segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

ASSERTIVOS ou FACILITADORES

Caros leitores,


As relações são guiadas por três tipos de posturas: Autoritária, submissa ou a assertiva.


A postura autoritária não respeita a posição e os sentimentos das outras pessoas, sendo associados a arrogância, violência, brutalidade, gritos, opressão, etc. É o exercício explícito do “controle”. Pode também encobrir alguns medos, disfarçados por este comportamento.


A outra postura é a submissa que assume um comportamento débil na defesa de seus próprios interesses, sendo que na maior parte das vezes, acaba cedendo ao arrogante. Sofre humilhações, descriminação e desrespeito.


Já na postura assertiva ocorre a busca pelo equilíbrio. Defende seus direitos pela firmeza de suas posturas. Neutraliza o arrogante. Busca ser ele mesmo pois entende que a liberdade do outro começa quando termina a sua. Ser assertivo é viver e usufruir os seus direitos, solicitar o que quer, expressar os pontos de vista sobre assuntos, idéias, ideais, e conceitos de forma direta, com integridade, buscando honestidade e respeito aos outros.


Ser assertivo é se expor com altivez, se fazer visível e respeitado, criar uma parceria consigo próprio. Ser assertivo é deixar de ser perfeito, mas tornar-se humano, incoerente, falível, porém real. A assertividade nos remete a uma relação de responsabilidade. Sermos responsáveis e cobrarmos responsabilidades.

A falta da assertividade é caracterizada pela facilitação. Esta é tão danosa quanto a postura submissa, sendo omissa.


Quando falamos de relação institucional, falamos na verdade da relação entre pessoas que podem ou não fazer parte desta mesma instituição.


Como anda nossa postura assertiva? Nossa instituição enquanto órgão público respeitável está, internamente, sendo assertivo? Será que teme-se uma confusão com a postura autoritária permitindo a facilitação?

Quando falta a assertividade, persiste os comportamentos sem limite, característica da facilitação. Ser “bom” demais pode ser uma má idéia.


Porque este “bolodoro” todo?

Estudiosos como Lev Semionovitch Vygotsky, Henri-Alexandre Wallon, Urie Bronfenbrenner, dentre muitos, nos falaram da importância do ambiente, da aprendizagem social, das interrelações, do sistemas, da mediação, ZDP, modelos bioecológicos, etc. E o que estamos fazendo na prática???


Vejo cenas de corar de vergonha até cães no cio ocorrendo na presença de professores, visitantes ou seja lá quem for. Alunos nos contam dos banheiros com porta fechada por dentro escutando-se o som característico de relação de profunda intimidade. Quer me chamar de moralista? Chame.

Vocês tem filhas, irmãs??? Não, então sigam adiante. Provavelmente não entenderia com cuidar dos filhos dos outros.Eu não acho isso normal tendo uma filha. Uma casa com lei e ordem que não são respeitados, termina sabe como? Assim: Oh meu Deus, onde foi que eu errei???


Mudando do “U” para alças, de quem é a responsabilidade pela retirada e limpeza dos inúmeros cartazes e avisos que estão colados em todos os locais possíveis? Certamente não é de quem faz a poluição visual.

A limpeza das paredes recentemente pintadas ou ladrilhadas é mais uma responsabilidade que a instituição assume.


Como podemos conciliar com uma prática realmente responsável? Eu digo prática, porque falação já tem muita.

Nós que trabalhamos ou estudamos aqui estamos sendo ASSERTIVOS ou FACILITADORES?


Um abraço


José Lamartine Neto
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"Todos nós nascemos originais e morremos cópias." (Carl Gustav Jung)


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A questão não é Palmares

O novo quilombo dos Palmares

Estudos recentes mudam a visão que predominou no século XX sobre os povoados


O que se pensava

• O quilombo era uma sociedade igualitária, com uso livre da terra e poder de decisão compartilhado

• Zumbi lutava contra a escravidão

• Zumbi foi criado por um padre, recebeu o nome de Francisco e aprendeu latim

• Ganga-Zumba, líder que antecedeu Zumbi, traiu o quilombo ao fechar acordo com os portugueses


O que se pensa hoje

• Havia em Palmares uma hierarquia, com servos e reis tão poderosos quanto os da África

• Zumbi e outros chefes tinham seus próprios escravos

• As cartas em que um padre daria detalhes da infância de Zumbi provavelmente foram forjadas

• Ao romper o acordo com Portugal, Zumbi pode ter precipitado a destruição do quilombo


Da fonte: http://veja.abril.com.br/191108/p_108.shtml

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José Lamartine Neto

CEFET-BA/DTEE/Automação

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"Todos nós nascemos originais e morremos cópias." (Carl Gustav Jung)

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Prezados,

Sabemos de a muito tempo, que a Revista Veja, não se constitui em um orgão informativo de confiança, portanto esta matéria divulgada nas suas páginas, não possui a credibilidade necessária para os historiadores e para a comunidade negra.

