segunda-feira, 9 de março de 2009

A Demagogia sobre Democracia, Transparência e Compromisso: Parte I

Por Marcus Vinícius Teixeira Navarro

Nos últimos 20 anos convivemos e/ou participamos (no Brasil, na Bahia e no CEFET) de diversos movimentos populares, clamando por uma tríade que seria responsável por nossa transformação em uma sociedade mais justa: Democracia-Transparência-Compromisso (com as Instituições Públicas).

Entretanto, esses movimentos populares eram, sem exceção, coordenados e aparelhados por grupos e/ou partidos políticos que, apenas utilizavam os movimentos populares como trampolim. Quando conseguiram chegar ao poder (no Brasil, na Bahia e no CEFET) implantaram práticas antidemocráticas, obscuras/nebulosas e sem compromisso com as instituições públicas, ficando muito claro que os discursos inflamados, os panfletos indignados e as passeatas gigantescas, não passavam da mais pura prática da demagogia com fins eleitorais.

Não podemos mais continuar calados diante das absurdas práticas implantadas no CEFET/IFBA, jamais vistas nos 100 anos de história Institucional. Assim, pretendo escrever 3 textos sobre cada um dos elementos da tríade, iniciando pela democracia.

Quando os atuais gestores conseguiram o poder, no CEFET/IFBA, começamos a ouvir discursos proclamando que a marca registrada da gestão, seria a radicalização da democracia.

Bem, desde então, penso sobre o que seria “radicalizar a democracia”. Inicialmente, fiquei muito animado, imaginando que seria implantado um sistema democrático, tão democrático, mas tão democrático, que talvez fosse até criado um “Prêmio Nobel da Democracia” para premiar o fato mais importante, depois da criação da própria democracia, que seria a “democracia radicalizada” ou a “radicalização da democracia”. Contudo, meu sonho durou poucos minutos e nos primeiros dias já se transformava em pesadelo, pois a decepção venceu a esperança de algo novo e transformador. A “radicalização da democracia”, na verdade, era a terrível demagogia da democracia.

Podemos dizer que esses grupos e/ou partidos políticos, descobriram a caixa de Pandora da demagogia e estão utilizando todo o seu poder, com todas as forças. Mas seu uso foi tão desmedido que, com apenas poucos anos de gestão, os poderosos mandamentos das falácias demagógicas foram revelados para o público, diminuindo seu poder e possibilitando seu fim!

Encontrei, em um pedaço de papel rasgado no chão, os 10 mandamentos para “reinar” com a demagogia da democracia, sendo eles:

1. Critique a falta de eleições nas unidades, mas, quando chegar ao poder, só realize eleições na unidade que tenha a certeza da Vitória. Nas outras unidades, indique um “pro-tempore” interventor, para que possa governar sem repartir o poder;

2. Combata o assédio moral e clame pela formação de uma comissão de ética ampla, autônoma e democrática. Mas, quando chegar ao poder, não cometa o erro de realizar eleição (nem por demagogia) e indique os seus membros. O presidente deve ser um dos que possuem cargo de direção, para garantir obediência e que nenhum dos seus será molestado;

3. Defenda o orçamento participativo. Mas, pelo amor ao poder, não cometa esta tentação! Concentre todo o poder financeiro não mão de uma só pessoa. Assim, com o poder da caneta financeira, manterá os aliados e “conquistará” outros. Para os demais, basta entregá-los os lentos trâmites burocráticos;

4. Reivindique a participação da comunidade nas reformas administrativas. Quando chegar ao poder, se precisar realizar alguma reforma administrativa, crie uma comissão ou uma discussão na internet, só para a comunidade pensar que participa (lembre sempre da máxima dos nossos mestres, não precisa ser democrático, basta parecer) e implante, na canetada, a reforma que você deseja. Melhor será se tudo for feito sem comunicar à comunidade, pois, assim, ninguém saberá quais são os novos órgãos, muito menos para que sirvam, possibilitando uma gestão sem nenhum controle da comunidade;

