23 de janeiro
Apesar da publicação em janeiro de 2008, esse papo aconteceu em junho de 2007...
"Reflexão da Semana"
"Quando a idade avançada chegar, aceita-a, ame-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres."
Uma semana de muita Paz, Amor, Luz e Harmonia !
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Marlene,
Desta reflexão, lembrei de uma expressão que não sei se rio ou choro:
"A infância não, pois passa rápido. A juventude também não já que é breve.
O bom mesmo é a velhice que é pro resto da vida"
Uma boa semana
Lamartine
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Olá Lamartine,
Nem conheço você e nem a Marlene, mas fico grata aos dois quando nos mandam reflexões da vida, nos falam em subnutrição da alma.
Pode parecer que faço o tipo alienada do mundo (das injustiças sociais, do congresso nacional vergonhoso(Renam Calheiros que o diga),etc, etc), e eu dando importancia as reflexoes da semana......ainda sou do tipo que acredita que mesmo diante a tantas desgraças( viu o horror que aconteceu em Salvador, onibus andando 4Km em contra-mao sob pressão de assaltantes bem jovens desgovernados...horrivel) eu acredito na força maior de cada um em modificar o seu mundo, falo do seu mundo interior, na busca por aprender, se melhorar como pessoa, buscar novos caminhos.
Vou de dar o meu exemplo:
Eu nasci lá no interiorzinho da minha amada terra (... mil perdões em manter o anonimato da colega...)
A minha intenção ao te escrever tudo isso, não é ser arrogante, mostrar que adquiri conhecimentos, de modo algum.....busquei aqui te dar o meu exemplo de vida, justificando o meu encanto pela busca do ser humano em se melhorar, sem passar por cima de interesses alheios.
Educação é o caminho, árduo, lento....falo para os meus alunos: tenham paciência e estudem, aproveitem esse tempo para aprender, não percam tempo durante a aula com conversas dispersas fora do contexto mostrado, questionem, busquem o aprendizado.
Abraço,
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Cara Colega,
Pois então... Que bom que me falou de sua trajetória. Também tenho um caminho percorrido, as vezes meio tortuoso é bem verdade.
Como você, também fico indignado com as coisas do mundão. Chego a pensar que é da natureza humana mentir, enganar, “se dar bem” e coisas do tipo, como um bando de animais vivendo em uma espécie de selva moderna, onde vale a lei da sobrevivência e da adaptação Darwiniana. Sentimentos distorcidos e opção por não pensar, o imediato acontece como protegido por um “pensamento mágico”. Dormência emocional.
Os animais na busca da sobrevivência têm seus comportamentos que visam enganar os predadores ou o predados, dependendo de que lado se está. Faz parte do jogo da nossa vida evitar passar por ruas escuras, não se meter com pessoas violentas (pra não correr riscos), cuidar da prole pelo apego e porque a sociedade assim o exige (ninguém pensa na sobrevivência genética) e mais uma série enorme de coisas.
O que se vê é que parece que existe dois tipos de seres humanos: aqueles que agem como animais, inconscientes e a mercê das patologias sociais decorrentes de grandes aglomerados urbanos. E aqueles que optaram por outro caminho, mesmo neste ecossistema, como se soubessem que mesmo convivendo com outros “bichos” (humanos ou não), tem uma responsabilidade que vai alem do ato de sobreviver como se aqui fosse só uma selva. Tem a responsabilidade de evoluir, para onde, ninguém tem certeza, não no sentido biológico, já que estamos no topo da escala, mas para além.
O desenvolvimento da moral e ética é algo que os bichos não têm, na verdade são amorais. Apenas fazem o que precisam fazer e não pensam se é certo ou errado. Aí está a diferença, e as palavras de Rui Barbosa vem bem a calhar quando disse que “só há um caminho e uma salvação: a justiça e a lei”. Ora, se quem cria a lei não obedece, então que exemplos podem dar com seus formidáveis discursos de palavras vazias. Como acreditar nas pessoas que falam uma coisa e fazem outra, vivendo em eterna contradição, onde se sentem acima do bem e do mau, onde as regras de convivência e respeito não existem, agindo também como amorais. Não é a política, ou o cargo, ou o poder que corrompe as pessoas. Estas situações apenas as revelam.
Pode-se pensar que as coisas ocorrem na vida como um processo inexorável que empurra em direção a algo ou algum lugar. Quando acontece, só é possível sentir que se estar em um rio seguindo sua correnteza. Não seguir este curso de rio é lutar contra um fluxo. As oportunidades sempre estão na frente e isso não envolve dinheiro, fama, poder, nada disso. Mas não me pergunte o que é, pois também não sei. Deve dar em um mar, e mar lembra abundância, mas até chegar lá, procura-se aproveitar a viajem, as paisagens, os perigos, as pessoas, aquelas que estão neste rio, ou em outro rio. E contemplar aqueles que estão na margem, uns de costa, ignorando, outros com medo de dar o primeiro passo, outros sendo encorajados e tomando sua decisão de vir junto. Decisão, planejamento e destino são bem distintos e um não garante o outro.
Decisão de viajar, não de chegar, pois é conseqüência. Aproveitar o processo e não o destino, que nem se sabe que existe, mas de alguma forma, se escolhe, mas não se garante.
Forte abraço
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