Talvez, esta seja mais uma tentativa da classe burguesa brasileira de desconstruir o mito e o heroi "Zumbi" e a resistência do "Quilombo de Palmares"

J. C. - Geografo

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Caro Prof. J. C.,

Não acrescentei estas informações sobre os autores citados na revista que "não se constitui em um orgão informativo de confiança" porque acreditei que antes de qualquer "julgamento", se buscasse a origem das informações e fosse feito as devidas ponderações.


QUEM SÃO OS AUTORES (E ALGUMAS DE SUAS OBRAS) USADOS NA MATÉRIA DA REVISTA


Ronaldo Vainfas

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4787526J3

Autor do "Dicionário do Brasil Colonial (1500 - 1808)"

O dicionário crítico analisa o período colonial, abarcando três séculos de história (de 1500 a 1808). Os verbetes trazem personagens, fatos e temas, às vezes polêmicos. Vainfas desenvolveu este projeto com a parceria de mais cinco especialistas. É professor de História Moderna na Universidade Federal Fluminense e trabalha com história das mentalidades.


Manolo Garcia Florentino

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4783821Z5

Mestrado em Maestría en Estudios Africanos. La Trata Atlántica y las Sociedades Agrárias del Africa Occidental (Ensayo Sobre las Consecuéncias del Tráfico Negrero en la Agricultura del Oeste Africano, c. 1450-c.1800), Ano de Obtenção: 1985

Doutorado em Programa de Pós-Graduação em História.

Em Costas Negras: Um Estudo Sobre o Tráfico de Escravos Africanos para o Porto do Rio de Janeiro. c. 1790-c. 1835, Ano de Obtenção: 1991.

O livro Em Costas Negras, publicado em 1997 (ou seja, há 11 anos), traz uma grande contribuição para a historiografia brasileira. Fruto de uma análise econômica do tráfico de escravos, o livro retoma a recente discussão sobre a necessidade de voltar-se para o continente africano no intuito de entender os processos históricos brasileiros.


Flávio dos Santos Gomes

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1C

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4782975P2

Livro - Histórias de Quilombolas - Mocambos e comunidades de senzalas no rio de janeiro, século XIX, Companhia das Letras.


O livro retrata o mundo interligado das senzalas e dos quilombos no Rio de Janeiro do século XIX. Resultado de pesquisa primorosa feita em arquivos policiais e judiciários, o livro descreve com detalhes as ligações dos quilombolas com grupos livres e com os cativos, mostrando como os fugitivos abalavam o equilíbrio das relações escravistas. A primeira parte do livro conta como, no século XIX, os quilombos de Iguaçu, no recôncavo da Guanabara, resistiram à repressão das autoridades. Taberneiros, pequenos negociantes e escravos comerciavam com eles e os informavam sobre as expedições repressoras. A segunda parte examina a "insurreição quilombola" de Manoel Congo, em Vassouras, em 1838, de que participaram cativos africanos e "crioulos" (nascidos no Brasil), trabalhadores, domésticos e lavradores - tanto homens como mulheres. O final reúne histórias dos anos 1870 e 1880 que mostram como a crise de legitimidade do escravismo potencializou o movimento de libertação dos escravos.


Também fiquei preocupado, Prof. J. C., pelo que o Senhor escreveu. Não o conteúdo, mas o sentido. Parece uma defesa a algo ofensivo. Em momento algum tive esta intenção de ser desrespeitoso, mas parece que, quando se fala algo não conveniente, "se não for do agrado a informação não serve" como se a busca por uma verdade fosse algo perigoso.


Acredito que o Senhor se lembre que temíamos muito este método de "desqualificar" uma fonte, tirar-lhe a credibilidade, estratégia muito usada pelas ideologias, mas principalmente pela temida ideologia dominante de outrora.


De que é que se tem medo???


Ora, como fazemos parte de uma mesma Instituição Educacional convido-o a fazer uma reflexão sobre estas práticas, uma vez que o papel democrático da escola tem que ir alem de uma "contaminação ideológica" seja lá em que sentido for (direita, esquerda, centro...).


A escola e seus integrantes devem servir de referencial de tratamento igualitário, aquilo que queremos para a sociedade (ou reproduzir as disparidades)? É justamente este forma de conduta que criará o cidadão que lutará por seus direitos.


Se temos uma postura discriminatória quanto às questões polemicas, é isso que ensinamos aos nossos alunos, a discriminarem. Devemos combater estereótipos através de conteúdos mas, principalmente, das nossas práticas.

O uso de antolhos ideológicos, cria o sujeito com visão em um único sentido, impedido de observar o que ocorre em sua volta.


A propósito, escrevi em junho e agosto de 2008 algo que tem haver com isso, portanto o convido a ler em

http://joselamartine.blogspot.com/2008/06/despeito.html

http://joselamartine.blogspot.com/2008/08/escolha-minha-mesmo.html


Um cordial abraço

--

José Lamartine Neto

CEFET-BA/DTEE/Automação

"Todos nós nascemos originais e morremos cópias." (Carl Gustav Jung)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Curso de AVA em Moodle - Relato final.