5. Participe de sindicatos livres e autônomos. Mas, quando chegar ao poder, aparelhe e cale os sindicatos. Estas instituições aparelhadas são de grande valia para se perpetuar no poder;

6. Discurse sobre o valor e os direitos dos recém chegados na Instituição. Faça-os se sentirem devendo um favor pelo cargo público que conseguiram. Caso algum ouse questionar o poder, utilize o instrumento, legal, da avaliação de estágio probatório para transformar os rebeldes em aliados ou em ex-servidores;

7. Denuncie a ausência discente dos conselhos. Mas, quando chegar ao poder cuidado, esses jovens podem causar muitos problemas. Assim, só fomente a eleição e participação se tiver certeza que um dos seus será eleito. Caso contrário, finja-se de morto e não toque neste assunto;

8. Clame por publicações e/ou informativos produzidos pela comunidade, principalmente dos estudantes. Mas, muita calma nessa hora, quando assumir o poder não deixe essa turma escrever o que quer, isso é um perigo!. Indique, democraticamente, um tutor para tais publicações, garantindo que não críticas não serão publicadas, nem críticas construtivas, pois nós gostamos mesmo é de elogios;

9. Afirme, constantemente, que trata todos iguais. Mas, não permita que sua equipe pratique esse erro. Nas reuniões fechadas, lembre sempre que os seus são mais iguais que os outros;

10. Lembre, a cada momento, que a demagogia lhe confere o poder divino. Assim, se algum mortal ousar dirigir alguma crítica à sua gestão, não responda. Os deuses não se comunicam com os mortais e nenhum mortal é digno de criticar o divino. Logo, deve fazer cair sobre o indigno toda a sua ira e de seus aliados, pois assim, só assim, servirá de exemplo para evitar novas blasfêmias.


Prof. Marcus Vinícius Teixeira Navarro

Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia

Núcleo de Tecnologia em Saúde – NTS

Laboratório de Física Radiológica – LAFIR

Rua Emídio dos Santos S/N Salvador-Ba

CEP 40.301-015 Fone/FAX: 55 71 2102-9451

18 comentários:

Danielle Espírito Santo disse...

Tinha lido o texto no Fórum online intracefet e gostei principalmente da clareza usada pelo Professor Navarro, não apenas porque assim fica mais fácil entender, mas, sobretudo por que a prolixidade de alguns me dão a inquietante sensação de não se estar dizendo nada apesar da aparente erudição do texto, mais pelas palavras que pelas idéias.
Aluna da Instituição há quatro anos, tenho ficado meio por fora das discussões exceto pelos emails enviados a comunidade que leio com a desconfiança de não saber da história e interesses de quem escreveu confiando apenas em alguns comentários de corredor e pequenas investigações sobre a que “grupo interno” este ou aquele está ligado.
Como estudante, espero ser bem representada pelo novo grêmio mostrando a administração o interesse que temos em participar das decisões e mecanismos que sustentam a Instituição. Essa vontade se estende ao estado e ao país dessa vez esperando representação devida dos políticos eleitos.

José Lamartine de A. L. Neto disse...

Oi Dani,

É assim que, aos poucos, vamos saindo do atoleiro da alienação.
Me lembra a história do Barão de Munchausen quando salta com seu cavalo sobre um atoleiro. Não consegue.
Se debatendo e afundando cada vez mais só vê uma saída que é puxar a si próprio pelos cabelos e assim salvar-se e a seu cavalo.
A emancipação é um trabalho solitário somente enquanto esforço de "iluminação" interior. Só que está luz irradia e atinge outros.

Um abraço


--
José Lamartine Neto

Anônimo disse...

O Brasil da propaganda é muito bonito, acho que vou fazer turismo lá e
conhecer as belezas que eles mostram.

É bonito de se ver.

