A desonestidade intelectual é algo endêmico neste país.
Colocar o terrorista Carlos Mariguella como um inocente militante atacado por
cruéis agentes armados até os dentes é no mínimo criminoso. Vejam o texto e a
imagem da pagina "Marighella - O guerrilheiro que incendiou o mundo"
no Facebook. Volto depois
ALUNOS DO COLÉGIO GARRASTAZU MÉDICI FAZEM EXPOSIÇÃO SOBRE
MARIGHELLA E QUEREM MUDAR NOME DA ESCOLA - Eis uma grande história: estudantes
do ensino médio do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici, em
Salvador, fizeram uma exposição sobre o conterrâneo Marighella. Batizaram-na
"A vida em preto e branco: Carlos Marighella e a ditadura militar".
Neste vídeo, a professora de sociologia Maria Carmen (foto abaixo) mostra o
trabalho de seus alunos: http://goo.gl/DzSwd2 "Seu livro foi uma base e
uma inspiração para este trabalho", ela me disse, comovendo-me. Há um
movimento para mudar o nome do estabelecimento para Carlos Marighella. Médici
era o ditador cujo governo torturava e matava seres humanos. Foi no seu mandato
que ao menos 29 agentes da ditadura, armados até os dentes, assassinaram
Marighella, desarmado. A professora Carmen e seus alunos orgulham a Bahia e o
Brasil. Quem mantém um colégio com tal nome se iguala a qualquer fanático que,
na Alemanha, pretenda erguer uma escola chamada Adolf Hitler.
Voltei...
O que este ser defendeu e o que seus admiradores defendem na
verdade é um tipo de ditadura muito pior e infinitamente mais sanguinolenta do
que foi a nossa ditadura militar. Esta, foi ridiculamente menos violenta do que
a chilena ou a argentina. mas isso nossos professores solenemente se encarregam
de ocultar. Hipocrisia pura.
Mais isso não tem importância a não ser criar uma imagem romântica
de uma figura que espalhou a morte, ao passo que quem impediu a implantação da
ditadura do proletariado, esta sim altamente assassina, é colocado como
sub-humano. A estratégia de desumanização cria uma categoria inferior de
habitante do planeta e por isso mesmo passível de extermínio como também o
foram os burgueses na União Soviética e os judeus na Alemanha nazista.
A propagação destas ideias tem sido o papel de muitos de
nossos professores de escolas publicas e porque não, das privadas também. A formação de novas militâncias. Esta
professora de sociologia citada deveria se comover com as vítimas das ações
terroristas empreendidas por aqueles que aprenderam com os ensinamentos de
Mariguella. A finalidade era espalhar o terror as custas, inclusive, da morte
ou mutilação de inocentes cidadãos.
Como podemos não associar os admiradores/seguidores de
Mariguella também a estes que estão no poder hoje em dia? Suas ações, suas
políticas, sua imoralidade? Para tomar o poder não utilizaram mais a estratégia
da guerrilha, não tinham como ganhar. A arma que agora está por trás é o discurso.
Vivemos no império do discurso e estes suplantam os fatos. Reescrevem a
história, distorcem fatos, ganham indenizações
e se utilizam de toda sorte de estratégias para se locupletarem. A cúpula enriqueceu.
A diferença com a cúpula dos militares-presidentes é que
estes tinham uma formação moral sólida. Viveram de seus soldos e morreram
pobres. Acredito que isso queira dizer alguma coisa, coerência. Viveram e
morreram conforme o que pregavam diferente da cúpula dos países que vivem sob o
comunismo.
Como disse o inimigo numero um dos politicamente corretos e militantes de causas de esquerda no Brasil, Olavo de Carvalho sobre o que é militância, este respondeu:
"Ser um militante é estar inserido numa organização política, submetido a uma linha de comando e envolvido por uma atmosfera de camaradagem e cumplicidade com os membros da mesma organização.
Ser um simpatizante ou um “companheiro de viagem” é estar mergulhado nessa atmosfera, obedecendo à mesma linha de comando não por um comprometimento formal como os militantes mas por hábito, por expectativa de vantagens ou conivência emocional.
Sem uma rede de militantes, simpatizantes e companheiros de viagem, não existe ação política.
Com ela, a ação política, se não limitada por fatores externos consolidados historicamente – a religião e a cultura em primeiro lugar — pode estender-se a todos os domínios da vida social, mesmo os mais distantes da “política” em sentido estrito, como por exemplo a pré-escola, os consultórios de aconselhamento psicológico e sexual, as artes e espetáculos, os cultos religiosos, as campanhas de caridade, até a convivência familiar. (Olavo de Carvalho, Zero Hora, 6 de março de 2004)"
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