O que é o Moodle? Não fazia a menor idéia. Já tinha ouvido falar de Educação a Distância. Cheguei a fazer um curso de “Ética no Serviço Público” à distância, mas continuava um cego.

Depois das boas vindas e da expectativa criada veio o meu chat no moodle e, que decepção. Fiquei frustrado com dinâmica e com as minha diferença em relação aos outros que conseguiam entender aquela loucura. Foi o começo, comendo poeira.

Na criação das equipes fui auxiliado pela Sandra. Entrei no grupo 03 da Lígia. Isso na primeira semana de agosto. Nossa equipe ficou com os seguintes integrantes: Alessandra, Alessandro, Jeane, eu, Ligia e Suzana.

Participei da discussão sobre Lenda ou Verdade? que a Sandra colocou. Lembrei da Matrix e da Ética. Já tinha tido experiência em curso de Ética no serviço publico e que uso algum recurso digitalizado com meus alunos.
O contrato didático é uma ótima idéia. E segui fazendo as avaliações.

Consegui contribuir com a construção coletiva do texto “Como e Por que o Moodle Potencializa a Construção de Conhecimento?” e vi que outros colegas fizeram o mesmo. Realmente, o negócio ta funcionando.

Abaixo segue transcrito algumas falas que conseguimos trocar:
“Precisamos agilizar o trabalho, mais não sei como. O que penso ser interessante é que encontramos os mesmos problemas de salas "convencionais", na elaboração de um trabalho em grupo.” (Alessandro, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 15 de agosto de 2008)

“Vocês criaram o AVA Tec 03 que, pelo que entendi, é o nome do ambiente, com suas característica, que abriga os demais cursos. Excelente, a idéia era esta mesma.” (Cristiane, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 23 de agosto de 2008)

“O que estamos fazendo é não trabalhando só com um curso ou idéia mas criando uma espécie de Escola de Formação (sugeri o nome de AVATec 03). Já tem 3 cursos: Inclusão Digital, Controle Automático e Técnico em Adm Escolar. Em vez de selecionar, incluímos. Ta mais de acordo com a proposta do Ensino a Distância.” (Lamartine, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 24 de agosto de 2008)

O Ambiente Virtual de Aprendizagem Técnica da Equipe 03 é um centro especializado em formação, capacitação e re-qualificação profissional.
Disponibiliza uma série de cursos e treinamentos indispensáveis às empresas públicas e privadas, bem como aos profissionais que queiram ampliar seus horizontes.
O AVATec 03 também se preocupa em disponibilizar o ambiente mais adequado a suas necessidades, utilizando estratégias de aulas e ferramentas tecnológicas que propiciem não só a ampliação de conhecimentos bem como de sua rede pessoal.
Seja bem vindo!!!
Um abraço
Equipe AVATec 03

“Acredito que a próxima turma pode ter acesso a uma outra formatação de curso: Básico e Avançado. A divisão pode propiciar um nível de participação maior.” (Lamartine, Fóruns/ Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 31 de agosto 2008)

“Uma boa regra é que "não tem certo ou errado ou bonito e feio" pelo menos por um tempo, o tempo da ambientação coletiva.” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 31 de agosto 2008)

“Sobre o curso de Lamartine, vejo que ele avançou bastante, mas ainda está com poucas atividades para sua carga-horária. Sugiro que você dê menos importância ao conteúdo e trabalhe mais em montar atividades didáticas, utilizando ferramentas diferentes...” (Cristiane, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 2 de setembro de 2008)

“Achei boa a sugestão do Lamartine de fazer um curso básico e outro mais avançado. E também participo da opinião de que no início do curso deve ser dada bastante ênfase às ferramentas e atividades destinadas à interação entre os participantes.” (Gustavo, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 2 de setembro de 2008)

“Estou dando uma olhada nos ambientes dos grupos e dando um retorno para vocês. Pelo que percebi vocês optaram por trabalhar em cursos separados, talvez como forma de superar as dificuldades de interação da equipe. Vou fazer algumas considerações e sugestões sobre o trabalho.” (Cristiane, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 2 de setembro de 2008)

“A desconexão interna das equipes foi motivada por varias razões como: compromissos profissionais, viagens, panes em computadores, problemas de saúde, etc. Tudo isso cria uma dificuldade gigantesca de se atingir os objetivos. Outro agravante, no meu entender, foi o volume de informações.” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 3 de setembro de 2008)

“Resolvi me ambientar o máximo que eu podia, a princípio sozinho e dentro de minhas limitações. E fui em frente.” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 3 de setembro de 2008)

“Agora no final, acredito que cresci um bocado no entendimento deste negócio de Moodle. Acho que um dos objetivos do curso era este. A questão da socialização, fica um débito para praticamente todos, dos professores e tutores até nós, alunos. Experiência para o futuro. Termos muito o que relatar...” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 3 de setembro de 2008)

“Gosto da fala de Lamartine quando coloca que devemos investir em relacionamento e estamos pensando em formas de realizar isto, dentro de condições viáveis inclusive para nós formadores.” (Cristiane, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 4 de setembro de 2008)