JL

Anônimo disse...

muito esclarecedor. To começando a entender as coisas
JL

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Professor Marcus,

Parabéns pela sua lucidez, mas cuidado! Como variante do décimo mandamento está a perseguição pelos "cavaleiros do rei". Em alguns casos, o rei, com o seu poder divino, nem precisará mobilizar diretamente os seus cavaleiros, pois alguns devem estar interessados em mostrar os seus serviços para garantir um lugarzinho na corte.

Abraços,

HL

Anônimo disse...

Prezados Colegas,

O fato é que a atual gestão não é perfeita, pode cometer alguns "pecados",
mas no intuito de melhorar a nossa instituição, (embora eu não saberia
classificar algum identificado como demagogia ou coisa do gênero). Mas, os
fatos: a Diretora assumiu como compromisso de campanha: eleições
diretas para a Direção das Unidades e Departamentos. Aconteceu algo
diferente disso?
Deve ser demagogia um então certo candidato a direção (eu poderia dizer
dois candidatos diferentes, em épocas distintas da famigerada consulta à
comunidade) com promessas de eleição direta para diretor em Barreiras e,
alcançado o poder, não cumpriu.
Eu não lembro no Cefet-BA, (muito pelo contrário), do processo de
discussão do PDI, (principalmente nas unidades do interior), e seu
fechamento em Salvador. Podemos criticar o resultado final, não
contemplando alguma idéia ou proposta, mas imputar ou interpretar essa
ação como algo parecido como "demagógico", penso que é faltar com a
verdade.
Apenas essas duas propostas e ações da atual gestão, já marcam um
diferencial, não visto em quaisquer direções do Cefet-BA no passado.
Também, muito pelo contrário, não vejo, ninguém que assumiu cargo em
direções passadas sequer bradarem a democracia, transparência e
compromisso, muito menos por em prática.

Atenciosamente,
Prof. RT
Diretor Eleito

Anônimo disse...

Prezado Prof. HL

O sr. pode falar que há perseguição política no IFba? Isso é sério? O sr., de início, descarateriza qualquer manifestação de apoio à atual
administração e repúdio à intervenção de prof. Marcus como obra de interesse político mesquinho. Assim, o próprio fato de eu estar escrevendo essa nota de dissatisfação será encarada, pelo sr. e aqueles que concordarem com sua nota, de tentativa de "garantir um lugarzinho na corte"? Eu considero isso nada menos do que um insulto direto a seus
colegas de instituição que tem exercido sua atividade com convicção e boa-vontade.

De fato, há problemas com esta administração, que eu reputo muito mais à nossa instituição e sua cultura, e não vejo porque culpar diretamente a atual administração por eles. A direção da qual o sr. e o prof. Marcus fizeram parte (e que eu também apoiei, em certa época), ao contrário, era distante da coletividade e muito menos democrática do que esta!

Não vejo nenhuma intenção construtiva na crítica do prof. Marcus veiculada nesta lista de discussão que o sr. se apressa em endossar, e, pior ainda, tenta colocá-la como se devesse estar acima da crítica! "Cavaleiros do
rei"!?! Que amesquinhamento da política...


NF

Anônimo disse...

Prezado HL

Na época da ditadura em que os gorilas diziam haver "democracia relativa" Ivan Lins fez uma música linda que se aplica aos novos tempos de demagogia da "radicalização da democracia".
"Cai o Rei de Espada, Cai o Rei de Ouro, Cai o Rei de Paus, Cai Não Fica Nada, CAI O REI, CAI O REI, CAI, NAO FICA NADA".
Aos que sonham com a plenitude democrática "Tenham paciência, Deus está contigo, Deus está conosco, Até o pescoço"

LE

Anônimo disse...

Colegas,

Diante de tanto fervor diante do texto do professor Marcus, gostaria de compartilhar um pensamento.

Nem sempre idéias opostas nos fazem mal

No livro de Segundo Crônicas, capítulo 18, Velho Testamento, vemos uma história a respeito de como opiniões contrárias não necessariamente são contra nós.

