domingo, 21 de agosto de 2016

QUEM É NOAM CHOMSKY, USADO COMO FONTE POR “MODERADOS” NO BRASIL? (por Rodrigo Constantino)


 Alguns leitores acompanharam o “debate” que travei com um colega de revista, que se diz muito “moderado” e me rotula de “radical”. Após ele usar Noam Chomsky como fonte num texto em que acabava justamente pregando a “moderação” e atacando Bolsonaro, rebati cada ponto nesse artigo, que teve como resposta, surpresa!, a repetição dos rótulos. Ele viu nos meus argumentos que desmascaravam sua farsa a prova de que sou mesmo um “radical”. E muitos de seus seguidores, como autômatos, fizeram coro: “ele é um radical, deixa ele pra lá”.
Nada mais fácil para evitar um debate ou a reflexão do que apelar para esse rótulo: radical. Pois bem: mas quem é Noam Chomsky, que ele usou como fonte de tanta moderação? Julgo importante voltar ao tema só para demonstrar como devemos tomar cuidado com esses “moderados”. No fundo, muitos são apenas lobos em pele de cordeiro, radicais de esquerda simulando um apreço à pluralidade e à tolerância que simplesmente não possuem. Alguém puxar da cartola Chomsky para defender a moderação é análogo a citar Hitler para defender a paz, ou Fidel Castro para enaltecer a democracia.
Vejam, então, um breve resumo de quem é Chomsky, extraído diretamente do meu livro Esquerda Caviar. Tem muito mais que poderia ser dito sobre esse sujeito. Mas uma coisa fica clara, salta aos olhos de qualquer pessoa razoável: Chomsky é tudo, menos moderado. Tirem suas próprias conclusões, por favor:
Noam Chomsky
Nenhum outro representante da academia encarna de forma tão perfeita o manual da esquerda caviar como o conhecido linguista. Ele abraça simplesmente todas as bandeiras da turma.
A começar pelo antiamericanismo virulento. Chomsky vive praticamente em um estado policial, sob um regime nazista. Ao menos é assim que enxerga os Estados Unidos. Para ele, o sistema eleitoral de seu país encadeia, de quatro em quatro anos, uma série de ditaduras.
Defende, portanto, a alternativa “fantástica” de inúmeros países sob verdadeiras ditaduras, onde sua punição por crítica similar seria a morte. Nos Estados Unidos, pode continuar com suas diatribes em paz, seguro, alegando que é um “dissidente político”. Nos países que defende, no entanto, os legítimos dissidentes acabam em gulagsou paredões de fuzilamento. Ser “dissidente” na América é um pouco mais fácil…
Apesar de uma produção literária e verborrágica profícua, a mensagem de Chomsky é bastante simples: você consegue ver o horror e a miséria no mundo? A culpa é do capitalismo e do complexo militar americano. Ponto final. Simples assim.
O Pentágono, segundo este pensador, é “a instituição mais hedionda da Terra” e constitui uma “ameaça para a vida humana”. Isso em um mundo que tem terroristas islâmicos, ditaduras com bomba nuclear, teocracias que desejam varrer povos inteiros do mapa etc. Mas Chomsky foi encontrar no Pentágono a verdadeira ameaça à paz mundial.
Aqui, pois, começa a hipocrisia pesada do ícone da esquerda caviar. Não apenas ele ataca o “estado policial” dos Estados Unidos de uma posição fácil, confortável e segura, típica do estado democrático de direito, como lucra graças ao próprio Pentágono! Nos últimos quarenta anos essa “instituição hedionda” destinou milhões ao escritor socialista, por meio de projetos e financiamentos às suas pesquisas.
E a “instituição fascista” inclui a família toda nas benesses estatais. Sua esposa, Carol, também uma linguista, procurou o Pentágono para que financiasse um projeto chamado “Baseball”. Parece que o “fascismo” não tem tanta importância quando o agraciado se chama Chomsky.
Apesar de todo o discurso anticapitalista, o fato é que sujeito gosta e muito de dinheiro, como todo socialista. Acumulou milhões de dólares ao longo de sua carreira, e investe até no mercado de ações, em busca de um retorno melhor.
Defensor dos impostos pesados sobre heranças, criou ao menos um “trust” em paraíso fiscal – justamente para fugir dessas taxas. Quando confrontado com essa contradição, reagiu afirmando que não iria pedir desculpas por guardar dinheiro para seus filhos e netos. Sim, pode pensar no futuro de seus familiares. Mas, se um rico empresário faz o mesmo, é claro que se trata de um egoísta insensível.
Esse grande defensor da igualdade e dos pobres vive em uma casa avaliada em pelo menos US$ 850 mil, e ainda possui outra, para férias, em Wellfleet, Massachusetts, estimada em US$ 1,2 milhão. Além disso, claro, tem um belo barco. Coisas típicas do cotidiano dos pobres do mundo todo, como sabemos.
Como todo campeão da esquerda caviar, Chomsky posa de defensor das minorias. Ocorre que quase todas as contratações que fez para os departamentos de linguística e de filosofia nos anos anteriores foram de homens brancos. As cotas parecem boas apenas para os outros.
A revolta de Chomsky contra massacres a inocentes é bastante seletiva. Durante a Guerra Fria, acusou o governo de Saigon, no Vietnã do Sul, de “autoritário e repressivo”, mas foi incapaz de emitir uma só palavra de condenação ao regime do norte, que massacrava milhares de inocentes. Os fatos já eram conhecidos na época.
Ao contrário, soltaria palavras elogiosas sobre a “reforma agrária” dos vietcongs, que nada mais era do que expropriação de terras privadas, depois distribuídas entre os membros do partido. Também elogiaria a “reforma” de Mao na China, algo “realmente muito admirável”. Nessa época, comprava sua propriedade em Wellfleet. Sorte dele que seus admirados regimes não cuidavam dos rumos de Massachusetts.
