terça-feira, 9 de julho de 2013

O que sou...

Na verdade já fui meio revolucionário sim, carreguei bandeira fiz greve, joguei pedra, reivindiquei, lutei muito pelo esquerdismo. Imagine que cheguei a vestir camisa de Che Guevara.

Mas a maturidade me alcançou, me tornei mais realista e pessimista com esta história de um mundo melhor. Posso dizer que acordei deste sonho, ou melhor, desta mentira.

A historia está cheia de exemplos das milhares/milhões de mortes quando se resolveu fazer as coisas "por um mundo melhor". A guilhotina da Revolução Francesa matou mais em 90 dias do que 400 anos de inquisição espanhola; a Revolução Soviética (comunismo) matou 30 milhões a chinesa outros 40 milhões, a cambojana, 2 milhões; a cubana 160 mil e o que conseguiram??? Fome, mortes, prisões, miséria.

E tem gente que continua apoiar esta tragédia que matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX? Não obrigado.

Prefiro pender ao lado conservador (em política) e liberal (em economia) sendo chamado de reacionário (sei que o termo é empregado de forma depreciativa), sim sou mesmo, reajo às grandes mudanças porque não confio nos propositores.

Gosto da definição de Michael Oakeshott "Ser conservador é preferir o familiar ao desconhecido, preferir o tentado ao não tentado, o fato ao mistério, o real ao possível, o limitado ao ilimitado, o próximo ao distante, o suficiente ao superabundante, o conveniente ao perfeito, a felicidade presente à utópica".

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Não temos direita

por José Lamartine de A. L. Neto *

Não temos uma direita, certamente uma das coisas que os militares fizeram foi acabar de vez com a oposição, a voz dos conservadores. O ultimo de verdade foi Carlos Lacerda (que nem é do meu tempo).

O que temos hoje é um desmantelamento logístico das forças armadas, a criação da aberração de uma força militar paralela subordinada ao Ministério da Justiça (Força Nacional) com prerrogativas idênticas à das polícias e dos militares das Forças Armadas. Uma policia particular. Se existe reserva moral neste país parte dela está lá com este militares e digo isso porque conheço alguns deles e tenho parentes com quem convivo. Logo, confirmo a qualidade moral destas pessoas.

Infelizmente partidos de esquerda e profissionais simpatizantes da esquerda dominaram a cena nacional nas últimas décadas, infiltradas gramscianamente em todas as instituições do país, disseminando mudanças culturais, comportamentais e éticas baseadas em novelas globais (não mexam em meus comunistas dizia Roberto Marinho), teatros, músicas, filmes, e a mais recente onda de disseminação do Politicamente Correto, a nova ditadura dos costumes, etc. Foi o que ficou conhecido como estratégia da "Válvula da panela de Pressão" termo cunhado pelo então mentor intelectual do militares, General Golbery do Couto e Silva, na esperança de que permitir o acolhimento dos esquerdistas nas universidades, jornais, produtoras de cinema e teatro fosse o suficiente para que os militares caíssem nas graças das esquerdas. O idiota não tinha lido uma linha dos "Cadernos do Cárcere" de Antônio Gramsci.

Não temos oposição legitima. Temos um arremedo de esperneio no meio de alguns representantes da classe religiosa cristã, católica ou não, (exceto a esquerdista CNBB) que tem coragem de se expor e defender o que acredita. Os demais, se é que eles existem, metem o rabinho entre as pernas com medo de turba raivosa a acusá-los no mínimo de fascistas, nazistas, extremistas de direita, e agora acrescentados dos termos homofóbicos, racista, etc. Ora, uma breve leitura da historia nos mostra que os partidos cristãos da Alemanha foram os únicos que se opuseram de fato a Hitler quando este subiu ao poder. Os comunistas ficaram calados pois lhes era útil ter um ponta de lança nos seus planos expansionistas, como de fato ocorreu. Veja que ao fim da II Guerra Mundial quem mais cresceu em termos de território e influencia foi a URSS.

Quando o muro de Berlin ruiu na década de 1980 imediatamente Fidel Castro e Lula decidiram repetir a experiência do Leste Europeu aqui na America Latina com o “Foro de São Paulo”, a maior organização de partidos de esquerda do planeta, sistematicamente ocultadas da população por mais de 15 anos por estes mesmos jornalistas que se dizem defensores da liberdade e da verdade. Nada de novo já que a Organização Latino Americana de Solidariedade (OLAS) fundada em 1966 com sede em Cuba,foi idealizada por Salvador Allende estendendo idéias de Che Guevara. Esta OLAS pariu a UNASUL em 2004, uma imitação barata da ex-União Soviética, sendo que líderes dizem que é um projeto ao estilo da União Européia, pouco provável, uma vez que o finado Hugo Chavez afirmara que a Unasul seria uma União Bolivariana Comunista. Estes conglomerados vêm sistematicamente sufocando qualquer oposição, seja com suborno, fraudes (como das urnas eletrônicas), mensalões, nomeações de juízes simpatizantes nas supremas cortes, etc.