Acabe era Rei de Israel e estava disposto a ir a uma guerra contra Ramote de Gileade. Acabe persuadiu Jeosafá, rei de Judá a ir à peleja juntos.
Jeosafá, homem prudente, disse que era necessário consultar O SENHOR.
Precisava de sabedoria. Como estava fora de Judá perguntou ao rei se poderia chamar os profetas e consultar o Senhor.

Acabe muito esperto disse ter a sua disposição quatrocentos profetas (muito bem intencionados e muito leais a ele, profetizavam por dinheiro) e os consultou. Obviamente os "profetas" de ACABE disseram que o rei fosse com
tudo, que a vitória seria fácil.

Jeosafá muito prudente perguntou se havia algum profeta do Senhor para consultar. Acabe confessou que existia um profeta, mas que ele o odiava.
Segundo Acabe esse profeta só profetizava que era sempre mal para ele.
Este profeta era Micaías. Jeosafá disse que o rei não deveria falar assim com tanto rancor, somente por ele profetizar contra ele.

Enquanto Micaías foi chamado para dar seu parecer, os profetas de Acabe diziam: "Sobe a Ramote de Gileade, e triunfarás, porque o Senhor a dará na mão do rei".

Porém o mensageiro perguntou a Micaías sobre o que aconteceria, já
mencionando o fato dos 400 profetas dizerem que tudo iria bem. Micaías disse que só falaria o que o Senhor dissesse.

Micaías disse a Acabe que se fosse a guerra morreria somente ele. Então Acabe disse para Jeosafá que já sabia que profetizaria mal contra ele.
Micaías profetizou Israel sem pastor e os seus inimigos indo em paz para casa após a morte exclusiva do rei.

Obviamente Acabe mandou encerrar Micaías, e segundo a escritura o mesmo ficou a pão e água.

"Assim diz o rei: Colocai este homem na casa do cárcere; e sustentai-o com pão de angústia, e com água de angústia, até que eu volte em paz."

E foi para a guerra. De maneira covarde, Acabe foi "misturado disfarçado entre o povo" à peleja. Quando os inimigos não viram o rei deixaram de tentar achá-lo. Mas um homem das tropas inimigas de Israel disparou uma flecha a esmo, e adivinha quem a flecha acertou? Acabe.

Ele morreu no pôr do sol. Cumpriu-se a palavra de Micaías.

Irônico senão trágico: ACABE se ACABOU!

Moral da história: Não nos basta ouvir apenas os que nos afagam. Temos também que tirar o melhor daqueles que aparentemente são do contra.

JL

Anônimo disse...

Prezado prof. JL

Deixe-me deixar algo claro: a minha resposta não se dirigiu ao texto do prof. Marcus, pois lá nada encontrei que pudesse motivar um aprofundamento da discussão sobre nossa instituição. Portanto, ela não me despertou nenhum "fervor", como o sr. diz.

Certamente há críticas que são importantes de serem ouvidas, mesmo que não sejam construtivas. Também as pedradas são algumas vezes importantes, concordo. Mas há pedradas que só podem ser respondidas com outras pedradas, e nesses casos acho que é melhor não as responder.

O que me aborreceu, e muito, foi o insulto que senti no texto do prof. HL sendo distribuído gratuitamente a todos os colegas que apoiam a administração atual ou simplesmente trabalham, tentando dar o melhor de si, em condições que não são ideais mas que tem melhorado muito.

O que o sr. acha sobre essa minha interpretação? Acha justa a colocação do prof. HL? Porque o sr. responde indiretamente à minha mensagem, mas não questiona uma linha só do eu disse nela, ainda a tomando como resposta ao texto do prof. Marcus?

atenciosamente

NF

Anônimo disse...

