Marxismo cultural
Escrito por Linda Kimball*
15 de fevereiro de 2007
A verdade vos libertará.
João 8:32
Os americanos subscrevem atualmente a duas más-concepções;
a primeira é a ideia de que o comunismo deixou de ser uma ameaça quando a União
Soviética implodiu; a segunda é a crença de que a Nova Esquerda
dos anos sessenta entrou em colapso e desapareceu também. “Os
Anos Sessenta Estão Mortos,” escreveu George Will (“Slamming the Doors,”
Newsweek, Mar. 25, 1991).
Uma vez que, como um movimento político, a Nova Esquerda não tinha
coesão, ela desmoronou-se; no entanto, seus revolucionários reorganizaram-se e formaram uma multitude de grupos dedicados
a um só tópico. É devido a isto que hoje temos as feministas radicais, os extremistas dos movimentos negros,
os ativistas “pela paz”, os grupos dedicados aos “direitos” dos animais, os
ambientalistas radicais, e os ativistas homossexuais.
Todos estes grupos perseguem a sua parte da agenda radical através
duma complexa rede de organizações tais como a “Gay Straight Lesbian Educators Network”
(GSLEN), a “American Civil Liberties Union” (ACLU), “People for the American
Way”, “United for Peace and Justice”, “Planned Parenthood”, “Sexuality
Information and Education Council of the United States” (SIECUS), e a “Code
Pink for Peace”.
Tanto o comunismo como a Nova Esquerda encontram-se vivos e de boa
saúde aqui na América, preferindo usar palavras de código tais como: tolerância, justiça social, justiça econômica, paz, direitos
reprodutivos, educação sexual e sexo seguro, escolas seguras, inclusão,
diversidade e sensibilidade. Tudo
junto, isto é marxismo cultural mascarado de multiculturalismo.
O nascimento do multiculturalismo
Antecipando a tempestade revolucionária que iria batizar o mundo
num inferno de terror vermelho, levando ao nascimento da terra prometida de
justiça social e igualdade proletária, Frederich Engels escreveu
Todas as (…) grandes e pequenas nacionalidades estão destinadas a
desaparecer (…) na tempestade revolucionária mundial (…). (Uma guerra global)
limpará todas (…) as nações, até os seus nomes. A próxima guerra mundial
resultará no desaparecimento da face da Terra não só das classes reacionárias
(…) mas (…) também dos povos reaccionários. (“The Magyar Struggle”, Neue Rheinische
Zeitung, Jan. 13, 1849)
Quando a Primeira Grande Guerra terminou, os socialistas
perceberam que algo não havia corrido bem, uma vez que os proletários do mundo
não haviam prestado atenção ao apelo de Marx de se
insurgirem em oposição ao capitalismo como forma de abraçarem, no seu lugar, o
comunismo. Devido a isto, estes mesmos socialistas começaram a investigar o que
havia corrido mal.
Separadamente, dois teóricos marxistas, Antonio Gramsci (Itália)
e Georg Lukacs (Hungria),
concluíram que o Ocidente cristianizado era o obstáculo que impedia a chegada
da nova ordem mundial comunista.
Devido a isto, eles concluíram que, antes da revolução ter
sucesso, o Ocidente teria que ser conquistado. Gramsci alegou que, uma vez que
o Cristianismo já dominava o Ocidente há mais de 2 mil anos, não só esta
ideologia estava fundida com a civilização ocidental, como ela havia corrompido
a classe operária.
Devido a isso, afirmou Gramsci, o Ocidente teria que ser previamente descristianizado
através duma “longa marcha através da cultura”.
Adicionalmente, uma nova classe proletária teria que ser criada. No seu
livro “Cadernos do Cárcere,” Gramsci sugeriu que o novo proletariado fosse composto por criminosos,
mulheres, e minorias raciais. Segundo Gramsci, a nova frente de
batalha deveria ser a cultura, começando pela família tradicional e absorvendo por completo as
igrejas, as escolas, a grande mídia, o entretenimento, as organizações civis, a
literatura, a ciência e a história. Todas estas instituições teriam de ser transformadas radicalmente e a ordem social e cultural teria que ser gradualmente subvertida de modo a
colocar o novo proletariado no topo.
O protótipo
Em 1919, Georg Lukacs tornou-se
vice-comissário para a Cultura do regime bolschevique de curta duração de Bela
Kun, na Hungria. Imediatamente ele colocou em marcha planos para
descristianizar a Hungria, raciocinando que, se a ética sexual cristã pudesse ser fragilizada junto à crianças, então
o odiado patriarcado bem como a Igreja sofreriam um duro golpe.
Lukacs instalou um programa de educação sexual radical e palestras sexuais foram organizadas;
foi distribuída literatura contendo imagens que instruíam graficamente os jovens a enveredar pelo “amor
livre” (promiscuidade) e pela intimidade sexual (ao mesmo tempo que a mesma literatura os encorajava a
ridicularizar e a rejeitar a ética moral cristã, a monogamia e a autoridade da
igreja). Tudo isso foi acompanhado por um reinado de terror cultural perpetrado contra
os pais, sacerdotes e dissidentes.