“Destaco como pontos positivos: a distribuição clara do curso em três aulas, reunindo conteúdos e atividades quantitativamente significativos; a utilização de vários recursos, o que pode tornar o curso dinâmico; o layout/desenho do curso; a organização do livro sobre controle automático (de todos os materiais elaborados, foi o que mais gostei). Algumas sugestões que faço...” (Francisco, Fóruns/Apresentação dos Trabalhos Finais/Trabalho Final-Grupo 03, 6 de setembro de 2008)

“Gostei das 3 propostas de cursos no ambiente de vocês. Muito interessante também é a idéia de um curso técnico para Administração Escolar. Mas neste curso não ficou muito claro o público-alvo e qual é a proposta de conteúdo do curso, seria só para secretaria? O curso de controle automático ficou mais avançado e a proposta também é muito boa.” (Ana, Fóruns/Apresentação dos Trabalhos Finais/Trabalho Final-Grupo 03, 7 de setembro de 2008)

“Os três cursos que você viu Ana Carolina, na área do grupo, ficaram de ser votados e escolhido um que seria o trabalhado. Foi um período que houve perda de contato geral entre os membros do grupo. Como já tínhamos enviado as propostas dos 3 cursos, tivemos a idéia de seguir o princípio do EAD - inclusão. Então, todos foram aproveitados e cada integrante investiria no seu curso, permitindo o feedback dos demais.” (Lamartine, Fóruns/Apresentação dos Trabalhos Finais/ Trabalho Final-Grupo 03, 7 de setembro de 2008)

“Acho que estamos finalizando o curso. Espero que possa acessar outros, desta mesma natureza e me aperfeiçoar. Estava olhando meus relatórios que este sistema disponibiliza, e realmente, é de impressionar o grau de detalhamento. Aprendi o que é um Ambiente Virtual de Aprendizagem. Este curso permitiu um pouco de luz na minha cegueira tecnológica. Vejo com mais clareza as potencialidades, não só da minha atividade, mas também da instituição que trabalho, que é da área de ensino profissional tecnológica, mas que está bastante defasado do que realmente é tecnologia de ensino.” (Lamartine, Participantes/José Lamartine de Andrade Lima Neto/Blogs, 6 de setembro de 2008)

Para finalizar...“Só posso agradecer aos Professores e tutores Cristiane, Lúcio, Sandra e Malos e a todos meus colegas. Todos, com suas contribuições, ajudaram a fazer uma diferença na minha vida. Um abraço a todos” (Lamartine, Participantes/José Lamartine de Andrade Lima Neto/Blogs, 6 de setembro de 2008).

É isso aí. Um abraço.

José Lamartine


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

As pessoas não se demitem, demitem-se de seus líderes.

Colegas,

Nesta hora em que mais um colega troca nossa instituição por outra, fico feliz porque ele está buscando uma situação mais adequada de trabalho e de vida, mas preocupado conosco.

Para cobrir as carências de profissionais tanto aqui no Cefet como nas Universidades e Empresas Privadas, recorre-se a concursos, seleções etc. Então seleciona-se os profissionais, certo? Acho que não. Acredito que não fazemos mais estas escolhas. É uma ilusão achar que os escolhemos. Eles nos escolhem.

Nosso nível de salário não é mais tão diferente em relação a Universidade então, o que estamos fazendo para tornar nossa instituição mais atraente?

Não temos mais ex-alunos se tornando professores com a mesma incidência do passado. O vínculo afetivo com a instituição, o orgulho de seguir os passos dos mestres, fez muitos colegas ex-alunos se doarem alem do esperado, se sacrificarem aos olhos dos demais, que não entendiam porque aquele professor trabalhava tanto. E hoje?

Voltando as questões atrativas e desafiadoras que não conseguimos empreender e que merecem atenção, tem uma outra questão: que condições “impomos” a estes profissionais, muitas vezes intimidados em seu estágio probatório?

O texto a seguir fala de “Talentos e o Futuro da sua Empresa” e, mesmo que façamos parte de uma autarquia federal é interessante saber que o mundo gira, as pessoas fazem, criam, aprendem e crescem por estarem conseguindo abrir a mente e ver alem de seus próprios umbigos. O autor faz uma provocação dizendo que quando pessoas pedem demissão, na verdade "...as pessoas não se demitem (...), demitem-se de seus líderes."

Um abraço

--
José Lamartine Neto
CEFET-BA/DTEE/Automação
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Talentos e o Futuro da sua Empresa
Por Silvio Celestino
23/09/2007

Texto disponível em
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Talentos_e_o_futuro_de_sua_empresa.htm

Sem profissionais com habilidades extras o destino de seu negócio será basicamente o crescimento moderado a estagnação ou o declínio até o desaparecimento e o que é pior: tudo a custa de muito esforço. A criação de talentos dentro da organização é portanto, uma questão que assegura o futuro da empresa. Este processo é feito basicamente a partir de desafios. São eles que estimulam os profissionais a se desenvolverem. Quanto mais percebe sua capacidade de enfrentar e superar desafios, mais interesse o profissional desperta por novas habilidades. É este desenvolvimento em suas várias dimensões que formam o talento do profissional e o torna valioso para a empresa. A criação dele começa, portanto, com a habilidade de se criar desafios e saber alinhar os propósitos do profissional ao da empresa.

