DISCUTIMOS MUITO, DIALOGAMOS POUCO E...
TOMAMOS DECISÕES PRECIPITADAS
"Esteja pronto para ouvir, tardio para falar e mais tardio para irar-se.."
Por FSP 21/03/2010 às 12:37
Não podemos acreditar que estamos presenciando o embate titânico das forcas do céu contra as do inferno.
Um lado não pode se considerar o Moisés de toda essa gente. Esta historia de que só existe um lado certo e que é amado, considerado impoluto, não existe. Ainda mais se o discurso for do tipo: “quem se unir a nós renasce”.
Lamentavelmente tenho me decepcionado com alguns colegas, perderam a coerência inicial, mostraram que existe um preço, as vezes ate bem baixo. Aliar-se como alguns fizeram, corresponde a uma espécie de batismo que livra dos pecados e culpas anteriores.
“Eu sou a verdade e a vida. Venham a mim! Venham quantos decidirem aderir à boa-nova. Estou aqui, esta verdadeira lavanderia de reputações”.
Associado a isso, tem-se a Espiral do Silêncio (veja a seguir).
Semana passada aí no IFBA (Salvador) encontrei um ex-aluno formado a mais de 20 anos. Ele lembrando da época em que construí um Robô (1986-89), disse que foi muito inspirador ver a minha animação, considerando que o laboratório era todo despreparado, sem equipamentos adequados, instrumentos velhos, etc. Disse que lembrou muito desta cena e que foi importante na sua vida profissional bem sucedida, para vencer os desafios. Fiquei feliz, é claro, mais o que tem a ver esta historia com o assunto inicial? Pra mim tem muito. A minha vivencia me mostra que o que deixamos para estes alunos, muito mais do que ensinamentos, programas, etc., é a forma como resolvemos problemas.
“O que faço fala tão alto que o que digo ninguém escuta”
Cai muito bem o comentário de um colega acerca da ética: “é muito mais fácil falar do que praticar”. Acredito que quando colocado em pratica resulte em coerência.
Um abraço e bom domingo,
Obs. Segundo a Wikipédia, os “estudos sobre a Espiral do Silêncio começaram na década de 60. Essa teoria, foi proposta especificamente a partir das pesquisas da alemã Elisabeth Noelle-Neumann sobre os efeitos dos meios de comunicação de massa. Na Alemanha, entre 1965 e 1972, durante as campanhas eleitorais Noelle-Neumann percebeu uma súbita mudança de opinião, dos eleitores, na reta final do processo de eleição. De acordo com seus estudos, ao mudar de opinião, os eleitores buscavam se aproximar das opiniões que julgavam dominantes.”
Ou seja, “a idéia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que o grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da opinião pública, já que os agentes sociais têm aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio.”
E mais, que “existe uma tendência de acompanhar a opinião da maioria das pessoas, talvez por medo do fator isolamento, isto pelo fato de, em geral, a sociedade exigir uma certa conformidade com o tema em discussão. Este cenário tem a finalidade de manter-se um mínimo de unidade para garantir coerência.”
Segundo a jornalista, especializada em assuntos da America Latina, Graça Salgueiro, a “Espiral do Silêncio consiste em duas coisas: ocultar-se alguma notícia importantíssima que, ou exalta a situação ou denuncia os crimes da oposição, ou então, repetir-se seguidas vezes uma desinformação, de preferência em notas destacadas, criando no inconsciente coletivo a idéia de que aquilo é que é a verdade verdadeira.”
12 de março de 2010
Por Nivaldo Cordeiro (*)
Até mesmo as Forças Armadas foram submetidas. Nenhuma resistência organizada está operante diante do petismo.
No Brasil a direita consentida é o PSDB e todo o arco político em torno dele, inclusive o DEM, que desgraçadamente tomou a si o programa político do Partido Democrata dos EUA, fazendo de conta que poderia competir, seja no âmbito da social-democracia, seja no âmbito da esquerda mais radical, como um simulacro "liberal"à moda norte-americana. Está sendo esmagado inexoravelmente. A um só tempo o eleitorado foi-lhe roubado enquanto seus quadros foram destruídos. José Roberto Arruda é o espelho acabado dessa situação. A cassação do prefeito Gilberto Kassab também. Mesmo o DEM agora está sendo considerado oposição não consentida e qualquer pretexto está sendo utilizado para o seu aniquilamento. A sua aliança estratégica com o PSDB de nada lhe serve. Os caciques tradicionais estão sendo destruídos um a um, mesmo quando aderem de forma explícita ao partido situacionista, como é o caso de José Sarney (este no PMDB).