Nelson Rodrigues  em entrevista à VEJA em 1969 disse:

“Eu sou um anticomunista que se declara anticomunista. Geralmente, o anticomunista diz que não é. Mas eu sou e confesso. E por quê? Porque a experiência comunista inventou a antipessoa, o anti-homem. Conhecíamos o canalha, o mentiroso. Mas, todos os pulhas de todos os tempos e de todos os idiomas, ainda assim, homens. O comunismo, porém, inventou alguém que não é homem. Para o comunista, o que nós chamamos de dignidade é um preconceito burguês. Para o comunista, o pequeno burguês é um idiota absoluto justamente porque tem escrúpulos”.

Ninguém fala dos milhões de assassinados pelos regimes comunistas/socialistas no século 20 que segundo estudiosos comunistas, mas com um mínimo de honestidade intelectual, afirmam no “O livro negro do Comunismo” chega a cifra de 100 milhões de vidas. Então, não temos direita neste país, somente algumas poucas pessoas com duas bolas como teve Nelson Rodrigues, que tem coragem de se expor e dizer que não concordam com esta empulhação.

* Psicólogo especialista em Saúde Mental com ênfase de Dependência Química, Família e Comunidade, é aluno do doutorado em Difusão do Conhecimento - UFBA

Quem paga? - por olavo de Carvalho

26 Junho 2013 19:20

CWS/NYTS
De uns tempos para cá, as expressões “extrema direita” e “ultradireita” passaram a ser usadas para carimbar, com o estigma do nazifascismo, qualquer cidadão ou grupo que se oponha ao abortismo, ao casamento gay ou à proibição de opiniões religiosas na vida pública.
 
Opiniões majoritárias, consagradas pelo uso universal e incorporadas de há muito na prática democrática das nações civilizadas, são assim, repentinamente, movidas para as trevas exteriores, para zona do anormal, do inaceitável e do proibido. A elite iluminada se autoconstitui em medida-padrão do normal e do certo, e, como o dr. Simão Bacamarte no Alienista de Machado de Assis, condena o povo inteiro como louco, fanático e extremista.
 
Essa deformação semântica monstruosa, violência simbólica em estado puro, aparece com notável uniformidade tanto no discurso da esquerda em geral quanto na "grande mídia" da qual essa mesma esquerda, com a hipocrisia de quem sabe que domina os cargos de chefia em quase todas as redações do país, se finge de inimiga e vítima indefesa. 
 
O objetivo da operação é, de imediato, mergulhar a população cristã na "espiral do silêncio", destituí-la dos meios verbais de autodefesa e, portanto, debilitar sua identidade ao ponto de dissolvê-la por completo. Já é, portanto, um genocídio cultural indisfarçado, cínico, criminoso no mais alto grau, que prepara a oficialização do anticristianismo militante como prática nacional obrigatória e a realização do sonho de Lênin: "Varrer o cristianismo da face da Terra".
 
 Que uma política inspirada na religião cristã possa ter algum parentesco mesmo longínquo com o nazismo ou com o fascismo é uma crença indefensável sob todos os aspectos, quando mais não fosse pela obviedade de que foi precisamente a derrota do nazifascismo que trouxe ao poder, pela primeira vez na história europeia, partidos declaradamente cristãos, a Democracia Cristã na Alemanha e na Itália. Mutatis mutandis, foram os conservadores católicos e protestantes que, em toda a Europa, pregaram a resistência a Hitler quando os comunistas e esquerdistas em geral preferiam a acomodação, então favorável aos interesses de Moscou, que partilhava com os nazistas o cadáver da Polônia.
 
Aliderança comunista explora despudoradamente a ignorância histórica de seus militantes quando os induz a crer que são "de extrema direita" precisamente aquelas opiniões majoritárias que trouxeram a paz, o equilíbrio e a normalidade democrática ao mundo após o pesadelo da Segunda  Guerra Mundial, enquanto, nas zonas ocupadas pelo comunismo, as instituições repressivas criadas pelo nazismo eram simplesmente modernizadas e adaptadas às necessidades de uma ditadura mais astuta e mais eficiente.
 
 Hoje sabe-se, para além de qualquer dúvida razoável, que o nazismo jamais teria crescido às proporções de uma ameaça mundial se não fosse pela ajuda soviética, passada por baixo do pano por anos a fio e camuflada sob um antinazismo de fachada.
 
 Quando os comunistas tentam associar a imagem de seus inimigos conservadores à lembrança do nazifascismo, não fazem senão repetir o procedimento-padrão, estabelecido desde os tempos de Lênin, que consiste em cometer o crime e apagar as pistas rapidamente, lançando as culpas sobre o primeiro bode expiatório disponível antes que alguém sequer suspeite da verdadeira autoria.
 