Entretanto, uma vez criado, o próximo estágio que se impõe é a retenção deste profissional nos quadros da organização. Neste ponto é importante observar que as pessoas não se demitem das empresas, demitem-se de seus líderes. O indivíduo sabe que do mesmo modo que teve de se esforçar para lapidar seus talentos, a empresa teve uma contribuição decisiva não apenas proporcionando-lhe o emprego, mas treinamento e desafios para seu crescimento. Entretanto, o empresário não deve esperar reconhecimento por isso. Muitos se desiludem por achar que pelo fato de terem investido valores e tempo no desenvolvimento do empregado, este lhe deve lealdade ou mesmo compromisso para manter-se em seu posto por um tempo que represente o retorno sobre o investimento no treinamento. A realidade é que as pessoas para ficarem na empresa devem perceber que são respeitadas, pagas adequadamente e que possuem futuro. Por esta razão que se deve ter um profundo interesse em se manter antes de mais nada um clima organizacional positivo a partir do respeito a todos seus liderados. Além disso a empresa deve ter ações constantes para o crescimento. É a falta de crescimento que gera dúvidas sobre as possibilidades de futuro do profissional dentro da empresa. Quando se tem de forma permanente o crescimento como meta, os desafios automaticamente ficam cada vez maiores, realimentando o ciclo.

Contudo, se você decide pagar menos a seus funcionários para ter dinheiro para treiná-los, é melhor nem fazer o treinamento. Salários não são determinados pelo quanto você investe na formação de seu empregado, pelo prestígio de sua marca ou mesmo por seu carisma. Salários são determinados primordialmente pelo mercado. O melhor que a empresa pode fazer é pagar em acordo com ele e preocupar-se de forma constante e consistente com a formação de seus líderes. Eles são os principais responsáveis pela perda de talentos na organização devido acima de tudo por sua pouca formação em habilidades de liderança e que muitas vezes foram aprendidas de forma empírica e quase sempre inadequada. Não é raro nos workshops de liderança que ministro ver líderes que não sabem dar um feedback, fazer o follow up, delegar ou ao menos se comunicarem apropriadamente com seus liderados. Não há como se criar e reter talentos com executivos sem as habilidades mínimas de liderança.

Gerar desafios constantes alinhando propósitos empresariais e pessoais, pagar salários em acordo com o mercado e desenvolver continuamente seus líderes são ações que aumentam as possibilidades de se criar e reter talentos na empresa. São eles que garantem o futuro da organização.


terça-feira, 4 de novembro de 2008

Avaliar e seus critérios

Nesta instituição de formação profissional, baseamo-nos em práticas pedagógicas para o ensino tecnológico e científico. Os conteúdos que abordo em sala de aula ou laboratório visam fornecer ao aluno informações que o ajudarão a identificar, mensurar e avaliar a melhor forma de tomar decisões. Espero que com o tempo ele faça isso, profissionalmente ou não. É claro que não sou um professor perfeito, longe disso, mas depois de 26 anos de trabalho, usando diversos modelos de avaliação escolar, percebi algumas coisas:

a) Reproduzi durante os primeiros anos de trabalho o modelo discriminador e excludente que a sociedade de então ditava como certo, sem pensar muito nas conseqüências. Hoje tenho clareza de meu papel, de minha responsabilidade e do quanto posso influir na vida das pessoas, por pouco que seja. Já vi inúmeros alunos mudando de vida e de suas famílias;
b) Já avaliei para exercer poder, pra punir, e algumas vezes para beneficiar um aluno mais do que outro. Mas também já dei um empurrãozinho para que uma oportunidade não se perdesse. Hoje eu vejo a avaliação como um caminho de mão dupla; do mesmo modo que avalio o aluno estou me avaliando, e “medindo” o quanto tenho sido bom e justo como professor (ou me auto-enganando?). Porém só eu sei o quanto estou sento honesto profissionalmente, já que não preciso usar de nenhuma retórica comigo mesmo.
c) Vários sistemas de avaliação já utilizei: pontos corridos de zero a cem; de zero a dez em quatro unidades com pesos 2, 3, 2 e 3; sistema de conceito. As médias já foram 60, depois 7, hoje é 6 e com conselho e sem conselho. Para cada um destes “modelos” tem uma parafernália de explicações, teorias e justificativas cada uma melhor do que a outra se não, não funciona.

Penso que um instrumento de avaliação, antes de ser adotado, deverá ser validado. Só aí, através de critérios apropriados pode oferecer qualidade, confiabilidade e segurança. Validação significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro.