A direita consentida é, nada mais nada menos, que a esquerda, uma falsificação. Não há mais direita política e essa situação significa simplesmente o limiar da ordem totalitária, que até mesmo o jornalista Reinaldo Azevedo (Moralmente o governo Lula já é um tirania) reconheceu como realidade. Reinaldo esqueceu-se de que não é apenas "moralmente", mas factualmente. O PT controla os três poderes da República e conseguiu fundir o partido com o Estado. Até mesmo as Forças Armadas foram submetidas. Nenhuma resistência organizada está operante diante do petismo.
A grande mídia, conforme meu artigo anterior (Serra e a midia), rendeu-se integralmente. Apenas dois jornalistas têm a permissão dos barões da mídia para fazer a oposição oficial ao poder estabelecido: o próprio Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi, ambos da revista Veja. Por quanto tempo, não se sabe. Ambos são homens íntegros e profissionais competentes, mas para um país da nossa dimensão podemos dizer que são vozes isoladas, ainda que com alguma influência. Dentro da algazarra esquerdista que é a grande mídia, todavia, suas vozes são prontamente abafadas.
O "direita" jornalística foi eliminada, bem antes que a direita política. Pode até ser que uma coisa levou a outra: a destruição dos formadores de opinião conservadores, meta primeira da revolução gramsciana, levou necessariamente ao desaparecimento dos políticos conservadores. A ditadura começou pelo seqüestro das almas na sua formação.
Meu caro leitor, nada há a fazer. O processo revolucionário, por assim dizer, está completo. A eleição de Dilma são favas contadas. O Brasil viverá inexoravelmente as conseqüências desse fato, como a Alemanha nos tempos de Hitler viveu. Como a Rússia desde os tempos de Lênin viveu. Resta a cada um que manteve a sua integridade e a sua independência virar cronista do que está acontecendo. A loucura é completa e a solidão é o que espera para os que não aderiram ao sistema.
Empregos, oportunidades, bons negócios, tudo agora depende da relação de compadrio com o partido governante. Não ao acaso Abílio Diniz, o emblemático empresário de São Paulo, aderiu de público à candidatura Dilma, ele que está no varejo, atividade que em tese não depende de favores governamentais. O que dirão os demais, que precisam do governo como os pulmões do ar? Não apenas aderiram, mas se avassalaram. Não há mais nenhum espaço de liberdade, não apenas política, mas também econômica.
O totalitarismo é a realidade radical em que estamos metidos.
(*) Fonte: http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/10894-a-direita-consentida.html
11 de março de 2010 | ||
Vocês estão vendo este homem? É o dissidente cubano Guilhermo Fariñas, um jornalista e psicólogo de 48 anos, que está em greve de fome desde o dia 24 de fevereiro, quando protesto idêntico matou o também dissidente Orlando Zapata. Farinãs reivindica a libertação de 26 presos políticos. Dele se pode dizer que não chupa balas Paulistinha escondido. Dele se pode dizer que não é daquele tipo de fatalista que acredita que nenhum homem pode resistir à tentação da trapaça, que não esmorece diante de um pacote de balas Juquinha; que não se queda de joelhos por um punhado de balas Toffees. Agora eu peço que vocês vejam o vídeo deste outro homem, um ex-preso político brasileiro, num depoimento concedido ao jornalista Augusto Nunes, que já postou o vídeo em seu blog, aqui na VEJA Online. Recomendo especial atenção ao depoimento a partir dos 2min23s, quando ele fala de sua “greve de fome”. Por conta da prisão, que se deu nas condições acima relatadas, Lula recebe hoje em dia, todo mês, religiosamente, algo em torno de R$ 6 mil. Trata-se de uma pensão em si mesma indecorosa porque, mesmo na cadeia, à diferença dos “companheiros” em greve , que nunca tiveram compensação nenhuma, o sindicalista Lula jamais deixou de receber o salário que lhe pagava o sindicato. Àquela época, seu compadre rico, Roberto Teixeira, já lhe cedia uma casa confortável e