Caro Professor Marcus

Fico feliz pelo seu retorno ao nosso espaço de discussão que, aliás, acho que nunca deveria ter sido abandonado, até porque, é este um legítimo espaço de debate. Nunca apoiei politicamente esta Direção, mas sinto-me bastante a vontade para fazer qualquer crítica ou elogio, que sempre foi uma prática minha, a esta ou qualquer outra Direção, simplesmente porque não os reconheço como donos da Instituição, que é pública, portanto, do povo. Discordo do professor HL quando diz que o senhor deveria tomar cuidado com os cavaleiros do Rei ou da Rainha, pois creio ser por causa destes “cuidados” que os assédios morais e a utilização da avaliação do estágio probatório para constrangimentos tem se tornado uma constante neste CEFET. Creio que se existe alguma inverdade no que foi colocado no seu email que os atingidos provem que o senhor está equivocado. Por falar nisto, por que mesmo não teve eleição em Santo Amaro? E a Sede, por que a necessidade de um interventor? Desculpas com certezas terão muitas, se é que, os pobres mortais as merecem: transição, adaptação ao novo Sistema, etc. etc., a demagogia sempre encontra uma justificativa para seus atos.

Até Raul Seixas pode entrar na história para justificar o não cumprimento do prometido “Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante a ter a velha opinião formada sobre tudo”, não foi assim que nossos antigos companheiros de esquerda (esquerda?) se justificaram.
Falar de tratamentos iguais para todos e todas deste Instituto chega a ser patético, que digam os alunos do 3º grau. Enquanto os calouros do 2º grau eram recepcionados com bandas e fanfarras, com direito a visita de conhecimento das áreas do IFBA, os do 3º, penavam a porta do Salão Nobre, porque simplesmente alguém tinha se esquecido da aula inaugural e mandara pintar o espaço justamente naquele dia. Não me lembro de ter visto em nenhum momento neste intracefet um pedido de desculpas, sequer uma justificativa da Direção. Será que os “Deuses” não podem reconhecer seus “equívocos”.

Aguardarei o restante de sua trilogia para aprofundarmos melhor a discussão e, meu caro professor, não se importe com os arroubos dos cavaleiros, infelizmente algumas pessoas não conseguem avançar, crescer politicamente, e com certeza, como nossos ex companheiros militantes, vão tentar fazer suas defesas em patéticas comparações com outras Gestões, esquecendo-se, convenientemente, que foram eleitos pela promessa de
mudança, de fazer diferente e não pior. Um grande abraço,

Professora ML

Anônimo disse...

Caros colegas,
aproveitando a bola levantada pelo irônico desabafo do prof. Marcus, eu repito uma pergunta do prof. “C” feita na Jornada Pedagógica no início do semestre letivo: e a eleição do Consepe? Iremos esperar toda a arrumação legal do Instituto para que se reinicie o processo?
Sds,
MD

Anônimo disse...

Caro Professor NF,

Em primeiro lugar, peço o favor que releia o texto inicial que encaminhei e me mostre onde falei se existe, ou não, perseguição política no IFBA. O meu texto é genérico e uso expressões como "em alguns casos".
Quanto ao termo "cavaleiros do rei" que tanto indignou o sr., informo que não se trata de "amesquinhamento político...". Alguns autores, na administração, usam a metáfora do feudo para fazer análise de poder nas organizações, daí a expressão "cavaleiros do rei". Portanto, não há "insulto" como o sr. diz, mas análise do "jogo de poder" que ocorre em qualquer organização, pública ou privada.
Finalmente, estranho que o sr. defina aprioristicamente que eu deveria ter saído em defesa da atual gestão e ir de encontro às posições do professor Marcus. Porque haveria de fazê-lo? Antes, deveria elogiá-lo, como o fiz, pela lucidez e coragem.
No mais, não vou discutir gestões passadas, pois não costumo discutir falsas dicotomias. Todas as gestões possuem erros e acertos. Criticar a atual gestão, não significa necessariamente que defenda a anterior, ou que não enxergue erros do passado.

HL

Anônimo disse...

Prezado Prof. HL

Entendo sua posição, e não vou polemizar sobre ela. Mas não compreendo sua seguinte frase: "...estranho que o sr. defina aprioristicamente que eu deveria ter saído em defesa da atual gestão e ir de encontro às posicões
do professor Marcus." Onde, no que eu escrevi, o sr. vê tal sugestão?

