Olavo de Carvalho completou 67 anos nesta terça-feira, 29 de abril, o dia em que comemorei o
recorde de 1.217.590 visitas que meu blog recebeu na véspera. Isto seria impossível – tanto o espaço que ocupo hoje quanto o recorde – se não existisse a obra do maior educador brasileiro vivo (e, por isso mesmo, o mais odiado e difamado do país), que facilitou a minha compreensão da cultura ambiente e apontou o caminho para que me elevasse acima dela.
Na grande imprensa, que se derrama anualmente por qualquer Chico Buarque da patota, não houve nem uma palavra sobre o seu aniversário, é claro. Nas redes sociais, dezenas de milhares de leitores e alunos lhe prestaram a merecida homenagem, ainda que ele cisme em dizer: “Isto é muito mais do que mereço”, com o que seus “críticos” decerto concordam.
Falar em críticos de Olavo de Carvalho sem aspas é impossível, porque só o que há – para além dos ingratos vaidosos que aprenderam com ele, mas fingem ter descoberto tudo sozinhos – são militantes do anti-olavismo, que nunca leram um livro sequer do autor, muito menos escreveram uma crítica ou têm uma obra própria a apresentar, mas se julgam aptos para condenar a sua pessoa, o seu pensamento e os seus alunos, como se estes nunca tivessem estudado mais nada senão a sua obra mesma – e como se esta não levasse a outras milhares.
Para que os incautos não caiam no engodo desses impostores cínicos (como os que comentarão no seu compartilhamento, leitor), e para que uma nova geração de jornalistas crie vergonha na cara ao menos durante esses 3 anos até Olavo completar 70, faço aqui um resuminho educativo, incluindo (no item VI) o prefácio que escrevi para o seu
best seller, idealizado e organizado por mim,
O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, um dos livros mais vendidos do Brasil em 2013 e 2014.
Só os idiotas, de fato, não sabem ainda que #OlavoTemRazão.
Parabéns, professor. A minha gratidão é eterna como o seu legado.
I. OS ADMIRADORES:
Em sentido horário: Jorge Amado, Carlos Heitor Cony, Paulo Francis, José Osvaldo de Meira Penna, Herberto Salles, Rodrigo Gurgel, Ângelo Monteiro, Roberto Campos. No centro: Bruno Tolentino
“Admiro Olavo de Carvalho não apenas pelo alto valor de sua obra intelectual, que inclui livros importantes sobre a filosofia aristotélica, sobre o relacionamento entre Epicuro e Marx e sobre a ‘revolução cultural’ provocada por Gramsci, mas também pelo vigor polêmico com que está enfrentando o que ele mesmo classifica como as ‘atualidades inculturais brasileiras’.”
J. O. DE MEIRA PENNA
“Temível inteligência e imbatível domínio filosófico.”
ÂNGELO MONTEIRO
“Olavo de Carvalho vai aos filósofos que fizeram a tradição ocidental de pensamento, dando ao leitor jovem a oportunidade de atravessar esses clássicos.”
PAULO FRANCIS
“Estupendo. Sua obra tem como que o sopro de uma epopéia da palavra, a palavra destemidamente lúcida e generosamente insurgente, rebelde e justa, brava e exata.”
HERBERTO SALES
“De reconhecida competência na área da filosofia, tem obtido grande sucesso tanto em suas pesquisas como no trato com seus alunos.”
JORGE AMADO
“Curiosamente, [Otto Maria] Carpeaux e Olavo [de Carvalho] não se conheceram. Um dos desencontros que eu considero mais cruéis do destino, uma vez que os dois, guardadas as posições radicalmente pessoais de cada um, tinham um approach idêntico da condição humana. Até mesmo na capacidade da exaltação e da polêmica. De minha parte, considero-me redimido por encontrar na
presente edição das obras de Carpeaux o sonho que persegui durante anos mas para a qual não tive tempo e competência para realizá-lo.”
CARLOS HEITOR CONY
“Inexaurível erudição e incontornável honestidade intelectual… O clarim de uma adiada e temida ressurreição da independência crítico-filosófica da nação.”
BRUNO TOLENTINO
“Filósofo de grande erudição.”
ROBERTO CAMPOS
“Olavo de Carvalho leva-nos mais longe na busca pela sabedoria, salientando que não esquecer nossa condição mortal é o ponto de partida da investigação metafísica. Aqui, ele ultrapassa a filosofia – e assemelha-se aos mestres da espiritualidade monástica, que recomendam a reflexão sobre a própria morte para curar uma das mais nocivas doenças da alma: a acídia.”