Outra coisa tambem é quando analisamos os instrumentos de avaliação e seus critérios, existe a necessidade de se verificar que processos mentais exigimos dos alunos: memorização, associação, comparação, explicação, análise, síntese, proposição de alternativas, habilidade motora, etc. Que tipo de avaliação vamos fazer?


1) avaliação diagnóstica: fazemos está avaliação quando queremos verificar como está o processo de construção do conhecimento, se nossos métodos estão dando resultado efetivos e a partir destas constatações tomarmos decisões sobre a continuidade do nosso trabalho.

2) avaliação classificatória: utilizamos essa forma simplesmente para separar os que sabem e os que não sabe, para aprovar ou reprovar;

3) avaliação formativa: após avaliar o processo como um todo, realimentaremos o processo para sanar falhas e atingir objetivos proposto sempre priorizando a "construção" e não o resultado.

Só não podemos perder de vista que a credibilidade desta Instituição foi construída e se manteve pela capacidade de profissional de seus funcionários (professores e técnicos administrativos) e alunos. Esta reputação que abre portas para nossos alunos deve recair sobre quem? Se algum colega está deixando de fazer o que lhe é devido, lá fora sua reputação também está sendo construída no momento em que os profissionais perguntarem aos alunos/estagiários “Quem foi seu professor que ensinou isso?”.

Prepará-los para o mundo real não é um favor que fazemos. Quando criamos facilitações para nossos alunos em qualquer dos mecanismos de interação (avaliação, aulas, conselhos, etc.), com a justificativa de que isso faz parte de políticas compensatórias, acabamos por fazer as escolhas que são deles. Não os deixamos crescer.

José Lamartine Neto
CEFET-BA/DTEE/Automação
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sábado, 25 de outubro de 2008

O arco e o cesto

O arco e o cesto em "A Sociedade contra o Estado"


Uma comunidade é, antes de tudo um espaço de trocas que vai de mercadorias, informações, favores, até a troca de mulheres (casamentos), etc.

O livro “A Sociedade contra o Estado” do antropólogo francês Pierre Clastres, tem um capítulo dedicado ao estudo dos integrantes de uma comunidade indígena nômade chamado Guaiaki que vivem na fronteira noroeste do Brasil. Começou descrevendo seus objetos, seus usos e costumes e lá pelas tantas este antropólogo começa a interpretar as funções destes objetos, os contextos e seus significados. Naquela sociedade, a sobrevivência de um membro estará comprometida se abater-lhe a “Pané”, espécie de maldição.

O capítulo “O arco e o cesto” desse livro tem o nome dos mais importantes objetos ou símbolos da tribo, que interfere nas existências e define os papeis de caçadores ou coletores, respectivamente para homens e mulheres. Como regra não é permitido a troca de papeis, cada um cuida com maestria de sua área de competência, não sendo admitido ingerências externas. Porém, se um homem toca um cesto ou se uma mulher toca o arco, o homem se sente amaldiçoado perdendo o status de caçador colocando em risco de vida a si e sua família, uma vez que a caça é a principal fonte de nutrientes tendo na coleta um complemento.

Dentre os vários pontos interpretados pelo autor, um chama a atenção que é a relação do caçador com a caça. O melhor caçador não é o que mais acumula, mas o de mais habilidade, já que sobrevive da caça do outro, ou seja, cada um caça para a tribo e não pode comer de sua própria captura. Se assim o fizer, será amaldiçoado pela “pané”, o que é uma vergonha, uma desonra como se fosse uma mudança de sexo perante a comunidade, vindo a se tornar um pária, portanto, exposto à extinção.

Ocorre também que em relação aos sentimentos que um caçador experimenta na sua atividade solitária e quase egoísta, não deve interferir no desejo de fracasso do outro, já que corre o risco de passar fome.

Desta forma, com regras simples em que a troca também lá funciona como uma "cola" social, garantem a sobrevivência.

De início, que lições podemos apreender dos Guaiakis?

- Que a origem desta tribo se perde na noite do tempo, portanto é um modelo estável e bem sucedido;

- Que nossa cultura e nosso saber é absolutamente desnecessário para eles. Na verdade não duraríamos muito por lá, logo o que nos parece certo e errado é bem relativo.

- Que aprenderam a depender do outro e inteligentemente tornaram isso uma regra.

- Que para aquela tribo é bom que o outro seja competente, já por aqui nem sempre, pois tem a inveja...

- Que vivem numa espécie de pré-historia na atualidade. Como é sabido que as neuroses surgiram com a Modernidade e suas industrias, é possível que sejam bem sadios emocionalmente.

- Que a clareza dos papeis empresta uma estabilidade naquela sociedade. Por aqui temos a presença da ambigüidade minando as relações.

E por aí vai...


Clastres, Pierre. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

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José Lamartine Neto

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Começo perguntando o que é a Democracia

Caros colegas e amigos,


Começo perguntando o que é a Democracia?

É isso que é visto aqui dentro?

Quem não sabe, pode ver que até no Wikipédia: "A Democracia opõe-se à ditadura e ao totalitarismo, onde o poder reside numa elite auto-eleita."