Sua missiva, de fato, nem comenta as afirmações do prof. Marcus, apenas adverte-o dos perigos que o senhor vê em se fazer as afirmações que ele
fez. Ou não? Cito: "Parabéns pela sua lucidez, mas cuidado! Como variante do décimo mandamento está a perseguição pelos "cavaleiros do rei"." Isso é "genérico"? Ora, o seu "em alguns casos" refere-se à forma da perseguição: nem sempre é preciso, no seu argumento, mobilizar diretamente os "cavaleiros do rei". Entendi errado?

Eu entendi apenas o que está escrito, e a isso respondi. Se o sr. não quis dizer que há perseguição política no IFBa, então fico muito feliz com sua
retratação. Afinal, considero o sr. (e, já que estamos falando nisso) também o Prof. Marcus como profissionais muito capazes e de especial importância para a instituição. Certamente lamento que a vossa posição sobre a atual administração seja colocada nos termos que os srs. estão colocando, mas é de todo vosso direito.

atenciosamente

NF

Anônimo disse...

Prezado Prof NF,

Em relação ao e-mail a mim dirigido. Não tenho muito o que comentar, uma vez que já se resolveu junto ao professor HL em relação ao assunto.

Só gostaria de pontuar que tenho respeito e admiração por muitas de suas opiniões ponderadas aqui no intracefet. Acredito que existam paixões entre rubro-negros, tricolores, galicianos e cia. Acredito também que nessa gestão e em outras gestões existem (existiam) pessoas que trabalham com qualidade, empenho e diligencia nos cumprimentos de seus deveres funcionais, é o mínimo requirido. Conforme o e-mail que enviei, com uma história contida no Velho Testamento, procuro tirar o melhor proveito das opiniões que supostamente podem me ser contrária (posso até admitir que como seres humanos, nos é normal reagir negativamente no primeiro momento), e sugeri uma reflexão dos colegas.

O senhor me convidou a comentar suas opiniões e do professor HL, mas como já disse vocês já se resolveram. Aprecio o convite para ser um comentarista político no intracefet, mas não tenho competência para tal, já que fui aluno no CEFET eu vi as gestões de 1992 para cá, como aluno e estudante da instituição, e agora como professor em Estágio probatório. E nem me vejo na obrigação de manifestar minha opinião pública sobre tudo.

Como a professora ML espero ansiosamente pelos novos textos do professor Marcus. Farei uma análise sincera não só dos escritos dele mas de todos o que quiserem expressar suas opiniões.

Certa vez meu pai um militar brincou sobre democracia e ditadura:
"Democracia é quando estou no poder, ditadura é quando outros estão no poder"

Claro que deve ter sido somente uma brincadeira...afinal meu pai era militar né?

Obrigado pela oportunidade de expressar minha opinião democraticamente.

JL

Anônimo disse...

Bom dia,
Recentemente a prof. ML respondeu a um dos emails citando a questão do tratamento igual, erros e acertos.

Relatou muito bem o fato da aula inaugural do 3º grau comparando-o ao que foi organizado para o 2º grau.
Vou aproveitar para expressar alguns pontos relativos e que julgo necessários, evidenciando um pouco das razões que se refletiram em tratamentos desiguais.
Bem, prefiro afirmar que existe sim um desequilíbrio nas ações da IF em relação ao 2º e 3º graus (todos sabem da minha posição e opinião, já as fiz públicas pessoalmente em outros espaços e ocasiões, tenho procurado manter um diálogo constante no sentido de criticar e sugerir. Fatos para mostrar isso tenho diversos )

Vou tentar tratar estes pontos como fatos positivos e negativos dentro do que pude perceber, correndo todo o risco de não ser conhecedor de tudo, mas convicto das observações. Quero deixar claro tmb que minha visão se faz a partir do início de 2006 e mira para a frente, para o futuro, para crescimento e melhora.
Sinceramente, não passam pelas minhas palavras o que ocorreu no passado, isso não é interessante nem para os alunos que chegam e passam pela nossa instituição nem para os servidores que aqui chegam com intuito de trabalhar para a IF, e não para esta ou aquela direção.