RODRIGO GURGEL
*****
Mas não foi desses renomados intelectuais brasileiros o elogio favorito do filósofo:
“O maior elogio que já recebi na vida foi quando dei trinta reais a um mendigo negão no Rio de Janeiro. Ele olhou as notas com ar incrédulo e me chamou de CB: Çangue Bão. Vale por um Prêmio Nobel.” (O. de C.)
Veja também a lista mais completa:
Imperdível também as
notas do autor sobre admiração – “um sentimento que se tornou raro e quase proibitivo no Brasil dos últimos anos” e que os idiotas confundem com puxa-saquismo.
II. OBRAS DE OLAVO DE CARVALHO
Em 26 de agosto de 2013, Olavo postou no Facebook a seguinte introdução à lista de seus livros, trabalhos editoriais, vídeos e cursos, que segue no link abaixo:
MODESTA CONTRIBUIÇÃO À EDUCAÇÃO DOS MEUS CRÍTICOS
Como determinados sujeitos adquiriram o hábito de condenar integralmente a minha obra com base em dois ou três programas de rádio que ouviram e um ou dois artigos de mídia que leram, forneço aqui uma breve lista dos meus trabalhos, a qual, embora ainda incompleta, lhes dará os recursos essenciais para que, conhecendo o meu pensamento com base documental suficiente, possam, com aquela pujança intelectual que os caracteriza, demoli-lo, desmascará-lo, reduzi-lo a pó num estalar de dedos e brilhar ante seus queridos aluninhos e devotas leitoras para todo o sempre. Peço aos visitantes desta página que, quando lerem por aí análises profundíssimas da minha pessoa e obra como aquelas que me dedicaram os srs. Apanhman, Bostone, Pirula, Poeteu e tutti quanti, sem contar outros mais conhecidos nos meios universitários e jornalísticos, enviem cópias desta lista aos autores de tais maravilhas, para reforçá-los naquele sentimento de domínio absoluto do assunto, que os levou a escrever o que escreveram.
VER A LISTA DAS OBRAS (até fim de 2013) –
AQUI.
III. O ANTI-OLAVISMO
Organizei abaixo algumas respostas de Olavo de Carvalho às vigarices da militância:
1) Teses fundamentais
Teses fundamentais da filosofia do Olavo de Carvalho, refutadas e reduzidas a pó por Frank Jaava, Pirula, Maestro Bogs, Punheteu, Paulo Ghiraldelli, Eli Vieira e uma plêiade de outros doutores em filosofia internacionalmente reconhecidos:
1. A Pepsi faz adoçante com fetos abortados.
2. O Sol gira em torno da Terra.
3. O destino está nos astros, ligue já!
4. O petróleo não é combustível fóssil.
5. Cigarro não faz mal à saúde.
6. Lula é comunista.
7. Tudo neste mundo é decidido por meia dúzia de conspiradores.
Depois disso, que resta da obra desse astrólogo embusteiro metido a filósofo? Nada, picas, p@*** nenhuma. O homem está destruído, acabado, f****inho da silva. Só quem o leva a sério são jovens semi-analfabetos, olavettes que o idolatram e o obedecem cegamente.
2) Truques
É a mesma coisa de sempre: pepsi-cola, geocentrismo, cigarros, astrologia. Esse sujeito diz que leu, mas não leu nada, apenas reuniu várias críticas youtubísticas, todas baseadas nos mesmos truques de dar sentido absoluto a afirmações relativas, inflar hiperbolicamente o que eu disse ou negar fatos só porque parecem estranhos aos ouvidos de quem não os conhece. Vejam e dêem sua opinião livremente, like it or hate it.
Os anti-olavistas em atividade não têm a mínima idéia do que se passa no debate científico internacional e por isso não sabem que as leis científicas que aprenderam no ginásio continuam sendo discutidas, contestadas e aperfeiçoadas no mundo civilizado. Imaginam que elas são verdades definitivas das quais só um louco ousaria duvidar. Para complicar mais as coisas, eles não conhecem duas regras elementares de lógica, segundo as quais (1) negar uma afirmação não é afirmar a sua oposta e (2) negar as provas de uma afirmação não é negar a afirmação mesma. Assim, pois, se digo que não há provas cabais do heliocentrismo e que a questão continua em discussão, concluem que estou defendendo o geocentrismo e, pior, fazendo-o contra todo o consenso cientítico atual. E, se digo que a teoria de Newton se baseia em premissas metafísicas que em si mesmas são impossíveis de provar (espaço e tempo absolutos), concluem que “refutei a lei da gravidade” e que portanto sou um doido. Soma-se a isso a compulsão irresistível de dar sentido absoluto a afirmações relativas, ou de atribuir a mim a autoria de notícias que simplesmente retransmiti de passagem, e tem-se então o panorama completo da mentalidade anti-olavista, ela mesma, talvez, o mais nítido sintoma da estupidez nacional.