Os jovens da
Hungria, havendo sido alimentados com uma dieta constante de neutralidade de
valores (ateísmo) e uma educação sexual radical, ao mesmo tempo que eram
encorajados a revoltarem-se contra toda a autoridade, facilmente se transformaram em
delinquentes que
variavam de intimidadores e ladrões menores, para predadores sexuais,
assassinos e sociopatas.A prescrição de Gramsci e os
planos de Lukacs foram os precursores do que o marxismo cultural,
mascarado de SIECUS, GSLEN, e a ACLU – agindo como executores da lei
judicialmente aprovados – mais tarde trouxe às escolas americanas.
Construindo uma base
No ano de 1923 foi fundada na Alemanha de Weimar a Escola de
Frankfurt – um grupo de reflexão marxista. Entre os fundadores encontravam-se
Georg Lukacs, Herbert Marcuse, e Theodor Adorno. A escola era um esforço
multidisciplinar que incluia sociólogos, sexólogos e psicólogos. O objetivo primário da Escola de
Frankfurt era o de traduzir o marxismo econômico para termos culturais.
A escola disponibilizaria as ideias sobre as quais se
fundamentaria uma nova teoria política de revolução (com base na cultura), aproveitando um novo grupo
“oprimido” para o lugar do proletariado infiel. Esmagando a
religião e a moralidade, a escola construiria também um eleitorado junto aos acadêmicos que construiriam carreiras profissionais estudando e escrevendo sobre a nova
opressão.
Mais para o final, Herbert Marcuse –
que favorecia a perversão polimorfa – expandiu o número do novo proletariado de Gramsci de
modo a que se incluíssem os homossexuais, as lésbicas e os transsexuais.
A isto juntou-se a educação sexual radical de Lukacs e as tácticas de terrorismo cultural. A “longa marcha” de Gramsci foi também adicionada à mistura, sendo
ela casada à psicanálise freudiana e às técnicas de
condicionamento psicológico. O produto final foi o marxismo cultural, hoje em dia
conhecido no Ocidente como multiculturalismo.
Apesar disto tudo, era necessário mais poder de fogo intelectual, uma teoria
que patologizasse o que teria que ser destruído. Nos anos 50 a Escola de
Frankfurt expandiu o marxismo cultural de modo a incluir a ideia da “Personalidade
Autoritária” de Theodor Adorno. O conceito tem como premissa a
noção de que o Cristianismo, o capitalismo e a família tradicional geram um
tipo de caráter inclinado ao racismo e ao fascismo.
Logo, qualquer pessoa que defenda os valores morais tradicionais da
América, bem como as suas instituições, é ao
mesmo tempo um racista e um fascista.
O conceito da “Personalidade
Autoritária”
defende também que as crianças criadas segundo os valores tradicionais dos pais
irão tornar invariavelmente racistas e fascistas.Como
conseqüência, se o fascismo e o racismo fazem parte da cultura tradicional da
América, então qualquer pessoa educada segundo os conceitos de Deus, família,
patriotismo, direito ao porte de armas ou mercados livres precisa de ajuda
psicológica.
A influência perniciosa da ideia da “Personalidade Autoritária” de
Adorno pode ser claramente vista no tipo de pesquisas que recebem financiamento
através dos impostos dos contribuintes.
Em agosto de 2003, a “National Institute of Mental Health” (NIMH)
e a “National Science Foundation” (NSF) anunciaram os resultados do seu estudo
financiado com 1.2 milhões de dólares, dinheiro dos contribuintes.
Essencialmente, esse estudo declarou que os tradicionalistas são mentalmente
perturbados. Estudiosos das Universidades de Maryland, Califórnia (Berkeley), e
Stanford haviam determinado que os conservadores sociais… sofrem de “rigidez
mental”, “dogmatismo”, e "aversão à incerteza”, tudo com indicadores
associados à doença mental. (http://www.edwatch.org/ – ‘Social and Emotional Learning” Jan. 26,
2005)
O elenco orwelliano de patologias demonstra o quão longe a longa
marcha de Gramsci já nos levou.
O politicamente correto
Uma ideia correspondente e diabolicamente construída é o conceito
do “politicamente correto”. A sugestão forte aqui é que, para que uma pessoa não seja
considerada “racista” e/ou “fascista”, não só essa pessoa deve suspender o
julgamento moral, como deve abraçar os “novos” absolutos morais: diversidade,
escolha, sensibilidade, orientação sexual, e a tolerância. O
“politicamente correto” é um maquiavélico engenho de “comando e controle” e o seu propósito é a imposição de uma uniformidade de pensamento, discurso e comportamento.
A Teoria Crítica é
outro engenho psicológico de “comando e controle”.