supria outras necessidades. Teixeira jamais teve motivos para se arrepender de tamanha generosidade. Em linguagem de mercado financeiro, pode-se dizer que comprou uma opção magra e a viu engordar de forma espetacular. Um homem de negócios, enfim. Como se pode notar pelo testemunho do próprio Lula, ele trapaceou na greve de fome. E foi uma trapaça que se exerceu em dois planos ao menos: enganou a “classe”, que pensava, então, no seu “martírio” e se condoía; enganou os próprios colegas de cela, já que, afirma, escondia as balas debaixo do travesseiro. Foi Djalma Bom, diz ele, um seu subordinado na hierarquia sindical, que jogou fora as guloseimas. Lula já se mostrava o líder que viria a ser: permissivo, um tanto fanfarrão, sempre disposto a negociar com princípios, embora, para consumo público, soubesse manter exemplarmente as aparências. Lula foi preso em abril de 1980. Não havia mais tortura contra presos políticos nesse período, e o Brasil já tinha aprovado, no ano anterior, a Lei da Anistia. Mas Lula combatia — e estava longe de ser o único — um regime que, a despeito de tudo, lhe garantia regalias. E ele não via problema naquela doce informalidade, em que o delegado Romeu Tuma fazia de conta que aplicava com severidade a Lei de Segurança Nacional, e os presos faziam de conta que sofriam nas masmorras. Nas cadeias cubanas, as coisas são muito diferentes. Não há televisão, rádio, jornais, concessões especiais. São masmorras de fato, onde se tortura, se espanca e se mata. Estima-se em até 200 os presos de consciência na ilha. Na já histórica entrevista à AP, Lula comparou os dissidentes a bandidos — a mesma, então, forma de banditismo que ele praticou um dia. No depoimento acima, Lula admite que a mobilização da sociedade e da imprensa ajudava a protegê-lo — ainda que reste evidente que Romeu Tuma jamais o molestaria. Até o dentista, diz o agora presidente, tinha medo de mexer em seu dente, com receio de que algo desse errado e que a imprensa, já adoradora de Lula, visse naquilo uma tramóia do regime. Em Cuba, não existe sociedade na rua porque os tontons-macoutes de Fidel e Rául Castro espancam que protesta; em Cuba, não existe imprensa livre, porque até a Internet é censurada. O regime com o qual Lula queria acabar já permitia a emergência de uma sociedade civil. O regime que Lula preserva de qualquer crítica elimina mesmo fiapos de liberdade. A mitologia esquerdopata inventou um Lula com têmpera de aço, patacoada que foi repetida no filme, que naufragou — o que demonstra haver uma reserva de bom senso ao menos no público que se interessa por cinema. O episódio das balas Paulistinha diz muito de seu espetacular oportunismo. Sim, ele se alinha com o governo dos irmãos Castro e está pouco se lixando para a questão democrática, mas não é menos verdade que não consegue conceber que alguém leve adiante, com tanta determinação, uma greve de fome ou um sacrifício. Como ele não resistiu às tentações da balinha, não consegue compreender que outros o façam. Não gosto da idéia, se querem saber, de greve de fome; insere-se, para mim, numa ordem de questões superior às da política. Não me são bem-vindas as práticas que atentam contra a vida, mas é evidente que posso compreender os motivos de Zapata e de Fariñas. Faço essa observação porque não poderia deixar de lado, porque não deixo nunca, uma questão de princípio. MAS QUE FIQUE CLARO: ZAPATA E FARIÑAS NÃO ESTÃO EM JULGAMENTO, MORAL AO MENOS, E SIM A TIRANIA CUBANA. JULGAR A FORMA DE PROTESTO DOS DISSIDENTES É INDECOROSO, É INDECENTE. E comparar presos políticos a bandidos é uma manifestação da mais escancarada delinqüência política. Fariñas é um filho do regime. Chegou a estudar na União Soviética. Seus pais foram revolucionários de primeira hora. O pai chegou a acompanhar Che Guevara na malfadada aventura revolucionária no Congo. Há 21 anos, ele milita na oposição. Já fez, nesse tempo, 23 greves de fome e passou 11 anos e meio na prisão. Por que faço essa lembrança? Os que, na