OBS: Uma resposta à difamação sobre a Pepsi pode ser vista
neste vídeo.
3) Astrólogos
Trabalhei de astrólogo por dois anos, entre 1978 e 1980. Por achar que a técnica astrológica, embora não totalmente desprovida de valor, não entregava os bens que prometia, larguei a profissão há 33 anos. Daí as Genizahs e os Ghiraldellis tiram a conclusão altamente científica: “Olavo de Carvalho não é filósofo, é astrólogo.” Com muito mais razão, tendo em vista o maior tempo de prática, deveriam concluir também que:
Fernando Pessoa [foto 1] não foi poeta, foi astrólogo.Henry Miller [foto 2] não foi escritor, foi astrólogo.Johannes Kepler não foi astrônomo, foi astrólogo.Carl G. Jung não foi psiquiatra, foi astrólogo.Sto. Alberto Magno não foi frade nem filósofo, foi astrólogo.Mohieddin Ibn ‘Arabi não foi filósofo, foi astrólogo.Francis Bacon não foi filósofo, foi astrólogo.Roger Bacon não foi frade nem cientista, foi astrólogo.Giordano Bruno não foi filósofo, foi astrólogo.Tommaso Campanella não foi escritor, foi astrólogo.Geoffrey Chaucer não foi escritor, foi astrólogo.Nicolau Copérnico não foi astrônomo, foi astrólogo.William Drummond não foi poeta, foi astrólogo.Abraham Ibn Ezra não foi rabino nem filósofo, foi astrólogo..Marsilio Ficino não foi filósofo, foi astrólogo.Philip Melanchton não foi teólogo protestante, foi astrólogo.Galileu Galilei não foi matemático, foi astrólogo.
Hipócrates não foi médico, foi astrólogo.André Breton não foi poeta, foi astrólogo.Raimundo Lulio não foi filósofo, foi astrólogo.John Napier não foi matemático, foi astrólogo.Carl von Reichenbach não foi químico, foi astrólogo.O Papa Silvestre II não foi papa, foi astrólogo.William Butler Yeats não foi poeta, foi astrólogo.
E assim por diante. A erudição dos meus críticos me deslumbra cada vez mais.
4) Erros
Em
6 de setembro de 2013, respondendo àqueles que usam erros banais de detalhe para invalidar a obra inteira e desmerecer o autor:
Aristóteles escreveu que as mulheres têm mais dentes que os homens. Se fosse brasileiro, haveria mil pirulas em cada esquina para zombar: Filósofo? Ha-Ha-Haaaaaaaa!
5) Anti-Olavettes
IV. COMO SUPERAR OLAVO DE CARVALHO (segundo ele mesmo)
§ 1: Se você está tão ansioso para superar o Olavo de Carvalho, é fácil:
(1) Escreva dezesseis livros melhores que os dele, sem contar milhares de artigos de jornal não recolhidos em livros, e mais 20 mil páginas de aulas transcritas;
(2) Eduque alguns milhares de pessoas;
(3) Fure, sozinho, o bloqueio esquerdista na mídia e abra espaço para dezenas de opinadores dissidentes que antes não tinham a menor chance;
(4) Introduza na cultura do seu país algumas centenas de autores e livros indispensáveis, até então amplamente desconhecidos no meio editorial, acadêmico e jornalístico nacional;
(5) Produza, ao longo de décadas, análises políticas com previsões acertadas, em assuntos onde todo mundo errava;
(6) Escreva num estilo tal que mereça aplausos de escritores do porte de um Josué Montello, de um Herberto Sales, de um Antonio Olinto, de um Jorge Amado.
(7) Sem nunca ter feito um curso universitário, receba convites para dar conferências na Unesco, na Universidade Georgetown, na Atlas Foundation, no Unilog, no Hudson Institute e em mais não sei quantas instituições culturais e acadêmicas internacionais;
(8) Obtenha do governo dos EUA um certificado de que você é autor de uma obra literária e filosófica de valor internacional, habilitado portanto a receber um visto de permanência em razão das contribuições relevantes que possa fazer à cultura americana. Feito isso, cante vitória. Eu serei o primeiro a aplaudi-lo.
