirado José Régio podem ser o início de uma resposta...

(...) Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Lamartine Neto

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Link para download do filme "A Onda":
http://www.filesonic.com/file/16380987/A%2BONDA%2B-%2B2008.7z

Link para o texto ‘A onda’ e o irracionalismo dos grupos (comentário sobre o filme “A onda”) escrito por Raymundo de Lima
http://br.monografias.com/trabalhos906/a-onda-irracionalismo/a-onda-irracionalismo.shtml

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