democracia, lutam em favor do socialismo — ou, sei lá, daquilo que chamam “democracia popular” (e que não se distingue de uma ditadura de partido único) — o fazem segundo as garantias que lhes dá o estado de direito. E contam com mais do que isso: têm a seu favor até a leniência de agentes do estado que se negam a aplicar a lei. É o caso, por exemplo, no MST. Nas ditaduras socialistas, os que lutam por democracia arrostam com a própria morte. Isso evidencia a superioridade moral da democracia e a imoralidade intrínseca das esquerdas. Lula não pode entender isso. Lula não acredita em homens que resistam às balas Paulistinha ou às generosas doses de uísque que partilhava com os empresários do Grupo 14 da Fiesp, enquanto a massa de grevistas aguardava as palavras de ordem de seu Macunaíma adotado pelos marxistas da USP e pelos padrecos da Escatologia da Libertação. Aquilo deu nisto: o fatalismo tirânico das Balas Paulistinha. |
10 de março de 2010 | |||
Por Graça Salgueiro (*) Antes de começar a discorrer sobre o tema de hoje, quero agradecer, de coração, as inúmeras mensagens de felicitações que recebi, tanto aqui no blog como no Mídia Sem Máscara, no Facebook e em particular. Muito obrigada a todos pelo apoio! O assunto de hoje, conforme prometi, é sobre as FARC. No programa True Outspeak desta segunda-feira, Olavo explicou um fato que tem ocorrido com freqüência na mídia brasileira que se chama “espiral do silêncio”. Este fato consiste em duas coisas: ocultar-se alguma notícia importantíssima que, ou exalta a direita ou denuncia os crimes da esquerda, ou então, repetir-se seguidas vezes uma desinformação, de preferência em notas destacadas, criando no inconsciente coletivo a idéia de que aquilo é que é a verdade verdadeira. Há ainda desdobramentos. Muito esporadicamente a mídia informa em notinhas curtas e escondidas, uma informação que deveria ganhar as manchetes, dada sua gravidade. Só no espaço compreendido entre fevereiro deste ano e ontem, duas notícias deste tipo foram veiculadas nestas circunstâncias – notinhas curtas jogadas no meio de outras que ninguém lê – e que serão motivo de um artigo posterior e a edição de hoje. Penso que todos estão lembrados de quando a revista “Cambio”, da Colômbia, publicou um artigo de 4 páginas relatando as ligações das FARC com o governo brasileiro e o PT, em documentos encontrados nos computadores de Raúl Reyes. O que fez toda a mídia brasileira? Blindar o Sr. da Silva, desacreditando e até debochando (como fez a estúpida comunista Eliane Cantanhêde) dos documentos comprobatórios. Muito rapidamente passou-se a tratar de outra coisa, como se aquilo não fosse grave o bastante e motivo para uma investigação séria por parte dos órgãos competentes, como está fazendo a Espanha, que ficou durante todo este tempo analisando as provas que assinalavam os vínculos do ETA, com as FARC e Chávez. Demorou, mas agora é um juiz quem acusa e bem fundamentado. E o que se tem feito no Brasil a esse respeito? Os órgãos de inteligência, que trabalham para o Governo e não para a Nação, engavetam, põem uma pedra em cima – se é que não destroem as provas – e miraculosamente a coisa deixa de existir. Foi assim que fez o general Jorge Armando Felix, Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no caso da denúncia de que Oliverio Medina, “embaixador” das FARC no Brasil, teria dado 5 milhões de dólares para a campanha presidencial de Lula em 2002. Num país decente, com instituições comprometidas com a Verdade e a Justiça, imprensa isenta e homens que honram as calças e/ou fardas que vestem, isto seria motivo para profundas investigações, denúncias em letras garrafais e apuração até as últimas conseqüências. Mas o resultado todo mundo conhece: “seu” Jorge negou a importância da denúncia e deu o caso por encerrado, a mídia logo mudou de assunto, Lula foi eleito e Oliverio Medina ganhou status de refugiado político e vive hoje às nossas custas, seguindo com seu “trabalho” de “embaixador” das FARC impunemente.