§ 2: Em qualquer campo da atividade humana, para superar alguém você tem de CONCORRER com ele na mesma atividade em que ele se destacou. Se é futebol, você tem de jogar futebol. Se é música, você tem de tocar música. Entendeu ou quer que eu desenhe? Se você quer, portanto, superar alguém que se destacou como escritor, filósofo, jornalista e educador (e – a pedidos – “até astrólogo”), você tem de começar a concorrer com ele nesses campos, criando uma obra de escritor, filósofo, jornalista e educador (“e até astrólogo”). A pergunta, então, é: Quando vai começar? Se tudo o que você faz é falar mal do sujeito e pentelhá-lo com mensagens ranhetas no Facebook, você não está concorrendo com ele de maneira alguma, e não poderá superá-lo JAMAIS. Você não está atuando no campo dele e sim no da PENTELHAÇÃO, onde ele não se destacou no mais mínimo que fosse e no qual dificilmente ele desejará concorrer com você.
§ 3: Ninguém jamais construiu uma obra notável em qualquer área de atividade movido pelo desejo de superar alguém. Se você entra em campo com essa idéia, em vez de tentar prestar ao distinto público algum serviço que ele considere relevante, o distinto público não vai lhe prestar a mais mínima atenção, porque só quem está interessado em alardear que você é maior do que fulano ou beltrano é você mesmo e, na mais generosa das hipóteses, talvez a sua mãezinha.
§ 4: Se você está tão interessado em superar fulano ou beltrano, tudo o que você faz é em função dele e não de algum objetivo próprio e distinto. Você não terá portanto nenhuma existência própria e nunca passará de uma sombra, apêndice ou até caricatura daquele a quem deseja superar. Beethoven não se tornou Beethoven porque desejasse superar Haydn, mas porque desejava compor as músicas de Beethoven. Quando você vai parar de pensar no Olavo de Carvalho e começar a pensar no que quer fazer da sua porca vida?
§ 5: Lamento plagiar a Campanha da Fraternidade, mas, de fato, só o amor constrói. Pare de encher o saco e comece a fazer alguma coisa boa, ok?
V. ENTREVISTA DE OLAVO DE CARVALHO A GUILHERME MACALOSSI
Trecho: “Se o sujeito está seriamente desconfiado de que ele é um idiota, e em geral tem razão, então ele tem motivos para se sentir ofendido pelo título [do livro "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota"]. Agora: a mim, se me oferecem uma chance para deixar de ser um idiota, eu agarro essa chance com muita gratidão, como tive essa chance muitas vezes na vida. A idiotice é o destino do ser humano. Ninguém nasce sabendo. E nós, desde que nascemos, nós vivemos situações que são infinitamente mais complexas do que a nossa inteligência pode alcançar. Então estamos sempre sendo atropelados pela complexidade dos fatos. Então a idiotice é uma espécie de destino, é difícil escapar disso. Se alguém lhe oferece uma chance, estende uma corda quando você está se afogando, você tem que ficar grato em vez de ficar ofendido.”
Em outra ocasião, aliás, Olavo já sentenciou:
“A facilidade de sentir-se ofendido é sinal de mesquinharia.”
O mínimo que você precisa saber sobre a idiotice, o autor e o livro
A idiotice
Em grego, idios quer dizer “o mesmo”.
Idiotes, de onde veio o nosso termo “idiota”,
é o sujeito que nada enxerga além dele mesmo,
que julga tudo pela sua própria pequenez.
Olavo de Carvalho
Você conhece pessoalmente algum idiota?
Só de ler a pergunta, talvez já lhe tenham vindo um ou dois à cabeça. Eu mesmo, enquanto escrevo, estou pensando em vários. Quem não conhece, não é? Que os idiotas estão por aí, creio estarmos todos de acordo (você, eu, Platão, Sertillanges, Nelson Rodrigues — um timaço, o nosso). Vou passar para a próxima pergunta.
O que você realmente faz para não ser um idiota, nem ser feito de idiota?
Bom, talvez esta seja um pouquinho mais difícil. Talvez você precise de um momento de reflexão e autoanálise. Se quiser, pode desviar os olhos do livro (eu costumo olhar para os pés) e pensar por mais alguns segundos em suas atividades anti-idiotice. Pensou?
