Ter, Fevereiro 22, 2011 11:19 am
Caro prof.,
Realmente é uma pergunta interessante "...como seria para um pesquisador (e também professor) (...) passar quarenta horas semanais dentro da escola."?
E em sendo do "campo das Ciências Sociais (Sociologia, C Política e Antropologia), da Historiografia e da Geografia" deveriam ter tratamento diferenciado?
Por que os outros trabalhadores conseguem e nós não? Quando nos é interessante assumir o papel de “trabalhadores da educação” nós o fazemos bem, mas nestas horas somos “educadores”? Ou será que alguns colegas não vêem o IFBA como uma prioridade e não querem correr o risco de terem suas Dedicações Exclusivas questionadas por suas outras atividades?
Quem está em projetos, pesquisas, pós-graduações, etc., não tem com que se preocupar já que para isso existe dentre outras coisas o PIT – Plano Individual de Trabalho, documento elaborado por cada um que prevê nossos compromissos ao longo do período letivo.
A forma como vejo isso tudo é a seguinte: somos uma instituição que tem um papel social importantíssimo. A sociedade confia em nós e, portanto depositam suas demandas e esperanças e nós temos que dar uma resposta. Esta resposta depende da participação de vários setores e, portanto de várias pessoas/profissionais em uma relação sistêmica e mais do que interdependente, transdependente.
Quando algo ou alguém dificulta esta resposta à sociedade é preciso fazer alguma coisa de imediato para corrigir. Para se manter as coisas organizadas exige-se esforço pessoal para seguir os acordos de convivência, as regras, normas, etc. Quando o
esforço interno (consciência) não é o bastante, aquelas respostas sociais continuam precisando de nossas respostas, é preciso recorrer a esforços externos humanos, mecânicos ou eletrônicos.
Sim, sou a favor de todos cumprindo seus horários aqui dentro, batendo cabeça até. Duvido que as condições materiais de trabalho continuem como estão. Logo, logo as soluções aparecerão. Do jeito que está, fica em um aparente vazio que vai nos distanciando cada vez mais de nossos compromissos, sendo a convivência algo fundamental para encontrarmos soluções.
Prof., em todo o sistema de controle, ou de regras se preferir, está previsto as exceções. O que temos que ficar muito atentos é para evitar a inversão lógica (ou retórica) dos temas discutidos, em que as exceções se transformem em regras e as regras em exceções, prática muito em moda.
Um forte abraço
Lamartine
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