Chomsky negou o genocídio cometido pelo Khmer Vermelho no Camboja, chegando a desqualificar testemunhas oculares, e compararia o regime de Pol Pot com a Revolução Americana. O quão pérfido é preciso ser para afirmar algo assim?
Certa vez, quando cinco cubanos foram presos, nos Estados Unidos acusados de espionagem, Chomsky saiu-lhes em defesa, alegando que se tratavam de “patriotas”. O linguista, entretanto, nunca teve palavras de apoio aos milhares de prisioneiros políticos da ditadura cubana. Para ele, Cuba, sob Fidel Castro, tornara-se um símbolo de resistência corajosa ao ataque americano.
Sempre em busca de um tirano para admirar, Chomsky encontrou no islã fundamentalista um aliado, principalmente porque seu alvo é a destruição do “império” americano e do capitalismo. Tentou convencer os Estados Unidos de que o terrorismo islâmico não era realmente uma ameaça, e que o verdadeiro culpado pelos ataques eram os próprios americanos.
Quando sua segurança esteve em jogo, porém, levou a ameaça bastante a sério. Para conseguir acesso a suas aulas, era preciso antes apresentar uma identificação com foto, então passar por um posto de segurança e ser revistado na porta. Em nome da proteção pessoal, ainda costuma usar policiais à paisana em suas palestras. Nessas horas, decerto que não é dos militares americanos que tem medo…
Em maio de 2006, poucas semanas antes de o Hezbollah atacar Israel, Chomsky foi ao Líbano consumar seu romance de longa data com os terroristas. Em Beirute, visitou a sede do grupo e abraçou calorosamente seu secretário-geral, Hassan Nasrallah. Finalmente, tivera a oportunidade de demonstrar seu carinho àqueles responsáveis pela morte de 241 americanos no ataque de 1983.
Ecoando as palavras de Nasrallah, endossaria a acusação de que o então presidente Bush era o maior terrorista do mundo, e os Estados Unidos, um dos mais perigosos estados terroristas.
Na América Latina, Chomsky parece procurar um substituto a seu querido Fidel Castro. Sempre defendeu Hugo Chávez, o tiranete venezuelano responsável pelo “socialismo do século XXI”, aquele que muito se parece com o do século anterior, responsável por muita miséria e escravidão, além da morte de milhões de inocentes. Claro que o linguista prega esse modelo de longe, pois o intelectual refinado não suportaria viver em um país onde o papel higiênico virou bem de luxo, contrabandeado no mercado negro.
Até no Brasil Chomsky se meteria, quando achou que encontrara algo suficientemente radical para com que flertar. Apoiou a candidatura de Heloísa Helena à presidência, aquela do PSOL, em 2006. Onde houver esquerda jurássica e carnívora, cedo ou tarde lá estará Chomsky, até seus últimos suspiros, para oferecer seu prestígio e fama em nome da causa socialista e contra o capitalismo.
O sensacionalismo deste senhor é tão grande que um de seus livros se chama O lucro ou as pessoas?, estampando já na capa a falsa dicotomia de quem pretende monopolizar as virtudes e condenar o lucro. Ora, sabemos que é justamente a busca pelo lucro que permite a produção de alimentos em um volume que salva vidas, especialmente dos mais pobres. Ninguém precisa escolher entre lucro e pessoas. Ao contrário: devemos escolher ambos.
Os regimes comunistas defendidos por Chomsky tentaram abolir o lucro, e o resultado foi a morte de milhões por inanição. A fome se instalou nesses países. Mas ele, como ícone perfeito da esquerda caviar, não se importa com todo esse sofrimento real, com os resultados práticos de suas ideias, com os fatos incômodos.
Para esse pensador, o importante é a imagem de nobre defensor dos pobres. Imagem essa reforçada quando ovacionado como verdadeiro popstar no Fórum Social Mundial, o palco mais famoso da esquerda caviar, um evento orçado em milhões de dólares. É lá que uma multidão de idiotas úteis pode massagear o ego do linguista mentiroso e hipócrita.
Em tempo: filha de peixe, peixinho é. Ou, no caso: filha de safado comunista, safada comunista é. Vejam aquicomo a filha de Chomsky também saiu em defesa da ditadura cubana recentemente. Aqui, João Pereira Coutinho, bastante moderado, detona o radicalismo canalha de Chomsky. Nesse outro texto, derrubo a falácia socialista de que precisamos escolher entre vidas ou lucro, tema que dá título a um dos livros mais famosos de Chomsky, ignorando que foi o lucro que salvou tantas vidas no mundo.
É esse crápula que nosso formador de opinião “moderado” usou como fonte para pregar um “equilíbrio” contra os “extremos”. E não esperem um só argumento como resposta: esse tipo de gente só vive de aparências, de embuste, e precisa insistir nos rótulos para fugir dos debates. Diante dessa pequena biografia desse “ultra-moderado” defensor das piores ditaduras do planeta, tudo que será dito em resposta é isso: “Constantino é um radical”.
Portanto, não escrevo esse texto para ele, nem mesmo para seus seguidores mais aguerridos: são casos perdidos. Escrevo para os neutros, os leigos que acabam sendo vítimas desses oportunistas, e que acreditam que os radicais somos nós, liberais e conservadores que defendemos a economia de mercado, a democracia representativa, valores tradicionais, um estado limitado e o império das leis, enquanto eles, os “moderados”, usam como fonte Chomsky, Zizek, Paulo Freire e outros tantos radicais de esquerda. É uma farsa!
Rodrigo Constantino









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