Agora confesse: você já se fez essa pergunta antes? Sim? Não? Inconscientemente? Formulada de outra maneira? Ok. Mas alguma vez, ou agora, você respondeu a si mesmo, por exemplo, que estuda as estratégias dos canalhas? Seus métodos? Suas técnicas de manipulação? Suas ocultações? Seu legado no ambiente cultural?
Diga-me: como você pretende não ser um idiota, nem ser feito de idiota, se você pouco ou nada sabe sobre a história e os avanços da canalhice? Sim: os avanços. A canalhice é a ciência mais avançada do mundo atual— opera em escala global, inclusive — e o seu resultado é justamente a multiplicação de idiotas que jamais se dão conta de sê-lo.
Lembre-se:
Os pequenos canalhas se aproveitam da idiotice pronta. Os grandes a fabricam.
Nelson Rodrigues já alertava: “O mundo só se tornou viável porque antigamente as nossas leis, a nossa moral, a nossa conduta eram regidas pelos melhores. Agora a gente tem a impressão de que são os canalhas que estão fazendo a nossa vida, os nossos costumes, as nossas ideias. Ou são os canalhas ou são os imbecis, e eu não sei dizer o que é pior. Porque você sabe que são milhões de imbecis para dez sujeitos formidáveis.”
Se estou chamando você de idiota? Claro que não. Estou convidando você a escapar desse estado, ainda que futuro, conhecendo para isso, entre outras coisas, a influência de canalhas (ou imbecis) sobre “a nossa vida, os nossos costumes, as nossas ideias”, “as nossas leis, a nossa moral, a nossa conduta”, através da obra de um (hum) sujeito formidável, que vale por dez. Estou convidando você a enxergar não além, mas muito além do seu umbigo (e em benefício dele), ampliando a sua imaginação para conceber uma realidade infinitamente mais complexa (embora aqui mastigadinha, como se pode ver pelo índice) do que qualquer idiota supõe existir.
É melhor ser persuadido do que ser manipulado.
“Ninguém, hoje em dia”, escreve Olavo de Carvalho, “pode se dizer um cidadão livre e responsável, apto a votar e a discutir como gente grande, se não está informado das técnicas de manipulação da linguagem e da consciência, que certas forças políticas usam para ludibriá-lo, numa agressão mortal à democracia e à liberdade.”
Em outras palavras:
Você não precisa ser um gênio. Mas convém descobrir qual é O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.
O autor
É um grande sinal de mediocridade elogiar sempre moderadamente. (Leibniz)
Olavo de Carvalho é uma inteligência demolidora.
Você vem com a frase feita, ele vem com a britadeira. Você vem com o reflexo condicionado, ele vem com o tratamento de choque. Você vem com o senso comum, ele vem com a história universal.
Para cada ideia compactada em slogan, ele tem um unzip terapêutico. Para cada cretinice repetida pelo processo inconsciente de copy and paste, ele tem um arsenal de rastreadores que localizam a fraude na origem, não sem revelar o seu percurso.
Como um educador de verdade, Olavo dinamita o mal que paralisa a sua inteligência e oferece as ferramentas com as quais você pode erguê-la, deixando claro que não fará isso por você, porque a educação é uma conquista pessoal.
“Educação”, ensina ele, “vem de ex ducere, que significa levar para fora”, exatamente o contrário do que se costuma fazer no Brasil, onde o simples diálogo entre pessoas de áreas profissionais ou “tribos” distintas tornou-se, senão impossível, no mínimo deprimente.
Se as universidades formam habitantes de cada departamento, Olavo orienta você a ser um habitante da cultura. Se as escolas fabricam um exército de militantes, Olavo indica o caminho para voltar a ser gente, de preferência madura. Se a mídia encobre a realidade com eufemismos, Olavo alfabetiza você de novo, chamando as coisas pelo nome, doa a quem doer. Se o empresariado dá provas de ódio ao conhecimento, Olavo dá receitas de como alcançá-lo, incutindo ao mesmo tempo este desejo. Se o ambiente visual urbano torna o essencial indiscernível do irrelevante, Olavo conduz você pela selva, enquanto vai ordenando o caos. Se o acesso a lazeres e prazeres ilimitados infunde nas pessoas um sentimento de culpa traiçoeiro, Olavo mostra com quantos sacrifícios se restitui a sanidade, em prol de uma felicidade duradoura.
Tudo com o mais autêntico bom humor. Tudo com o mais envolvente dos estilos.
