segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Psicologia da Multidão de Gustave Le Bon


Há muitos anos atrás, ou mais precisamente 1895, o psicologista francês Gustave Le Bon escrevia o interessante trabalho entitulado “A Psicologia da Multidão” (The Crowd: A Study of the Popular Mind).
Le Bon defende que, quando no meio de uma multidão, o homem regressa para um estado mental primitivo. Uma pessoa que pode ser altamente culta e moral em alguns casos, é capaz de agir como um barbáro e está propenso a agir de uma forma violenta. Perde suas faculdades críticas na extensa massa de gente.
As pessoas na multidão perdem suas inibições e padrões morais, e tornam-se altamente emotivas, diz Le Bon. Este emocionalismo, esta irracionalidade, presta-se ao poder da sugestão, através do qual o comportamento de um indivíduo pode ser determinado pelas suas percepções e as ações de outros ao redor dele.
Queria comprar um ingresso para o show do U2 em fevereiro, mas hoje quando começaram as vendas, devido aos boatos (verdadeiros) que a fila estava enorme, as pessoas foram afoitamente em busca do seu, o que só agravou a situação precária da rede de atendimento. O mesmo valeu para o website.
Esse é um exemplo desprentecioso, mas existem exemplos piores, como no caso da peregrinação anual até Meca, que quase todo ano faz vítimas por motivos de pisoteamento.
A psicologia de massa coíbe também a nossa capacidade de criar e mudar o destino. Inibe a criatividade porque molda suas opiniões dentro de conceitos “enlatados”.
A obra de Le Bon, entendedora do mecanismo humano interpessoal, continua valendo até hoje. Vale a pena ler.

Fábio Cipriani

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