Nunca houve nem nunca haverá um comunista bem intencionado, pela simples razão de que o comunismo nega, na base, todo princípio moral e o substitui por uma nova "ética" em que não há outro Bem Supremo acima dos interesses da Revolução, nem outra obrigação moral superior à de fazer crescer, por todos os meios, o poder do Partido.
 
Todo comunista, sem exceção, é um canalha e um manipulador, pronto a elevar-se ao estatuto de assassino e genocida tão logo, inchado de orgulho, seja convocado a isso pelo clero revolucionário. Ninguém jamais se tornou comunista por amor aos pobres, por idealismo humanitário ou por qualquer outro motivo elevado. Todos entraram nisso movidos pelo desejo de enobrecer-se e beatificar-se pela prática do mal transfigurada em virtude partidária. 
 
O comunismo não explora os sentimentos mais altos, e sim o mais baixo de todos, que é o desejo de inverter o senso moral para que cada um se sinta tanto mais santo quanto mais se emporcalhe na mendacidade e no crime.
 
 Novo e oportuno exemplo dessa inversão vem agora do sr. Tarso Genro, que atribui a "grupos pagos de extrema direita" as depredações ocorridas em várias cidades do Brasil. Esse grotesco arremedo de intelectual e escritor sabe perfeitamente bem que os atos de violência ocorreram sobretudo nos primeiros dias, quando havia praticamente só radicais de esquerda nas ruas – estes sim, pagos pelo sr. George Soros e pelo Foro de São Paulo --, muito antes de que qualquer cristão, conservador ou patriota fosse "melar", como disseram os esquerdistas, o tão bem planejadinho tumulto destinado a forçar um “upgrade” do processo revolucionário comunista.
 
É  o bom e velho mote "acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é", que os comunistas seguem à risca desde há um século. Como sempre, essa inversão prepara aquilo que eles mais gostam de fazer: perseguir os inocentes, enviá-los à cadeia, matá-los e depois ainda culpá-los.
 
Homens que se entregam a esse exercício não merecem que nenhum cidadão honesto lhes dirija a palavra, e por isso mesmo não é com eles que estou falando. Estou falando ao que ainda resta de consciência moral entre empresários, juízes, promotores de Justiça, advogados, políticos e militares. E o que tenho a lhes dizer é simples e direto: Auditoria no Foro de São Paulo já! Veremos quem são os arruaceiros pagos.
 
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
 
 
 
 

domingo, 2 de junho de 2013

O enigma das elites - J. R. GUZZO

domingo, junho 02, 2013

REVISTA VEJA

  Lula saiu do povo e não voltou mais. Anda com bilionários, exige jato particular para ir às suas conferências e Johnnie Walker Rótulo Azul no cardápio de bordo

 A elite brasileira é acusada todo santo dia pelo ex-presidente Lula de ser a inimiga número 1 do Brasil - uma espécie de mistura da saúva com as dez pragas do Egito, e culpada direta por tudo o que já aconteceu, acontece e vai acontecer de ruim neste país. É possível até que tenha razão, pois se há alguma coisa acima de qualquer discussão é a inépcia, a ignorância e a devastadora compulsão por ganhar dinheiro do Erário que inspiram há 500 anos, inclusive os últimos dez e meio, a conduta de quem manda no país, dentro e fora do governo. O diabo do problema é que jamais se soube exatamente quem é a elite que faz a desgraça do Brasil. Seria indispensável saber: sabendo-se quem é a elite, ela poderia ser eliminada, como a febre amarela, e tudo estaria resolvido. Mas continuamos não sabendo, porque Lula e o PT não contam. Falam do pecado, mas não falam dos pecadores; até hoje o ex-presidente conseguiu a mágica de fazer discursos cada vez mais enfurecidos contra a elite, sem jamais citar, uma vez que fosse, o nome, sobrenome, endereço e CPF de um único de seus integrantes em carne e osso. Aí fica difícil.

Mas a vida é assim mesmo, rica em perguntas e pobre em respostas; a única saída é partir atrás delas. Na tarefa de descobrir quem é a elite brasileira, seria razoável começar por uma indagação que permite a utilização de números: as elites seriam, como Lula e o PT frequentemente dão a entender, os que votam contra eles nas eleições? Não pode ser. Na última vez em que foi possível medir isso com precisão, no segundo turno das eleições presidenciais de 2010, cerca de 80 milhões de brasileiros não quiseram votar na candidata de Lula, Dilma Rousseff: num eleitorado total pouco abaixo dos 136 milhões de pessoas, menos de 56 milhões votaram nela. É gente que não acaba mais. Nenhum país do mundo, por mais poderoso que seja, tem uma elite com 80 milhões de indivíduos. Fica então eliminada, logo de cara, a hipótese de os inimigos da pátria serem os brasileiros que não votam no PT.