Tal como declarado por Daniel J. Flynn, “a Teoria Crítica, tal como o nome
indica, só critica. O que a desconstrução faz à literatura, a Teoria Crítica
faz às sociedades.” (Intellectual
Morons, p. 15-16)
A Teoria Crítica é um permanente e brutal ataque, através da crítica viciosa, aos cristãos, ao
Natal, aos Escoteiros, aos Dez Mandamentos, às nossas forças militares, e a todos os outros aspectos da sociedade e cultura americana.
Tanto o
“politicamente correto” como a Teoria Crítica são, na sua essência,
intimidações psicológicas. Ambas
são maços de calceteiros psico-políticos através dos quais os discípulos da
Escola de Frankfurt – tais como a ACLU – estão a forçar os americanos a se
submeterem e a obedecerem os desejos e os planos da esquerda. Estes engenhos
desonestos não são mais do que versões psicológicas das táticas de “terrorismo
cultural” de Georg Lukacs e Laventi Beria. Nas palavras de Beria:
A obediência é o resultado do uso da força (…). A força é a
antítese das ações humanizantes. Na mente humana isto é tão sinônimo com
a selvageria, ilegalidade, brutalidade e barbarismo, que é apenas
necessário exibir uma atitude desumana em relação às pessoas para receber
dessas pessoas as posses de força. (The Russian Manual on
Psychopolitics: Obedience, por Laventi Beria, chefe da Polícia Secreta
Soviética e braço direito de Stalin.)
Pessoas com
pensamento contraditório, pessoas que se encontram
“sentadas em cima do muro”, também conhecidos como “moderados”, centristas e RINOs
(ed: RINO = Republicans In Name Only, isto é, falsos republicanos), carregam
consigo a marca destas técnicas psicológicas de “obediência”. De uma forma ou
outra, estas pessoas – que em casos literais se encontram com medo de serem
vítimas dos agentes de imposição de obediência - decidiram ficar em cima do muro sob pena de serem considerados culpados
de terem uma opinião.
Ao mínimo sinal de
desagrado dos agentes de imposição de obediência (isto é, polícias do
pensamento), estas pessoas içam logo a bandeira amarela de rendição onde está
escrito de
forma bem visível:
“Eu não acredito em nada e eu tolero tudo!”
Determinismo cultural
A cavilha da roda [inglês: "linchpin"] do marxismo
cultural é o determinismo cultural, parente da política de identidade e da
solidariedade de grupo. Por sua vez, o determinismo cultural foi gerado pela
ideia darwiniana de que o homem não é mais que um animal sem alma e que, portanto, a sua identidade -
a sua pele, as suas preferências sexuais e/ou as suas preferências eróticas - é determinada pelo exemplo.
Esta proposição
rejeita o conceito do espírito humano, da individualidade, do livre arbítrio e
de uma consciência moralmente informada (associada à culpabilidade pessoal e à
responsabilidade) uma vez que ela nega a existência do Deus da Bíblia.
Consequentemente, e por extensão, ela rejeita também os primeiros
princípios da liberdade americana enumeradas na Declaração de Independência.
Estes são os nossos “direitos inalienáveis, entre os quais encontram-se a vida,
a liberdade e a busca pela felicidade.” O marxismo cultural deve rejeitar todos
estes princípios porque eles “foram doados pelo nosso Criador” que fez o homem
à Sua Imagem.
Para David Horowitz, o determinismo cultural é
… política de identidade – a política do feminismo radical, da revolução
queer (link ao final do texto) e do afro-centrismo – que formam a base do
multiculturalismo acadêmico (…) uma forma de fascismo acadêmico e (…) de
fascismo político também. (Mussolini and Neo-Fascist Tribalism: Up
from Multiculturalism, by David Horowitz, Jan. 1998)
É dito que a coragem é a primeira das virtudes porque sem ela, o
medo paralisará o homem, impedindo-o assim de agir segundo as suas convicções
morais e de falar a verdade. Assim, trazer um estado geral de medo
paralisante, apatia e submissão – as correntes da tirania – é o propósito por
trás do terrorismo cultural psico-político, uma vez que a agenda revolucionária da
esquerda comunista deve, a qualquer preço, estar envolta em secretismo.
O antídoto para o terrorismo
cultural é a coragem e a luz da verdade.
Se nós queremos vencer esta guerra cultural, reclamando e
reconstruindo nosso país para que os nossos filhos e
os filhos dos nossos filhos possam viver numa “Cidade Resplandecente
situada na Colina”, onde a liberdade, as famílias, as oportunidades, o mercado livre e a
decência florescem, temos que reunir a coragem de modo
a que possamos, sem medo, expor a agenda revolucionária da esquerda comunista à Luz da Verdade. A
verdade e a coragem de declará-la nos libertará.
*Linda Kimball é autora de diversos artigos e
ensaios sobre cultura e política.
Publicado no American Thinker
Links:
Revolução Queer
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