Ocorre que esta biblioteca foi fundada em 9 de outubro de 2009, mas só agora o assunto transpirou. Então, prefiro me ater – como sempre faço – às informações das fontes primárias. A Folha, como sempre muito bem informada, afirma que a biblioteca foi fundada em “uma populosa comunidade do estado venezuelano de Aragua” (se quiserem leiam a matéria aqui, e depois busquem no Google com o mesmo título que vão encontra o mesmo texto nos jornais que citei); entretanto, não é o que afirma o jornal “El Tiempo”, justificando exatamente porque só agora tomou-se conhecimento de um fato ocorrido em outubro do ano passado. Diz “El Tiempo”: “Talvez por ser pequena e ficar em um povoado não muito conhecido – Los Valles de Tucutunemo, a umas três horas de Caracas, no estado Aragua – a abertura da biblioteca comunal ‘Manuel Marulanda’ passou por baixo dos panos quando ocorreu na realidade em 9 de outubro de 2009. E aí entra, novamente, o que citei acima sobre a “espiral do silêncio”; prestem bem atenção. Ainda segundo “El Tiempo”: “Embora sua criação, promovida pelo Conselho Comunal Los Bagres, que funciona no mencionado povoado, não tenha sido de maior conhecimento midiático, chegou justo a tempo aos ouvidos das FARC, pois seu comandante, Alfonso Cano, enviou em setembro do ano passado uma carta de agradecimento e felicitação pela iniciativa que, segundo suas palavras, ‘contribuirá para estreitar os laços de amizade e solidariedade entre nossos povos irmãos, a divulgar o pensamento, a obra e o exemplo deste herói insurgente (Marulanda) e patriota da América Latina e colocar merecidamente seu nome com letras de ouro no lugar mais alto do pódio da história...”.
A carta que Cano escreveu foi endereçada a José Prudencio España, identificado como “representante da missão Calarcá-Aragua”, que precisa ser melhor investigado mas “sugere” ser o elemento de contato entre “Marcos Calarcá”, que atuou como “relações internacionais” no México, e o governador Rafael Isea. Não afirmo por não ter provas; apenas sugiro a possibilidade. Segue então a carta, traduzida, que pode ser lida no original aqui: “Cidadão JOSÉ PRUDENCIO ESPAÑA Representante da Missão Calarcá-Aragua Venezuela Estimado compatriota: Recebemos com imensa satisfação e profundo sentimento de gratidão sua iniciativa de construir na Venezuela uma biblioteca que recolha a obra e o pensamento de nosso comandante Manuel Marulanda Vélez e ademais leve seu nome. Manuel Marulanda, o herói insurgente da América representa exemplo heróico imperecível de máximo comprometimento, persistência e lealdade com a causa dos oprimidos e deserdados deste continente e do mundo em sua luta para alcançar a libertação nacional, preservar os valores pátrios e enfrentar com altivez e denodo a feroz repressão, a violência, a guerra suja e o genocídio, com que esta oligarquia ultramontana e fascista pretende defender seus odiosos privilégios, submeter o povo e entregar nossa soberania ao império. Estamos seguros que sua importante iniciativa contribuirá para estreitar os laços de amizade e de solidariedade entre nossos dois povos irmãos, em divulgar o pensamento, a obra e o exemplo deste herói insurgente e patriota da América Latina e a colocar merecidamente seu nome com letras de ouro no lugar mais alto do pódio da história, ao lado dos grandes que lutaram pela liberdade, pela dignidade, pela igualdade e pelo socialismo em nosso continente: Bolívar, San Martín, Martí, Zapata, Sandino e o Che. Com imensa gratidão e sentimentos de consideração e apreço, Pelo Estado Maior das FARC-EP. Alfonso Cano Montanhas da Colômbia, 18 de setembro de 2009”. E para confirmar tudo isto que Alfonso Cano diz, segue um vídeo muito educativo e inspirador de boas e caritativas obras. Eu assisti a esse vídeo ontem à noite e o reservei para ilustrar a edição de hoje. Entretanto, quando fui confirmar o link vi que o haviam tirado do ar. Aí entrou em ação o meu “assessor para assuntos tecnológicos”, o querido amigo e salva-vidas Alex, que o resgatou, permitindo que vocês possam deleitar-se com a obra “fariana”. Certamente estas cenas fazem Chávez, Lula, MAG, Celso Amorim e bando, revirar os olhos em perfeito êxtase... Na próxima edição quero comentar o filme “FARC: Insurgência do século XXI”, que não recomendo a ninguém mas não posso deixar passar batido pela gravidade dos crimes que se cometem até mesmo na telona. Fiquem com Deus e até a próxima! Traduções e comentários: G. Salgueiro |
07 de março de 2010
Por Roberto Romano da Silva (*)
Um escritor francês publicou, em data recente, certa análise perfeita sobre a noção (e a prática) da militância política. (“Le militant et le politique, hommage à Max Weber” no site Décroissances). Ao redigir minha palestra para o Fórum sobre Liberdade de Expressão (01/03/2010), passei por todos os itens abordados por ele. Imperativo ético, citei seu trabalho, indicando as nossas diferenças. Breve as minhas considerações serão publicadas e o leitor confrontará as teses. Será possível notar concordâncias e discórdias. A fenomenologia do militante coincide perfeitamente, nele e no que apresentei durante o referido Fórum.