As elites seriam os ricos, talvez? De novo, não faz sentido: os ricos do Brasil não têm o menor motivo para se queixar de Lula, dos seus oito anos de governo ou da atuação de sua sucessora. Ao contrário, nunca ganharam tanto dinheiro como nos últimos dez anos, segundo diz o próprio Lula. Ninguém foi expropriado sequer em 1 centavo, ou perdeu patrimônio, ou ficou mais pobre em conseqüência de qualquer ato direto do governo. Os empresários vivem encantados, na vida real, com o petismo; um dos seus maiores orgulhos é serem "chamados a Brasília" ou alcançarem a graça máxima de uma convocação da presidente em pessoa. No puro campo dos números, também aqui, não dá para entender como os ricos possam ser a elite tão amaldiçoada por Lula e seus devotos. De 2003 para cá, o número de milionários brasileiros (gente que tem pelo menos 2 milhões de reais, além do valor de sua residência) só aumentou. Na verdade, segundo estimativas do consórcio Merrill Lynch Capgemini, apoiado pelo Royal Bank of Canada e tido como o grande perito mundial na área, essa gente vem crescendo cada vez mais rápido. Pelos seus cálculos, surgem dezenove novos milionários por dia no Brasil, o que dá quase um por hora, ou cerca de 7 000 por ano; em 2011, o último período medido, o Brasil foi o país que teve o maior crescimento de HNWIs - no dialeto dos pesquisadores, "High Net Worth Individuais", ou "milionários". O resultado é que há hoje no Brasil 170 000 HNWIs - os 156 000 que havia no levantamento de 2011 mais os 14 000 que vieram se somar a eles, dentro da tal conta dos dezenove milionários a mais por dia.

Não dá para entender bem essa história. O número de milionários brasileiros, após dez anos de governo popular, não deveria estar diminuindo, em vez de aumentar? Deveria, mas não foi o que aconteceu. A sempre citada frota de helicópteros de São Paulo, com 420 aparelhos, é a segunda maior do mundo; no Brasil já são quase 2000, alugados por até 3 000 reais a hora. Os 800 000 brasileiros, ou pouco mais, que estiveram em Nova York no ano passado foram os turistas estrangeiros que mais gastaram ali: quase 2 bilhões de dólares. Na soma total de visitantes, só ficaram abaixo de canadenses e ingleses - e seu número, hoje, é dez vezes maior do que era dez anos atrás, início da era Lula. O eixo formado pela Avenida Europa, em São Paulo, é um feirão de carros Maserati, Lamborghini, Ferrari, Aston Martin, Rolls-Royce, Bentley, e por aí afora. Então não podem ser os ricos os cidadãos que formam a elite brasileira - se fossem, estariam sendo combatidos dia e noite, em vez de viverem nesse clima de refrigério, luz e paz.

Um outro complicador são as ligações de Lula com a nossa vasta armada de HNWIs, como diriam os rapazes da Merrill Lynch. É um mistério. Como ele consegue, ao mesmo tempo, ser o generalíssimo da guerra contra as elites e ter tantos amigos do peito entre os mais óbvios arquiduques dessa mesmíssima elite? Ou será que bilionários e outros potentados deixam de ser da elite e recebem automaticamente uma carteirinha de "homem do povo" quando viram amigos do ex-presidente? Para ficar num exemplo bem fácil de entender, veja-se o caso do ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi, uma das estrelas do círculo de amizades políticas de Lula. O homem é o maior produtor individual de soja do mundo, e a extensão das suas terras o qualifica como o suprassumo do "latifundiário" brasileiro. É detentor, também, do título de "Motosserra de Ouro", dado anos atrás pelo Greenpeace - grupo extremista e frequentemente estúpido, mas que ainda faz a cabeça de muita gente boa pelo mundo afora. É claro que não há nada de errado com Blairo: junto com seu pai, André, fundador da empresa hoje chamada Amaggi, é um dos heróis do progresso do Brasil Central e da transformação do país em potência agrícola mundial. Mas, se Blairo Maggi não é elite em estado puro, o que seria? Um pilar das massas trabalhadoras do Brasil? Lula anda de mãos dadas com Marcelo Odebrecht, presidente de uma das maiores empreiteiras de obras do Brasil e do vasto complexo industrial que crescerem torno dela. Ainda há pouco foi fotografado em companhia do inevitável Eike Batista, cuja fortuna acaba de desabar para meros 10 bilhões de dólares, numa visita a um desses seus empreendimentos que nunca decolam; foi seu advogado, logo em seguida, para conseguir-lhe um ajutório do governo. É um fato inseparável de sua biografia, desde o ano passado, o beija-mão que fez a Paulo Maluf, hoje um aliado político com direito a pedir cargos no governo - assim como Maggi, que ainda recentemente foi cotado para ser nada menos, que o ministro da Agricultura de Dilma. Dize-me com quem andas e eu te direi quem andas e te direi quem és, ensina o provérbio.   Talvez não dê, só por aí, para saber quem é realmente Lula. Mas, com certeza, está bem claro com quem ele anda.

