sexta-feira, 16 de abril de 2010

O que a comunidade espera

A mensagem abaixo, de um membro de nossa comunidade escolar, é um bom exemplo de ação de uma militância que, agindo de forma ideológica, deixa de olhar suas próprias mazelas. É como se os meios fossem perfeitamente justificados pelos fins, fins esses que uma minoria decide e manipula a “massa” com promessas de salvação futura.



Seg, Abril 5, 2010


O que a comunidade espera


A nossa instituição é uma grande escola, que transformará e já transformou a vida de muita gente que se encontra em destaque no cenário estadual e nacional. Sempre que posso digo aos nossos estudantes que eles chegarão aos espaços que eles quiserem, pois, apesar dos problemas que acontecem no ambiente escolar, naturais num espaço de educação pública, eles aprendem a ganhar autonomia ainda muito cedo. Isto faz uma grande diferença na formação dos nossos estudantes. Ressalte-se a dedicação dos muitos servidores que aqui trabalham dando o melhor de si.


Em recente debate, durante a eleição para a reitoria da nossa instituição, o candidato a reitor - que também participou de epispodios lamentáveis em nossa instituição, quando a professora Aurina venceu o pleito em duas oportunidades e não foi nomeada pelo MEC, no governo de FHC - ao ser perguntado se se arrependera do ocorrido, ele foi taxativo, disse que não devia nenhuma desculpa à comunidade.


Tais fatos marcaram e marcam a vida das pessoas e da nossa instituição e precisamos superá-los para darmos um passo adiante. Assim como procurei o professor Rui, após terminar o seu mandato - apesar de termos posições divergentes - a fim de que mantivesséssemos uma relação respeitosa no âmbito institucional, também procurei o professor E.R., após a sua renúncia. Disse que gostaria de ter uma relação respeitosa com ele. Não o conhecia antes de 2000, quando cheguei aqui na escola. Falei-lhe da frustração das pessoas, que eram seus amigos, quando aceitou ser nomeado mesmo não sendo o mais votado. Tal atitude e do grupo que o acompanhou ocasionou anos de estagnação da nossa instituição. Fui testemunha viva do carinho e da frustração com que as pessoas o tratavam, após a fatídica nomeação. Frases como: “Isso não é atitude de E.R.”, “E.R. está sendo pressionado pelas pessoas que querem cargos”, “O que aconteceu com E.R.?”, “Porque E.R. agiu assim?”


Hoje no seminário promovido pela Semana de Engenharia, Tecnologia e Inovação do IFBA - SETE, a abertura acontecerá com professor E.R., um ex-estudante e professor da nossa instituição, atualmente diretor da FABESB, já foi líder estudantil na antiga escola técnica e na UFBA , é ligado ao PC do B, portanto, um homem de esquerda. O professor E.R. é um quadro da nossa instituição que deve ser resgatado na íntegra, pois as pessoas podem até não falar, podem até aplaudi-lo em suas palestras.


Porém, aos que o conhecem há muito tempo e ainda nutrem um carinho especial por ele sempre ficará lá no fundo um quê de frustração. O professor E.R. é um desses seres humanos que não deve ser resgatado pela metade, mas por inteiro, até porque a nossa comunidade espera muito dele e tem certeza que ele retribuirá. Hoje quando ele estiver proferindo a sua palestra sobre inovação tecnológica, que já foi proferida em outros espaços importantes da sociedade baiana, esperamos uma novidade, a novidade da reconciliação plena com a nossa comunidade, num pedido de desculpa pública. Se isso acontecer e estiver no espaço, quero ser o primeiro a abraçá-lo, pois este é o gesto que esperamos de um educador como o professor E.R.


Um grande abraço.


JLRS


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXx


Prof. JLRS,


Que situação desagradável. Atitudes como estas, professor, destituídas de coragem, se escondendo em termos como: “maioria”, “sociedade”, “grupo”, "militância (?)”, “partido (?)”, “seita (?)”, etc., será que expressam mágoas ou ressentimentos pessoais? Suas próprias frustrações?


Logo o Sr. que se diz tão crítico, não o vejo fazê-las. Aliás, vejo sim, a tudo que não seja a sua(s) versão(ões) dos fatos, algumas vezes distorcendo-os, mas com certeza enviesando-os à sua vontade. Será que o Sr. percebe que não da pra ser imparcial quando se está mergulhado na situação?


Lembra que perguntei ao Sr., no dia da eleição para reitoria a respeito do golpe, pedindo que você se afastasse mentalmente do tema e me dissesse com honestidade se a consulta à comunidade fornecesse um resultado diferente, com vitória do prof. E.R., porém não sendo ele o escolhido e sim a candidata concorrente, seria também um “golpe”, ou seria o reconhecimento do resultado das consultas anteriores?