Seja em livros, artigos de jornal, apostilas de curso, aulas, vídeos ou programas de rádio, Olavo une a linguagem popular à alta cultura, no todo e nas partes, variando apenas, de acordo com o formato, a intensidade de cada uma, mas sempre com o poder de educar e divertir ao mesmo tempo os seus milhares de leitores, ouvintes e alunos, e com a coragem de expor ao ridículo a quadrilha de “intelectuais” que corrompe o país.
É um homem de fé, sem dúvida. “A fé”, dizia José Ingenieros, “se confirma no choque com as opiniões contrárias; o fanatismo teme vacilar diante delas e intenta afogá-las, enquanto agonizam suas velhas crenças”. Incapazes de manter suas ideias de pé no choque com as opiniões e argumentações demolidoras de Olavo, seus adversários tentam afogá-las, marginalizá-las e xingá-las — não raro fingindo-se alvos de insultos injustificados ou afetando superioridade à base de risadinhas — no intuito de afastar o público do mais breve contato com o autor.
Se você quiser obedecer ao comando e maldizê-lo sem ler ou fugir, fique à vontade.
Olavo de Carvalho não é para frouxos.
O livro
Regra: a busca da perfeição não é nada se não for inseparável da necessidade de difundir todo o bem que se possui. (Louis Lavelle)
Este livro é fruto espontâneo dos meus estudos da obra de Olavo de Carvalho e da necessidade incontornável de divulgá-la aos amigos, parentes, leitores e brasileiros em geral, da maneira que julgo mais objetiva, educativa e contundente para despertar suas inteligências e orientá-los em questões fundamentais da existência e da convivência humanas, sem deixar de mostrar como o ambiente cultural do país e a canalhice global interferem em cada uma.
Dado o abismo cada vez maior entre o universo midiático-educacional e a realidade, e portanto entre o povo exposto às classes falantes e os verdadeiros sábios, as recomendações de leituras esparsas via e-mail ou link nas redes sociais, muito embora importantes, não me pareciam suficientes para cumprir estes objetivos, de modo que tratei de montar um material ao mesmo tempo consistente e abrangente que eu pudesse atirar no colo das pessoas ao meu redor, sobretudo as mais dispostas a discutir o que não estudaram, e dizer:
“Toma. Sem isto aqui, não dá nem para começar a conversar.”
Sim. É verdade que Olavo de Carvalho publicou outros livros extraordinários, que também devem ser lidos por quem queira avançar na vida intelectual, mas nenhum deles facilita tanto a vida do leitor comum — leigo ou iniciante em assuntos políticos e técnicas filosóficas — quanto este, do qual só não se pode dizer que o pega pela mão porque seria mais correto dizer que o pega pela orelha, não sem lhe dar umas boas e merecidas palmadas por ter vivido tanto tempo como um bichinho, sem saber que diabos está acontecendo.
Se “a suprema alegria de um professor (…) é a de poder abrir a seus alunos um horizonte bem maior que a circunferência de um prato de lentilhas”, a do organizador de sua obra é torná-la ainda mais atraente e acessível ao grande público, em prol da formação de uma elite pensante não apenas capaz de distinguir um prato de lentilhas de todo o legado da cultura universal, mas também de perceber que a absorção deste último pode ser bem mais nutritiva.
Em busca deste resultado, nada mais natural do que recorrer aos artigos jornalísticos de Olavo de Carvalho, chamarizes instigantes de uma obra quase inabarcável e sob o impacto dos quais muitos de seus leitores — os menos frouxos, modéstia à parte — saem em busca de suas aulas, descobrindo, então, as dimensões infinitamente maiores da sabedoria do filósofo — para muito além, é claro, da caricatura que dele fazem seus adversários políticos e do próprio rótulo de “polemista”, quase sempre usado no Brasil para rebaixar quem exibe provas, documentos e análises lógicas irrefutáveis a um nível igual ou inferior ao daqueles que fazem discurso histérico-militante.
Na maior parte dos casos, a polêmica está nos olhos de quem não lê.
Este livro, no entanto, não é uma simples compilação de artigos, mas sim uma compilação de temas essenciais — todos eles renegados à obscuridade no país —, sobre os quais os artigos vêm lançar luz, importando para a seleção menos a data e o veículo em que foram publicados do que o potencial de cada um em iluminar esses temas, ainda que, em favor da abrangência, eu tenha priorizado os mais sintéticos entre os milhares que reli ou descobri durante este trabalho, enquanto me perdia, como tantos leitores, ouvintes e alunos, nas páginas virtuais do site de Olavo de Carvalho.