As classes que Lula e o PT descrevem  a "elite brasileira" não são suas amigas só de conversa - estão sempre prontas para abrir o bolso e encher de dinheiro a companheirada. Nas últimas eleições presidenciais, presentearam a candidata oficial Dilma Rousseff quase 160 milhões de reais - mais do que deram a todos os outros candidatos somados. Há de tudo nesses amigos dos amigos: empreiteiros de obras, é claro, banqueiros de primeira, frigoríficos empenhados até a alma no BNDES, siderúrgicas, fábricas de tecidos, indústrias metalúrgicas, mineradoras. É o que a imprensa gosta de chamar de "pesos-pesados do PIB". Ninguém, nessa turma, faz mais bonito que as empreiteiras, que dependem do Tesouro Nacional como nós dependemos do ar. Foram as maiores doadoras privadas às eleições municipais do ano passado: torraram ali quase 200 milhões de reais, e o PT foi o partido que mais recebeu. Ficou com cerca de 30% da bolada distribuída pelas quatro maiores empreiteiras do país, e junto com seu grande sócio da "base aliada", o PMDB, raspou metade do dinheiro colocado nesse tacho. Todo mundo sabe quem são: Andrade Gutierriz, Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa. Mas esses nomes não resolvem o enigma que continua a ocultar a identidade dos membros da elite. Com certeza, nenhum dos quatro citados acima pertence a ela, já que dão tanto dinheiro assim ao ex-presidente, seu partido e seus candidatos. Devem ser, ao contrário, a vanguarda classes populares.

Restariam como membros da elite, enfim "inconformados" com o fato de que "um operário chegou à Presidência" ou que a "classe melhorou de vida. Mais uma vez, não dá para levar a sério. Por que raios essa gente toda está inconformada, se não perdeu nada com isso? Qual diferença prática lhes fez a eleição de presidente de origem operária, ou por que sofreriam vendo um trabalhador viajar de avião? Num país com 190 milhões de habitantes, é óbvio há muita gente que detesta o ex-presidente, ou simplesmente não gosta dele. E daí? Que lei os obriga a gostar? Acontece com qualquer grande nome da política, em qualquer lugar do mundo.  Ainda outro dia, milhares de pessoas foram às ruas de Londres para festejar alegremente a morte da ex-líder britânica Margaret Thatcher - que já não estava mais no governo havia 23 anos. É a vida. Por que Lula e seus crentes não se conformam com isso e param de encher a paciência dos de outros com sua choradeira sem fim? O resumo dessa ópera é uma palavra só: hipocrisia. Lula bate tanto assim na "elite" para esconder o fato de que ele é hoje, na vida real, o rei da elite brasileira. O ex-presidente diz o tempo todo que saiu do povo. De fato, saiu - mas depois que saiu não voltou nunca mais. Falemos sério: ninguém consegue viver todos os dias como rico, viajar como rico, tratar-se em hospital de rico, ganhar como rico (200 000 reais por palestra, e já houve pagamentos maiores), comer e beber como rico, hospedar-se em hotel de rico e, com tudo isso, querer que os outros acreditem que não é rico. Lula exige jato particular para ir às suas conferências e Johnnie Walker Rótulo Azul no cardápio de bordo. Quando tem problemas de saúde, interna-se no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, um dos mais caros do mundo. Sempre chega ali de helicóptero. Vive cercado por um regimento de seguranças que só o típico magnata brasileiro costuma ter. O ex-presidente sempre comenta que só faIam dessas coisas porque "não admitem" que um "operário" possa desfrutar delas. Mas onde está o operário nisso tudo? É como se o banqueiro Amador Aguiar, que foi operário numa gráfica do interior de São Paulo e ali perdeu, exatamente como Lula, um dos dedos num acidente com a máquina que operava, continuasse dizendo, sentado na cadeira de presidente do Bradesco, que era um trabalhador manual.

Lula não trabalha, não no sentido que a palavra "trabalho" tem para o brasileiro comum, desde os 29 anos de idade, quando virou dirigente sindical e ganhou o direito legal de não comparecer mais ao serviço. Está a caminho de completar iria 68 e, depois que passou a fazer política em tempo integral, nunca mais tomou um ônibus, fez uma fila ou ficou sem dinheiro no fim do mês. Melhor para ele, é claro. Mas a vida que leva é um igualzinha à de qualquer cidadão da elite. O centro da questão está aí, e só aí. Todo o resto é puro conto do vigário.

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sexta-feira, 31 de maio de 2013

10 sinais de honestidade intelectual - por Mike Gene

10 sinais de honestidade intelectual - por Mike Gene

Quando se trata de praticamente qualquer assunto, parece que o discurso público sobre a internet é dominada pela retórica e propaganda. As pessoas ou estão vendendo produtos ou ideologia. Na verdade, só porque você pode se deparar alguém calmo e com conhecimento não significa que você deve baixar a guarda e confiar no que dizem. O que você precisa é olhar para um histórico de honestidade intelectual. Permitam-me, portanto, propor 10 sinais de honestidade intelectual.