Garantir iguais oportunidades sempre foi a luta da antiga oposição (hoje governo). Mas aquilo que Saramago se refere no seu “Ensaio sobre a Cegueira” , como um mal generalizado, dá a impressão que todos estão nesta condição e que ninguém vê nada, em que tudo é possível no afã do desespero. Ledo engano.

Fico me perguntando: como pretendo continuar criando meus filhos? Na base da mentira, do ataque, do engodo, ou não assumindo minhas responsabilidades alegando que não sabia? Quanto tempo mais para começar a mentir descaradamente para meus filhos? Como posso pensar em tratar diferentemente as pessoas, ter uma postura ambígua?

Não sou moralista. Meus amigos me conhecem e sabem disso. Apenas procuro ser um pouco coerente neste mundo doido.

Hoje mais do que nunca se trabalha com equipes e os políticos sabem disso há muito tempo. E sabem que nós vivemos correndo atrás de um salvador da pátria. Parece ser símbolos de uma relação edipiana: matar o pai para ter o amor da mãe, só que para isso procuramos ser igual a ele. Essa figura que migra e se transmuta, de personagem em personagem, permanecendo apenas a representação de seu papel. O pai representa os limites, a moral, a decência, a ordem e a mãe é a realização de desejo, do amor, do possível (e do impossível também), restando cair nos seus braços pensando nas suas tetas (estado, o poder, etc), só que isso é moralmente proibido, então a maioria se contem, pois possuem escrúpulos, culpa, remorso. Alguns que são desprovidos destes valores, estes “filhos” pervertidos, acabam gerando histórias pérfidas e obscuras recheando as páginas políticas e policiais.

Esta escola está se transformando em "lugar comum". Eu acredito que fazer educação é fazer a diferença, para melhor. Estar dentro de uma sociedade adoecida nos adoece também, como reflexo. Porém a cura só vem quando admitimos que estamos adoecidos, aí podemos escolher a sanidade.

Para que não sejamos burros, tens-se que abrir mão da unanimidade (pedindo licença a Nelson Rodrigues). Coloco a informação a seguir só para equilibrar, afinal quem lembra que durante anos e anos lutamos por condições iguais para disputa de cargo diretivo desta Escola? Agora que conseguimos não podemos negar ao outro as condições conquistadas, relegando-o aquilo que nos causou sofrimento, tanto a nível micro como macro (município, estado, etc).

A não ser que sejamos iguais ou piores do que eles já que não sabiam como que era este lado...

Quando coloquei o “negar ao outro”, me referi a prática comum da negação subliminar. Aparece nos comportamentos e nas falas, como a sensação, quase uma vergonha, quando alguém não concorda politicamente com a maioria, ou o deboche e ironia das mensagens, ou o desqualificar da fala do outro. Todas e muitas mais, são técnicas de violência camuflada (ou não).

Logo, o contraditório, o dialético, exerce este papel imprescindível de dar um limite, daí a importância fundamental de toda e qualquer oposição. Caso contrário é o estado total e por isso doente e absoluto.

Visitem o link abaixo. É muito fácil ver apenas um lado das coisas. Difícil é sair do imobilismo já que é confortável.

http://blog.joao15.can.br/

O candidato à prefeitura do PT de Salvador, Walter Pinheiro, vem cometendo um deslize atrás do outro nos debates televisivos. Na Band, quinta-feira passada, ao tentar criticar a administração do prefeito ...

Tenham todos uma ótima semana

--

José Lamartine Neto

CEFET-BA/DTEE/Automação

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"Todos nós nascemos originais e morremos cópias." (Carl Gustav Jung)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

SOBRE A MORAL

Um coelhinho felpudo estava fazendo suas necessidades matinais quando olha para o lado, e vê um enorme urso fazendo o mesmo.O urso se vira para ele e diz:

- Hei coelhinho, você solta pêlos?

O coelhinho, vaidoso e indignado, respondeu:

- De jeito nenhum, venho de uma linhagem muito boa...

Então o urso pegou o coelhinho e limpou o traseiro com ele.

MORAL DA HISTÓRIA: CUIDADO COM AS RESPOSTAS PRECIPITADAS, PENSE BEM NAS POSSÍVEIS CONSEQÜÊNCIAS ANTES DE RESPONDER!

No dia seguinte, o leão, ao passar pelo urso diz:

- Aí, hein, seu urso! Com toda essa pinta de bravo, fortão, bombado! Te vi ontem, dando o rabo para um coelhinho felpudo. Já contei pra todo mundo!

MORAL DA MORAL: VOCÊ PODE ATÉ SACANEAR ALGUÉM, MAS LEMBRE-SE QUE SEMPRE EXISTE ALGUÉM MAIS FILHO DA PUTA QUE VOCÊ!


(Não faço a menor idéia de quem seja o autor desta "pérola")


Lamartine

sábado, 13 de setembro de 2008

Aposentadoria

Caro colega,

Pois é cara pálida, me desencantei com o PT e pior, me sinto traído.