Tratei, pois, não apenas de organizar aquele empilhamento sem fim de textos, mas de resgatar na obra jornalística recente e antiga do autor o que ela tem de atemporal, de ferramenta útil à compreensão da realidade em outras circunstâncias para além daquelas das quais cada texto emergiu, não sem a intenção de exemplificar o quanto o jornal também é, ou deveria ser, um espaço para análises capazes de sobreviver ao tempo — e até de prever, com acerto, uma infinidade de acontecimentos —, sendo bem mais do que o simples comentário das notícias da semana. Não é porque a notícia envelhece, afinal, que a reflexão correspondente deve envelhecer junto.
Se há (e garanto: como há!) uma dificuldade em agrupar textos de Olavo de Carvalho por temas para fins editorais, isto se deve não à obsolescência deles, mas, pelo contrário, ao fato de o autor buscar sempre a unidade por trás das manifestações isoladas e os fundamentos por trás das discussões públicas, o que torna cada texto seu um amálgama (duradouro) dos elementos mais díspares, entre os quais só um organizador irresponsável (ou obsessivo) como eu ousaria procurar um fio condutor interno e comum a outros textos, capaz de justificar o nome e a composição de capítulos e seções — uma raridade compreensível, aliás, em seus livros, cujas seleções costumam ser justificadas apenas pelo título geral da obra e limitadas aos artigos recentes.
De todo modo, como os textos de Olavo de Carvalho são sobre tudo e mais alguma coisa, cada capítulo deste livro contém um tanto dos temas de outros; e, portanto, nenhum se esgota em si mesmo, mas sim fornece a base mínima para a compreensão dos demais. Por exemplo: como falar de Cultura sem falar de Conhecimento? Pior: como falar de Obama sem falar de Mídia, Ocultação e Manipulação? No entanto, há seções ou capítulos isolados com cada um (ou dois) desses nomes, podendo o leitor recorrer às suas especificidades para entender melhor o todo, sem deixar de ter alguma visão do todo dentro de cada um.
Se seguir a ordem é importante? Sim e não. Ela tem decerto um propósito, qual seja, o de guiar o leitor a partir das questões individuais de formação da personalidade, de busca da sinceridade, do sentido da vida e do conhecimento, de obtenção enfim das ferramentas mentais e morais necessárias para não ser um idiota, para depois introduzi-lo gradativamente (ou violentamente, dependendo do caso) em problemas culturais, sociais, políticos e intelectuais, cujos efeitos sobre a sua visão de mundo, a sua psique e as suas ações são bem maiores do que ele (você?) talvez imaginasse antes.
Por viver no Rio de Janeiro (e no facebook), entre inúmeras pessoas que só de ouvir a palavra “política” saem correndo desinteressadas do que quer que se diga depois, quisera eu ter empurrado para o fim — ou para fora — deste livro as partes referentes a ela, mas a culpa não é minha nem de Olavo de Carvalho se a politização de tudo, da linguagem à vida humana, foi e é instrumento e causa da idiotização geral, da qual já não se pode escapar sem entender minimamente a atuação dos grupos que disputam ou monopolizam o poder, manipulando e demolindo as consciências. Se o capítulo Revolução, portanto, vem antes de Educação, Religião e Linguagem, por exemplo, é porque já não se pode compreender o estado destas sem compreender o estágio daquela.
Contudo, convém ressaltar: este é um livro educativo; não didático. O leitor seguramente encontrará pelo caminho referências a questões que só serão examinadas em detalhe mais adiante — ou mesmo fora do livro, posto que seu objetivo também é servir de convite à obra do autor —, de modo que pode usar e abusar da liberdade de escolher a sua própria ordem de leitura e até os temas de sua predileção, como se estivesse diante de uma minienciclopédia carvalheana, eterna fonte de consultas para esclarecimentos variados.
Se, em vez de encher o índice de descrições, usei apenas uma palavra (Vocação; Inveja; Democracia) para nomear os capítulos, e uma ou duas — ora em par (como Analfabetismo & Glória; História & Besteirol), ora em oposição (como Sociedade x Culpa; Revolucionários x Mundo Melhor) — para as seções, não é (só) porque sofro de TOC literário (e você não imagina com que dor me rendi ao famigerado “Mundo Melhor”, composto por abomináveis duas palavrinhas em vez de uma), nem (só) porque quero atrair o maior número de leitores, mas pelo simples fato de que, salvo algum novo padrão revolucionário de conduta, ninguém vai a um restaurante (nem a um bordel, soprou-me o diabo) para comer o cardápio. Quanto mais preciso e visual ele for, creio, mais favorecerá o apetite — agora e para sempre.