1. Não exagere a importância dos seus argumentos. Seu senso de convicção deve ser proporcional ao nível de evidências claras à disposição de todos. Pintar seus oponentes como estúpidos ou desonestos apenas por discordar é um sinal de desonestidade intelectual. Honestidade intelectual é frequentemente associada com humildade, não arrogância.

2. Mostre a disposição em reconhecer publicamente que pontos de vista alternativos existem. Não precisam ser tratadas como igualmente válidas, mas raro é o caso em que um, e apenas um ponto de vista tem completo monopólio face à razão e evidência.

3. Esteja disposto a reconhecer publicamente suas próprias conjecturas e preconceitos. Todos nós dependemos de algumas suposições quando aplicamos nossa visão de mundo aos dados que dispomos, e todos trazemos alguma parcialidade a isso.

4. Esteja disposto a reconhecer onde seu argumento é fraco. Quase todos os argumentos têm seus pontos fracos, mas aqueles que tentam vendê-los como ideologia tem grande dificuldade em lidar com isso e preferem ocultar ou diminuir a importância dessas fraquezas.

5. Esteja disposto a reconhecer quando está errado. Aqueles tentando convencer de um argumento com retórica têm grande dificuldade em admitir estar errados, já que isso arruína a credibilidade e a eficácia da sua retórica. Você ganha alguns pontos por admitir estar errado em questões triviais, e muitos por admitir estar errado em algo importante. Em compensação você sempre perde muito por deixar de admitir estar errado em algo trivial.

6. Demonstre consistência. Um sinal claro de desonestidade intelectual é quando alguém usa de hipocrisia.

7. Dirija-se ao argumento, não à pessoa fazendo o argumento. Ad Hominem é outro sinal claro de desonestidade intelectual, mesmo quando dá-se de forma sutil ou aparentemente inocente.

8. Não distorça o argumento que está respondendo. Uma tática comum dos intelectualmente desonestos é apresentar o argumento do oponente de forma distorcida, usando de citações fora de contexto, paráfrases, etc. Ao responder um argumento, alguém deve mostrar sinais de ter feito um esforço sério para primeiro entendê-lo e representar acuradamente a intenção do autor.

9. Tenha pensamento crítico.

10. Esteja disposto a reconhecer publicamente quando um ponto ou crítica é válido. Se alguém mostra-se incapaz ou indisposto a admitir quando o oponente tem razão, isso demonstra uma indisposição em participar da troca que caracteriza um debate honesto.

fonte - http://designmatrix.wordpress.com/2010/03/04/ten-signs-of-intellectual-honesty/

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quinta-feira, 30 de maio de 2013

"Como Ler Livros" - Palestra de José Monir Nasser

A cultura brasileira ficou mais pobre neste mês de março de 2013.
Morreu em Curitiba, aos 56 anos, o professor José Monir Nasser, autor do livro “A Economia do Mais” e realizador do programa “Expedições ao Mundo da Cultura”.


Crônica em homenagem ao professor José Monir Nasser
25/03/2013
Por Paulo Briguet/Gazeta do Povo

José Monir Nasser, que morreu no dia 16 de março, em Curitiba, foi o pai intelectual de um sem-número de pessoas. Empresários, estudantes, professores, economistas, profissionais liberais, presidentes de entidades, jornalistas – todos se tornavam alunos diante dele. Era um educador no sentido verdadeiro da palavra, se pensarmos que a palavra educar vem do latim ex ducare, conduzir para fora. Suas aulas sobre literatura, filosofia e desenvolvimento econômico literalmente conduziam os ouvintes para fora da caverna da ignorância, mostrando-lhes a luz pura e espiritual do conhecimento. Luz que emanava dos grandes clássicos: Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, Boécio, Dante, Shakespeare, Dostoievski, Kafka, Chesterton.

Virgílio de tantos pequenos Dantes, que antes de conhecê-lo não conheciam a comédia das próprias vidas, ele comprovou que o mundo da criação literária e o mundo da criação de riquezas não estão separados, mas fazem parte de um mesmo princípio, essencialmente espiritual. Uma de suas frases – e ele era um frasista genial – ilustra esse pensamento: “Uma sociedade não pode ser rica antes de ser inteligente. Não pode existir uma economia realmente sólida e desenvolvida sem que haja uma elite cultural voltada para os bens espirituais, capaz de guiar, julgar e interpretar os esforços da comunidade”.

Era um crítico impiedoso do sistema educacional brasileiro – esse mesmo sistema que dá nota máxima a redações com erros primários de ortografia e concordância. Em uma de suas palestras, sentenciou: “O que chamamos de educação é, na verdade, ensino. E esse ensino não passa de uma distribuição de promoções sociais em forma de diplomas, na qual ninguém acha que vai aprender coisa alguma”.