O que é um “militante”? A palavra vem do latim e significa “guerreiro”, “soldado”. Militar quer dizer perseguir inimigos para matá-los ou atenuar a sua potência. O militante tem como alvo destruir o adversário e, para tal, ele deve aumentar o número dos companheiros. Donde o caráter virulento do seu proselitismo. O militante, anuímos eu e nosso autor, para angariar seguidores usa um imaginário, uma fala, um modo de agir religiosos. Na sua boca surgem, a cada instante, termos sacrificiais como “devotamento”, “empenho”, “fiéis”, “mensagem”. Como oposto necessário, ele usa termos como “suspeita”, “desvio”, “acusação”, “inquisição”, “revisionismo”.
Quando evoca o próprio múnus, o militante julga a si mesmo uma pessoa extraordinária, herói. Ele aceita toda e qualquer missão para o bem do Partido ou do organismo social e político a que pertence. Mesmo que a missão seja fétida moralmente. Ao militante, diz meu colega da França, “não é pedido que pense, reflita de modo a concretizar um plano estratégico. Outros o fazem em seu lugar”. Trata-se da onisciente “direção”, a liderança. Acrescento: se militante, o indivíduo não pensa. Ele segue, de maneira pavloviana, palavras de ordem. E morde. Outro elemento que marca o militante é que, sendo destinado a matar (física ou moralmente) quem não pensa com o seu Partido, ele tem a missão de produzir inimigos indicados pelos líderes que, por definição, nunca erram. Aí começam os propósitos com “anti”. Eles sempre são “anti” algo: imperialismo, capitalismo, mídia dos patrões, etc.
Quando atacam indivíduos, são precisos porque não passam pelas idéias, mas reduzem os outros ao que de mais sórdido diz a fala leviana. Se chamados a discutir idéias e conceitos, tombam nas generalidades, nas palavras embreagem. Este termo, cunhado por E. Benveniste, designa enunciados que servem apenas para manter o discurso, como as embreagens permitem mudar a marcha do carro, se os obstáculos são árduos. Termos embreagem: “consciência crítica”, “luta”, “neoliberalismo”, “justiça”, “injustiça”, ”golpe”, etc.
O militante se proclama libertário ou revolucionário, mas está submetido às ordens tirânicas da sua direção partidária. Pouco importa se o partido é grande ou pequeno. A dominação dos líderes tem a mesma lógica do servilismo. Democracia, para o militante, significa que a sua ideologia deve mandar em tudo. O resto é fala pequeno-burguesa (ou burguesa) idealista. Existem tendências nos partidos militantes, minoritárias dado o seu exacerbado fanatismo. Mas a maioria manda sobre elas, não pode ser questionada. Todos devem obedecer calados, ajudando a linha principal a se efetivar na ordem pública.
