“Uma coisa que o nosso conde (Tocqueville) percebeu é que o homem da democracia, quando quer saber algo, pergunta para a pessoa do seu lado, e o que a maioria disser ele assume como verdade. Daí que, no lugar do conhecimento, a democracia criou a opinião pública. Mas talvez a pior coisa da democracia seja o fato de que ela deu aos idiotas a consciência de seu poder numérico, como dizia o sábio Nelson Rodrigues. Em suas colunas de jornais, Nelson costumava dizer que os idiotas, antes do advento da revolução francesa, viviam comendo, reproduzindo e babando na gravata. Com a revolução francesa e a democracia (que a primeira não criou exatamente porque foi muito mais um regime de terror autoritário), os idiotas perceberam que são em maior número, e de lá para cá todo mundo passou a ter de agradá-los, a fim de ter a possibilidade de existir (principalmente intelectualmente). O nome disso é marketing. Todo mundo que pensa um pouco vive com medo da força democrática (numérica) dos idiotas. O politicamente correto é uma das faces iradas desses idiotas.”
Fonte: PONDÉ, Luiz Felipe. Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, Ed. Leya, p. 51, 2012.
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