Um colega comenta e posta um texto que saiu a poucos dias na revista
Carta Maior.
Ontem, como hoje os
nossos jovens ESTUDANTES ainda fazem revolução e tomam em suas mãos os prumos e
rumos da nossa história, transformando e construindo novos sonhos de um porvir
melhor.
Mesmo assim, ainda hoje
existem alguns poucos que não acreditam no poder de transformação desta
juventude.
Estado brasileiro pede desculpas aos estudantes presos no
Congresso da UNE em 1968
Dermi Azevedo
O Estado brasileiro reconheceu, em Ibiúna, no último dia
15, a sua responsabilidade, acompanhada por um pedido formal de desculpas, na prisão
de mais de 600 estudantes em 1968, que participavam do XXX Congresso da União
Nacional dos Estudantes (UNE).
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"Lutei pelo
justo, pelo bom e pelo melhor do mundo" (Olga Benário Prestes)
"Sou louco porque
vivo em um mundo que não merece minha lucidez"(Bob Marley)
JC
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Veja isso é um pouco complexo pois os
mesmos artistas foram presos de novo no Mensalão.
JBRITO
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Comento:
Você já pensou na possibilidade de pedir desculpas para sua própria juventude?
Ora, o que você é hoje é o resultado de sua própria história, dependeu das
decisões e escolhas que você mesmo fez.
Esta historia do governo pedir desculpas tardias aos jovens de 1968 é, de
fato reconhecer que os mesmos estudantes de outrora que hoje fazem parte deste
mesmo governo pedem desculpas para si mesmos.
Falta-lhes inteligência para perceber que isso é vergonhoso, reconhecer
publicamente que estão menos sábios e maduros do que estavam naquele tempo.
Lamartine
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Um colega que respeito muito faz sua defesa
Colegas,
O que pode haver de errado no pedido de
desculpas aos estudantes de 68?
Dizer que agora esses estudantes ocupam os
cargos do executivo é risível.
Outros que estiveram no executivo recentemente
e que foram estudantes nos anos da ditadura civil-militar nem pensaram em
fazer qualquer ação de desculpas ou algo parecido. Aliás, muito pelo
contrário, só faltou o apoio público ao que alguns ainda chamaram de
ditabranda!
Lembram do que o STF fez com a auto-anistia que
os milicos se deram?
Julgar que essa lei(?) era constitucional foi o
máximo da falta de ética. Isso sim é que foi triste, fazer o jogo dos
golpistas contra um governo eleito e que tinha apoio popular e mesmo depois de
tantos anos ainda serem sabujos dos donos do poder.
Perdoe-me Lamartine, mas nenhuma revisão
histórica poderá passar sem esses "pequenos" - e incipientes -
processos de desculpas, de exumação, de reanálise de uma historia que pelo menos se
aproxime da verdade, por quem hoje ocupa o cargo daqueles que cometeram esses
crimes.
Quem pede desculpas é o governo. E isso é o
mínimo que tinha a obrigação de fazer.
Espero que ainda façam muito mais.
Saudações,
U.
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Por fim mês explico melhor...
Caríssimo Prof U,
Soube de uma faceta da historia de Hyppolite Taine que vendo-se eleitor
aos 21 anos, percebeu que nada sabia do que era bom ou mau para a França, muito
menos das ideologias em disputa na eleição. O que ele fez? Não votou,
absteve-se e começou a estudar o país. Algumas décadas depois, em 1875,
publicou as "Origines de la France Contemporaine" um monumento em
cinco volumes da ciência histórica e um dos livros mais esclarecedores de todos
os tempos que ajudou muitas gerações a votar.
A ética taineana é baseada na prioridade do saber. Influenciou o
jornalista e escritor Lima Barreto evidenciado em seu romance escrito a um
século "Triste Fim de Policarpo Quaresma" retratando um duelo do
personagem com Floriano Peixoto.
Porém nas ultimas décadas parece que vem ocorrendo um fenômeno diferente
ilustrado sinteticamente por uma frase de Oscar Wilde ao admitir “Não sou jovem
o suficiente para saber tudo". É razoável percebermos que ao envelhecer vamos
tendo certeza que sabemos pouco e que sabíamos cada vez menos.
Um pedido de desculpas sincero tem a força de cura para muitas feridas,
aplaca os ódios, alivia as almas. Sim, almas, pois pressupõe que estejamos
tratando de relações sistêmicas entre pessoas diferentes. Co-responsabilidade.
Alguém cede, desiste da luta. Só funciona se o mais forte desta relação se
desculpar perante o mais fraco.
Professor U., respeito a forma como o senhor vê a situação mas, penso
que aqueles antigos estudantes que hoje fazem parte da atual elite política,
intelectual e cultural do país, mais do que um pedido de desculpas aos antigos
estudantes, se utilizam do governo, para fazerem um gesto de culto a suas
próprias personalidades, uma reverencia a si mesmos e a suas imensas sabedorias
juvenis.
Lamartine
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