Um padre amigo costuma dizer que a vida humana é sustentada por dois pulmões: a fé e a cultura. Monir sabia muito bem disso. No sábado passado, uma empresária aluna (ele não tinha “ex-alunos”) lembrou-se de um episódio em que se queixava ao professor das dores e dramas da vida cotidiana. Monir respondera à empresária, com um sorriso: “Neste mundo não vamos encontrar a tranquilidade. A paz definitiva só existe no Céu”.

Minutos depois de a aluna ter recordado esse episódio, José Monir Nasser fez a sua passagem definitiva. Deixou muitos órfãos – inclusive o autor destas linhas, que nunca o encontrou pessoalmente, mas leu e ouviu suas palavras de mestre.

Obrigado, professor Monir.
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Palestra proferida por José Monir Nasser na É Realizações, marca a volta do livro de Mortimer J. Adler ao deficiente mercado editorial brasileiro.



Tem esta apresentação em http://fernandonogueiracosta.files.wordpress.com/2010/12/como-ler-livros.pdf que trata do tema também.

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Até que enfim, por Olavo de Carvalho

Até que enfim
Por Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 21 de setembro de 2011  

A mídia brasileira sempre acaba descobrindo as coisas. Basta esperar umas quantas décadas, e você, já maduro ou velhinho, recebe a informação vital que poderia ter mudado o seu destino se lhe chegasse na juventude.

Quem primeiro me falou de Roger Scruton, no início dos anos 90, foi Daniel Brilhante de Brito, o brasileiro mais culto que já conheci. Citei o filósofo inglês em 1993, em A Nova Era e a Revolução Cultural, antevendo – nada é mais fácil neste país – que sua obra dificilmente chegaria ao conhecimento dos nossos compatriotas. Decorridos sete anos, o Dicionário Crítico do Pensamento da Direita, pago com dinheiro do governo à fina flor da esquerda falante – 104 intelectuais que prometiam esgotar o assunto –, ainda exibia despudoradamente a total ignorância universitária de um autor que, àquela altura, já era tido no seu país e nos EUA como um dos mais vigorosos homens de idéias no campo conservador (v. http://www.olavodecarvalho.org/textos/naosabendo.htm). Só se pode alegar como atenuante o fato de que não haviam excluído Roger Scruton por birra pessoal. Ao contrário, eram rigorosamente democráticos na distribuição da sua ignorância: desconheciam, por igual, Ludwig von Mises, Friedrich von Hayek, Murray Rothbard, Russel Kirk, Thomas Sowell, Bertrand de Jouvenel, Alain Peyrefitte e praticamente todos os demais autores sem os quais não existiria nenhum “pensamento da direita” para ser dicionarizado. Uma breve consulta ao popular Dictionary of American Conservatism, publicado três anos antes, teria bastado para dar àqueles cavalheiros a informação mínima que lhes faltava sobre o assunto em que pontificavam, mas provavelmente as verbas federais com que encheram os bolsos não bastaram para comprar um exemplar.

Voltei a falar de Scruton, à base de uma vez por ano, de 1999 até 2008. Em vão. Durante muito tempo vigorou nas redações de jornais e nas universidades o mandamento comunista de Milton Temer, “O Olavo de Carvalho não é para ser comentado” (v. http://www.fazendomedia.com/fm0023/entrevista0023.htm), que o zelo dos discípulos estendia aos autores citados nos meus artigos. Alguns, é claro, liam esses autores em segredo, como quem se escondesse no banheiro com um livreto de Carlos Zéfiro. Mas esperavam, para comentá-los, que o tempo apagasse toda associação entre aqueles nomes e a minha pessoa. Assim transcorreu o prazo de uma geração.

Imagino o que teria sido a vida de milhares de estudantes brasileiros se lessem, logo que publicado em 1985, o hoje clássico Thinkers of the New Left. Naquela época, o marxismo já estava cambaleante, mas as idéias da “Nova Esquerda”, que prometiam injetar-lhe vida nova, estavam acabando de aterrissar na taba. Se Antonio Gramsci e Louis Althusser já eram estrelas nos céus acadêmicos tabajaras, outros, como Michel Foucault e Jürgen Habermas, mal haviam desembarcado, e outros ainda, como Immanuel Wallerstein e E. P. Thompson, ainda eram vagas promessas de novos deslumbramentos que só na década de 90 iriam espoucar ante os olhos ávidos da estudantada devota. A cada um desses autores Scruton consagrava modestas oito ou dez páginas que os reduziam ao estado de múmias, fazendo jus àquilo que mais tarde se diria de outro filósofo conservador, o australiano David Stove (também desconhecido nestas plagas): “Ele não faz prisioneiros. Escreve para matar.”

Se alguma longínqua esperança na recuperação da dignidade intelectual marxista ainda restava na minha cabeça de esquerdista desencantado, foi sobretudo esse livro que a exorcizou. Uma tradução brasileira dele teria feito bem a muita gente. Talvez tivesse até debilitado a fé de Milton Temer no monopólio esquerdista da racionalidade, poupando-o do vexame de continuar carregando essa cruz nas suas costas vergadas de septuagenário.