Fato Positivo:
é óbvio e notório que houve sim melhora em diversos aspectos:
- aumento do nº de cursos e alunos, em especial para o 3º grau, que conseguiu crescer de forma significativa (este para mim é o ponto principal )
- o físico, nos pavilhões
- o estrutural (na coinf, por ex. )
- de sistemas (sicad, sicadweb, matrícula por mérito, entre outros)
...e por aí vai.
Existem outros números que todos nós já tivemos oportunidade de conhecer em diversas oportunidades.

É tmb claro para mim que a IF passa a respirar novos ares de crescimento, de melhora, de visibilidade. Parabéns, reconheço e coloco-me muito contente de ver, perceber e aprovar tais melhorias no ambiente de trabalho. Mas nem todo processo é perfeito - na verdade carece de observações construtivas no sentido de corrigir as imperfeições.


Fato Negativo:
- embora tenhamos todos ( pois aqui devemos lembrar que as ações não foram só da direção, mas de diversos professores que se mobilizaram para propor, criar e implantar novos cursos, fora o aumento de oferta em outros) conseguido incrementar de forma significativa o quantitativo do 3º grau, é também óbvio e notório que a IF NÃO se preparou para receber e lidar com todo este quantitativo. NÃO há hoje uma estrutura de suporte ( logístico e
pedagógico ) para fazer o 3º grau ser absorvido e funcionar. Pelo que vi existem hoje dois professores assessores com mais um funcionário (que se divide em ambos os graus) para o 3º grau na DE e só. A própria estrutura física da DE mostra isso - não há uma divisão clara de salas, de quem trata de quê.
Pergunto: quantos pedagogos temos hoje trabalhando olhando exclusivamente para o 2º grau e quantos exclusivos para o 3º grau ?
Quantos assessores temos hoje planejando o 3º grau para daqui a 5 ou 10 anos, criando não somente novas graduações, mas também cursos de pós-graduação em áreas que possuímos expertises sobrando ?
Atrelado a tudo isso, existe uma logística do dia-a-dia que necessita de pessoas que possam dar o devido suporte, por exemplo, para organizar e executar uma recepção aos calouros.
Por quê a Ufba consegue preparar uma semana de recepção para os calouros, conseguindo assim prendê-los mais facilmente na instituição, diminuindo assim a evasão ? Temos condições de fazer melhor para o 3º grau, mas não temos ainda uma equipe formada para isso, pessoas suficientes para dar conta desta demanda.

Ainda ano passado sugeri que a biblioteca funcionasse aos sábados pela tarde e tmb pela noite.
É o momento que o aluno do 3º grau se encontra na casa e pode se reunir com colegas, ter acesso a um livro, discutir, entre outras atividades. Mas mudanças não aconteceram.
Não há um suporte para coisas simples como salas que estão com suas lâmpadas queimadas,
limpeza de banheiros ... Se os cursos são predominantemente noturnos, então devo entender
que a IF deva funcionar dando o devido suporte durante os TRÊS TURNOS.
Isso não é novidade para ninguém, todos já sabem disso há muito tempo, desde muto antes de 2006 e é fato: não houve ação afirmativa de avançar neste sentido, de mudar esta cultura.

Vou fazer algumas suposições no âmbito do 3º grau:
1 - num belo sábado de sol o professor X vem ao IFBA ministrar sua aula prática num laboratório, que somente tem condições de funcionar com ar-condicionado, mas por alguma razão o disjuntor passa a desarmar e não há condições de haver aula. Há suporte técnico na instituição para isso ? Com tanto calor que fazia neste dia, uma aluna passa mal - há alguma estrutura para dar o devido socorro ?

2- um determinado aluno que ingressa na IF começa a ter dificuldades no acompanhamento das suas disciplinas. Existe algum acompanhamento pedagógico que CONHEÇA a realidade do 3º grau, o seu real objetivo e possa ajudar o referido aluno, aconselhando-o e fazendo com que o mesmo possa se recuperar durante o semestre e possa ser devidamente aprovando assimilando o conteúdo de forma correta ?