O PSOL é um micro partido com tendências em seu interior. Todas elas se aninharam até ontem sob as asas do PT. E a sua maioria guarda relações familiares com a alma mater petista. Nelas, no entanto, se exacerba, além da hipocrisia moralista, o vezo da militância. Na seita, todos estão dispostos a destruir os adversários da “luta”, os que não rezam pelo catecismo das lideranças e pensam com sua própria mente. Nas próximas eleições o gropúsculo estará de novo a serviço do petismo, fazendo o trabalho sujo de caluniar, atacar, vilipendiar os cérebros autônomos. Conheço pessoas éticas naquele cenáculo, entre elas o deputado Carlos Gianazzi. Mas o seu número diminui, na exata medida em a seita busca agradar o PT, atacando os “inimigos”. O PSOL não passa de linha auxiliar da militância petista. Sua gênese é a mesma, está no seu caráter. Ou na ausência de caráter dos que, alí, não distinguem pensar diferente e manter o respeito civil.
(*) Roberto Romano da Silva é Professor titular de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor de Ética, também pela Unicamp. Doutor em Filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris e membro do Instituto de Filosofia e de Ciências Humanas da Unicamp).
Caros colegas,
O que vocês achariam de acabarmos com as provas finais (ou recuperação paralela) aliado a mudança da média de aprovação da 7,0 para 5,0 (cinco)?
Pois bem, esta foi a medida aprovada pela Universidade Federal (Popular) da Bahia – UFBA passando a vigorar a partir da próxima segunda-feira, dia 01 de março.
Quando soube desta notícia, me lembrei do filme “The Wall” com músicas do Pink Floyd e o mais recente Matrix (o primeiro da trilogia), em que pessoas vão construindo seu mundinho para viver. Elas são sem visão, sem experiências do mundo externo e com a mente fechada. Pessoas que nem imaginam que vivem num mundo “virtual” para não dizer irreal, cercado por grandes paredes ou dentro de um grande sistema, cada qual como se fosse Pink com todas as suas pirações, delírios e devaneios.
Deve fazer parte deste "sistema" dizer que ele não existe. Aí todos conhecem a expressão “Teorias da Conspiração” usada por alguns que pensam saber, para desqualificar algo. Já imaginou se as pessoas passassem a acreditar que tem algo (ou alguém) controlando a vida delas? Seria um desastre.
Como fazer a propaganda de algum produto novo, ou de alguma marca? Como conduzir os jovens aos novos celulares, aparelhos eletrônicos, modas, e por ai vai (ver filme no youtube “A Origem das Coisas”)? Como eleger um candidato político? Como mudar os valores, as crenças e porque não, as normas sociais de forma tão rápida? Os argumentos vão para “evolução social”, direitos e mais direitos (a ponto de quando se fala em dever, muitos fecham a cara), beneficia as minorias, justiça social e por ai vai...
Você já viu alguém ficar com raiva se estiver sorrindo? Acho que nunca verá. A pessoa só vai lutar por seus direitos, ou por aumento de salário se estiver com a sensação de injustiça, raiva mesmo. Mas no país anestesiado pelo carnaval e pela ditadura da alegria fica difícil unir as pessoas.
Percebeu que as eleições ocorrem de dois em dois anos, sempre em anos de copa do mundo ou de olimpíadas? Em paralelo, o foco das nossas reivindicações, sugestões, propostas de mudança nunca são para os políticos ou políticas públicas e sim para os times ou os desportistas? Aí dizem “não pode ser, isso é só uma coincidência”. Acho que você acredita.
Para sair da Matrix, algo tem que ter algo a incomodar. Tem que desejar mudar e só então escolher a “pílula” certa, para despertar. Caso contrário, continuar dormindo, vivendo nas sombras da caverna (de Platão) achando que tudo isso é normal. Enquanto a maioria dorme em berço esplendido, na calada da noite, alguns insones maquinam novas ações, e quando menos se espera, pliiimm, eis que num passe de mágica (sem ser) surgem as novidades, com uma porrada de argumentos incontestáveis (?).
De sete para cinco, esta UFBA está muito mudada...
Abraço
Prof. José Lamartine Neto
P.S. Voce vai encontrar isso no REGIMENTO GERAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, Art. 69 – “Será considerado aprovado no componente curricular o aluno que obtiver nota final, resultante da média das avaliações parciais, igual ou superior a cinco, sem aproximação de decimais.” no seguinte site...
http://www.portal.ufba.br/conheca/legislacao/minuta_regimento
O anúncio de Olavo Bilac Autoria desconhecida Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade rural, um ...