Foi para impedir essa tragédia que a elite esquerdista dominante nos meios universitários e editoriais não só se absteve de ler livros conservadores como também tomou todas as providências para que ninguém mais os lesse. Não que agisse assim por um plano deliberado. Não: essa gente pratica a exclusão e a marginalização dos adversários com espontânea naturalidade. A regra leninista de que não se deve conviver com a oposição, mas eliminá-la, incorporou-se na sua mente como uma segunda natureza, e desde que a esquerda tomou o poder neste país tornou-se um hábito generalizado e corriqueiro suprimir as vozes discordantes para em seguida proclamar que elas não existem.

Por isso é que só agora o indispensável Roger Scruton chega ao conhecimento do público brasileiro, por iniciativa das páginas amarelas da Veja de 21 de setembro, onde ele diz o que todo mundo pensa mas não tem meios de dizer em voz alta. Exemplos:

1) Os arruaceiros de Londres não são pobres excluídos. São meninos mimados, sustentados pela previdência social, que se acostumaram à idéia de que têm todos os direitos e nenhuma obrigação.

2) Nenhum país pode suportar um fluxo ilimitado de imigrantes sem integrá-los na sua cultura nacional.

3) Toda a ideologia de esquerda é baseada na idéia imbecil da “soma zero”, onde alguém só pode ganhar alguma coisa se alguém perder outro tanto.

4) Marx, Lênin e Mao pregaram abertamente a liquidação violenta de populações inteiras, mas a esquerda fica indignada quando lhes imputamos a culpa moral pelas conseqüências óbvias da aplicação de suas idéias, mas se um conservador escreve uma palavrinha contra os excessos da imigração forçada, é imediatamente acusado de fomentar crimes contra os imigrantes.

5) A União Européia é inviável. O euro, paciente terminal, que o diga.

6) A esquerda sente a necessidade de sempre explicar tudo em termos de culpados e vítimas, mas, como cada explicação desse tipo logo se revela insustentável, é preciso buscar sempre novas vítimas para que as ondas de indignação se sucedam sem parar, alimentando a liderança revolucionária que sem isso não sobreviveria uma semana. A primeira vítima oficial foram os proletários, depois os índios, os negros, as mulheres, os jovens, os gays e agora, finalmente, a maior vítima de todas: o planeta. Em nome da salvação do planeta, supostamente ameaçado de extinção pelo capitalismo, é lícito matar, roubar, seqüestrar, incendiar, ludibriar, mentir sem parar e, sobretudo, gastar dinheiro extorquido dos malvados capitalistas por meio do Estado redentor.

Em todos esses casos, é historicamente comprovado que a situação das alegadas vítimas, sob o capitalismo, jamais parou de melhorar, na mesma medida em que piorava substancialmente nos países socialistas, mas a mentalidade esquerdista tem a tendência compulsiva de sentir-se tanto mais indignada com os outros quanto mais suas próprias culpas aumentam. É o velho preceito leninista: Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é.

A par da sua obra propriamente filosófica, de valor inestimável para os estudiosos, Scruton tem dito essas coisas, de uma verdade patente, há muitas décadas e com uma linguagem ao mesmo tempo elegante e ferina que desencoraja o mais inflamado dos contendores.

Espero que a entrevista da Veja desperte a atenção dos leitores para os livros desse autor imprescindível.

A respeito do item 6, convém acrescentar aqui uma informação de que talvez o próprio Scruton não disponha, mas que vem mostrar o quanto ele tem razão. Nos anos 50, grupos globalistas bilionários – os metacapitalistas, como os chamo, aqueles sujeitos que ganharam tanto dinheiro com o capitalismo que agora já não querem mais se submeter às oscilações do mercado e por isso se tornam aliados naturais do estatismo esquerdista – tomaram a iniciativa de contratar algumas dezenas de intelectuais de primeira ordem para que escolhessem a vítima das vítimas, alguém em cuja defesa, em caso de ameaça, a sociedade inteira correria com uma solicitude de mãe, lançando automaticamente sobre todas as objeções possíveis a suspeita de traição à espécie humana. Depois de conjeturar várias hipóteses, os estudiosos chegaram à conclusão de que ninguém se recusaria a lutar em favor da Terra, da Mãe-Natureza. Foi a partir de então que os subsídios começaram a jorrar para os bolsos de ecologistas que se dispusessem a colaborar na construção do mito do planeta ameaçado pela liberdade de mercado. As conclusões daquele estudo foram publicadas sob o título de Report from Iron Mountain – a prova viva de que o salvacionismo planetário é o maior engodo científico de todos os tempos. O escrito foi publicado anonimamente, mas o economista John Kenneth Galbraith, do qual não há razões para duvidar nesse ponto, confirmou a autenticidade do documento ao confessar que ele próprio fizera parte daquele grupo de estudos e ajudara a redigir as conclusões.

fonte - http://www.olavodecarvalho.org/semana/110921dc.html

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