3- um professor/pesquisador que ingressa na IF trazendo consigo grande produção acadêmica e capacidade de implantar ( e os implanta ) projetos de pesquisa/extensão tenta conseguir melhores condições para desenvolver seu trabalho, mas não as consegue. No 1º concurso que identificar numa instituição que lhe dê melhores condições, deixa a IF e leva consigo o seu trabalho de anos, fazendo com que a IF passe a aguardar pela chegada de novo professor, que irá reiniciar todo o processo de organização de sua estrutura de pesquisa. Cria-se assim uma rotatividade que não permite o fortalecimento de mais grupos de pesquisa na IF.

Por estas e outras, sempre deixei clara minha sugestão de que deveriam haver duas pró-reitorias
1 - Ensino de 2º grau
2 - Ensino de 3º grau

Mas pelo que vi, a estrutura já foi definida. Então, dentro de nossa atual realidade, vamos tentar redirecionar os esforços no sentido de equilibrar atenção, planejamento e pessoal entre os graus que formam o IFBA.

Já conversei com Albertino neste sentido, existem planos de melhoria, mas como já disse, assim como a fome, a educação tem pressa, os alunos têm pressa.
Pelo pouco que conheci do dia-a-dia da DE, os incêndios são diversos, as demandas constantes, os problemas numerosos e não há equipe suficiente para, além de todos afazeres, resolver questões como:

- Aproveitamento de vagas residuais com vestibular interno e externo
- Organização de recepção para o 3º grau
- Intercâmbio nacional permitindo que alunos nossos possam cursar um semestre em outro estado e que possamos receber alunos de outras instituições, enriquecendo a diversidade e agregando formação diferenciada aos nossos alunos
- Acordos de intercâmbio internacional com institutos e universidades
- Implantação de monitorias realizadas por alunos para auxiliar os demais alunos
- Discutir com a prefeitura a melhoria de oferta de linhas de transporte para os horários noturnos, no qual concentram-se alunos do 3º grau


Minhas palavras são para uma primeira reflexão sobre onde estão os erros e uma segunda ação no sentido de diminuir estes erros. São críticas com alguns rascunhos de propostas.
Estas perguntas não estão pedindo respostas. Só querem causar reflexão sobre como estamos atuando e tentam simplesmente apontar possibilidades.
Fica claro para mim que faz-se necessário alocar mais pessoas para: operacionalizar, entender/ pensar/planejar, dar o devido suporte ao 3º grau.
O que percebo é que existe sim uma sobrecarga dos poucos que se esmeram para isso, impedindo que um trabalho mais refinado possa acontecer.

Talvez devamos pensar: qual será a prioridade de 2009 ? Que ela seja equilibrar as iniciativas
e que as ações sejam efetivadas de fato. Melhor, talvez hoje devamos escrever num lembrete de papel e prender ao lado da tela do computador:

"Minha prioridade este ano para o IFBA é ..."

Saudações

PF

Anônimo disse...

Prezado Prof. NF,

Agradeço pelo reconhecimento do nosso trabalho! Saiba que tb respeito o Sr.
Apenas para encerrar a polêmica: quando afirmei que o sr. definiu "aprioristicamente que eu deveria ter saído em defesa da atual gestão", interpretei o início do seu texto: "O sr., de início, descaracteriza qualquer manifestação de apoio à atual administração e repúdio à intervenção de prof. Marcus como obra de interesse político mesquinho". Daí veio a pergunta: pq deveria apoiar a atual administração e repudiar o Prof. Marcus? Se a análise conduzida pelo sr. começa desse jeito, é provável que, a priori, esperasse a minha defesa da atual gestão.
Finalmente, não existe retratação, pois em momento nenhum eu afirmei, ou neguei, perseguições, apenas pedi cuidado. Portanto, se não há afirmação, nem negação, não pode haver retratação.

Atenciosamente,

HL

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