De resto, só a assimilação do conteúdo fará o leitor notar que Gayzismo, por exemplo, não é, no mundo real, um capítulo isolado como é no livro; mas se alguns temas não vêm dentro de outros que o englobam ou que lhe deram origem, é justamente pelo motivo citado, isto é: eu não quis transformar o índice em uma árvore genealógica mais complexa do que já é, incluindo itens como o 3.7.4.2 da seção 5.6.1 do capítulo 8 parte B; muito menos deixar metade do livro dentro do capítulo Revolução. Ou seria Criminalidade?
Jorge Luis Borges escreveu em O Aleph: “O que viram meus olhos foi simultâneo; o que transcreverei, sucessivo, pois a linguagem o é. Algo, entretanto, registrarei.” Olavo de Carvalho, como Borges, vê tudo simultaneamente na realidade, transcreve de forma sucessiva em cada texto — embora muitos pareçam em 3-D —, e eu, contando que o leitor vai tirar conclusões menos do índice do que da leitura do livro, organizo-os de forma sucessiva, também, por seções e capítulos. Algo, entretanto, registraremos.
Neste “algo”, estará decerto o analfabetismo funcional e moral das classes falantes, tema recorrente na obra do autor e no presente livro, ainda que este não seja uma documentação, como o best seller O imbecil coletivo, da “redução da vida intelectual a megafone de interesses partidários” através da análise do discurso de seus representantes. Digo isto para o caso de leitores desconfiados ou mal-intencionados não encontrarem nesta compilação — temática, repito — prova suficiente de que o sistema de ensino e os meios de comunicação brasileiros foram quase inteiramente ocupados pela pseudointelectualidade esquerdista, já que aqui a prioridade é, além de descrever o quadro geral, oferecer, em doses homeopáticas, os meios de descontaminação moral e linguística de seus venenos idiotizantes.
Da juventude à maturidade, do fingimento à sinceridade, da economia à cultura, da ciência à religião, da linguagem à discussão, da militância à vocação, do regime militar ao petismo de Lula e Dilma, do governo de George W. Bush ao de Barack Hussein Obama (passando pela Guerra do Iraque e pela crise financeira americana), da democracia à ditadura mundial, do capitalismo ao socialismo — de tudo a mais um pouco, enfim, não há tema obscuro que os donos do microfone não obscureçam ainda mais. E não há melhor antídoto para o provincianismo mental brasileiro do que ler Olavo de Carvalho.
Este livro, cuja gestação também me serviu de automedicação, é, portanto, uma tentativa dupla: a de organizar o saber — “condição mais óbvia para o desenvolvimento da inteligência”, segundo Olavo — e a de compartilhá-lo, a fim de “levar para fora” o leitor e consolidar aquilo que o nosso maior filósofo e educador definiu em “Espírito e cultura: o Brasil ante o sentido da vida”:
Acontece que a esse impulso fundamental [para o conhecimento] corresponde um outro, derivado mas não menos forte: aquele que leva o homem que entreviu a ordem e o sentido a desejar repartir com os outros homens um pouco daquilo que viu. Não há certamente maior benefício que se possa fazer a um semelhante: mostrar-lhe o caminho do espírito e da liberdade, pelo qual ele pode se elevar a uma condição que, dizia o salmista, é apenas um pouco inferior à dos anjos. Tal é, substancialmente, a forma concreta do amor ao próximo: dar ao outro o melhor e o mais alto do que um homem obteve para si mesmo. Amamos o nosso próximo na medida em que o elevamos à altura dos anjos. Fazemos-lhe o mal quando o rebaixamos à condição de bichinho, seja com maus-tratos, seja com afagos. Nessas duas exigências está contida, dizia Cristo, toda a lei e os profetas.
Neste livro está contido, digo eu, um pouco do melhor e do mais alto que obtive para mim mesmo.
Eu vi Olavo de Carvalho. E agora o reparto com você, leitor, na esperança de que também se afaste da condição de bichinho e se eleve à altura dos anjos.
Se eu acho que você deve agradecer a mim, à Editora Record e a quem lhe indicou ou deu de presente este livro por tamanho gesto de amor?
“Ora porra!”, como diria Olavo.
Sem dúvida que sim.