Pergunto hoje: como estaríamos falando daquele episódio se as coisas fossem diferentes?


Outra coisa foi sobre o documento que todos os candidatos assinaram concordando em tomar posse somente se fosse o mais votado. Perguntei ao Sr., será que o grupo que vinha vencendo as consultas, porém sem ser nomeado, teriam coragem de propor um documento deste se vissem que não existiria chance de se elegerem? O Sr. ficou calado, lembra?


Com isso, caro professor, foi criado um “fato”, um ótimo mecanismo de manobra política, não só para ser explorado naquele momento, mas em todos os outros, utilizando pessoas como você para manter as feridas sempre abertas, e quem sabe, possíveis concorrentes afastados?


Da mesma forma que a lista tríplice, outro “fato”. Porque os integrantes daquele Conselho não se manifestam? Só tinha gente a favor de E.R., inclusive o Presidente (que parece não poder votar) que foi candidato nas ultimas eleições à reitoria? E os outros que eram a favor por que se calam e deixa que a história seja escrita desta forma?


Não existe cura para qualquer ferida com atitudes como essas: barulho de um lado e silêncio do outro. As pessoas precisam elaborar as coisas, no sentido psicológico mesmo, de forma pessoal e quando não conseguem, é possível pedir ajuda profissional, em uma terapia, com um psicólogo.


Portanto, é bom que se deixe as pessoas se manifestem, afinal estamos ou não em uma democracia? É possível ter opinião contrária sem medo de retaliação ou é só fachada?


Usando este expediente, prof. JLRS, da intimidação publica, fica parecendo que se quer controlar a atitude ou o comportamento dos colegas, através do constrangimento. Você não vê fazendo isso. Mas este é seu papel, fazer barulho, seja lá como for, justo o Sr., um homem que se diz um lutador pela liberdade. Liberdade de quem? Já basta o uso dos mecanismos que têm sido usados.


Voltando ao teor da sua missiva, como você chegou a esta obvia conclusão de que é a “voz da comunidade”? É brilhante. Alguém o encarregou para dizer “o que a comunidade espera”?


Pra finalizar, aprendi um ditado na minha infância que me é muito útil. Sei que é difícil, mas “a palavra vale prata, mas o silencio vale ouro” em muitas ocasiões. Tem outra também que diz “mer... quanto mais se mexe, mais fede”. Não sei se alguma delas vai servir para o senhor.


Ah! ia esquecendo, Já pensou em procurar ajuda profissional???


--

Prof. José Lamartine Neto


Um comentário:

Nicolas Rosa disse...

Professor Lamartine,infelizmente,a politicagem é uma realidade neste colégio,de cima a baixo,de esquerda a direita.Isto é o natural de uma instituição pública,aonde se reúnem excesso de pessoas com alto Quociente de Inteligência,porém pouco bom senso para usá-la,e certa tendência para subestimar a dos outros.Um dos problemas maiores que existe no colégio é a COMUNICAÇÃO.As pessoas não parecem muito dispostas a ouvir umas as outras,e em vez de agir com boa-fé em relação ao próximo,preferem dar-lhes votos de desconfiança antes mesmo de deixá-los demonstrar seus projetos,que não faltam nessa instituição,mas são pouco discutidos.Eu mesmo,em relação ao senhor,discordo de variados pontos de suas idéias políticas e filósoficas,mas lhe respeito como professor capaz e homem íntegro,mas não vejo o mesmo tipo de situação ser reproduzido em outros lugares.Pessoas inteligentes e capazes cometem erros indignos de uma criança do primário,e depois de cometer o erro,quando se desculpam,dizem que fizeram um ´´deslize politico´´.O que ocorre são erros de conduta,que seriam evitados se essas pessoas lembrassem da educação que receberam em casa.O tempo dos frequentadores do colégio é desperdiçado para servir de platéia a eternos debates nos quais nada é debatido,enquanto os problemas são deixados sem resolver.O que existe,não importando a cor politica com o qual esses individuos gostem de se definir,é um bando de mini-autocratas falidos,cujas bocas metralham a todo segundo ´´democracia,liberdade,blabláblá´´
para poderem ter motivos para se juntar ao redor de uma mesa e começar a falar frases vazias copiadas de livros velhos.Pelo que eu saiba,este lugar é uma escola séria,no qual existem mesas para que as pessoas produzam sobre elas.
Até onde eu saiba,não está faltando demanda para nossos trabalhos academicos para que certas pessoas achem que os funcionários e alunos devam ser desperdiçados em questões juridicas,teóricas e burocráticas,quando já existe gente que é paga para isso e tem muito prazer em cumprir essas funções.

Seu aluno,

Nicolas Vladimir Vieira Oliver

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