Achei que Fernando Henrique era escroto em me empurrar uma aposentadoria para depois dos 50 anos para não ser chamado de vagabundo.

Então o Lula, que de inepto não tem nada, quer estender aos 60 anos. Pelo menos para os novos.

E ele aposentado político da "anistia" por dois dias de cadeia, que não contribui para o imposto de renda como todos os trabalhadores brasileiros, está junto com não sei quantos mais, comandando os destinos deste país, e que pegaram em armas e bombas, que atiraram mataram e mutilaram inocentes. Alguém fala que eles devem indenização? Me façam uma garapa.

Nós que começamos cedo no Serviço Público somos empurrados de um lado para outro com tanta regra diferente de aposentadoria que parece mais um complô, um serviço de desinformação.

No meio disso tudo acreditamos que é natural às coisas serem confusas no Brasil. A naturalização é uma merda, pois, quando acreditamos nela, permitimos que injustiças continuem sendo cometidas.

Eu mando estes e-mails's todos para meus alunos.

Compartilho com eles minhas opiniões e um pouco da história que vivi e como estou conseguido entender este lamaçal ideológico e escapar, nem que seja por breves instantes, da alienação coletiva em que me encontrava.

Estou entendendo a diferença entre ensinar e educar. Ensinar é fácil, às vezes basta repetir. Educar é diferente, eu tenho que ter vivido. E isso marca muito.

Um abraço e bom fim de semana
-- José Lamartine Neto
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> > Assunto: Aposentadoria privilegiada do LULA

domingo, 31 de agosto de 2008

A escolha é minha mesmo?

Caro colega,

Muito oportuna suas palavras, mostrando inclusive, como a sociologia e a psicologia tiveram um início comum. Esta sua análise do perfil da nossa sociedade foi muito feliz na minha opinião.

É certo que vivemos inundados de influências para os nossos pensamentos e nossa subjetividade através da mídia, da família, dos locais de trabalho, das escolas, das igrejas, dos sindicatos, das relações que se tem em todos os lugares e por todo o tempo. Isso que eu penso, essa minha "verdade" é minha mesmo ou foi "implantada" ideologicamente? O quanto sou genuíno nas minhas crenças? Sou livre ou a liberdade é uma ilusão criada?

O pior é que muitos não se dão conta do quão atolados estão. Não estão nem aí por que disseram que é cômodo. E eu acreditei.

É assim que funciona o aparelho ideológico de uma sociedade. Domina por convencimento. Se não for assim, faz como nos países comunistas, dominam pela força mesmo. Depois convencem.

O impagável barão de Münchausen, em uma de suas muitas aventuras, viu-se caído num buraco lodoso. Depois de uma série de tentativas, conseguiu sair dele puxando seus próprios cabelos. Erguendo a si mesmo e seu cavalo pelos cabelos para poder continuar sua fantástica jornada.

Tem que existir o desejo, um certo querer enxergar, um querer respirar novos ares, para sair deste lodaçal, mesmo que por instantes.

O filme Matrix expõe isso tambem: Neo (o escolhido) tem que fazer uma escolha que é só dele. Voce quer conhecer a toca do coelho?

Boa semana


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José Lamartine Neto
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domingo, 24 de agosto de 2008

Potenciais pedagógicos e técnicos do Moodle

Como e Por que o Moodle Potencializa a Construção de Conhecimento?

• Potenciais pedagógicos e técnicos do Moodle

A Educação pode ser compreendida como fato social não estando descolada da realidade material e subjetiva que a gera e lhe confere especificidade. Como tal e implicando no desenvolvimento de relações sociais de novo tipo com novas configurações de poder, resultam na necessidade de desenvolvimento de processos educativos novos.


As novas tecnologias da informação e da comunicação, e especificamente o ciberespaço, adquirem importância fundamental e merecem destaque. Novos conceitos começam a se fazer cada vez mais presente nos ambientes acadêmicos e políticos como saber flexível, interdisciplinaridade, aprendizagem cooperativa, transdisciplinaridade, currículo integrado, redes de aprendizagem e educação continuada e à distância, sobretudo quando está em pauta a discussão sobre a necessidade de renovação dos processos educacionais.

É imprescindível a adaptação dos dispositivos do aprendizado aberto e à distância no cotidiano da educação e a criação de um novo estilo de pedagogia que incorpore as novas tecnologias e favoreça, ao mesmo tempo, os aprendizados individualizados e o aprendizado coletivo em rede.

O conhecimento é uma construção humana de significados, apoiado no contexto em que as pessoas aprendem a partir do estímulo causado pelo desejo ou necessidade. Sendo assim, o processo de aprendizagem verdadeiramente significativo é individual, pois atribui e adquire significado. Este conhecimento não pode ser transmitido pois se dá a partir de um processo de construção independente em cada pessoa e pode ser otimizado em situações de trocas e de experimentação, a medida que adquire significado socialmente compartilhado.

Assim, as novas tecnologias de educação à distância implicam em duas abordagens: a social, com acesso potencializado à informação; e a individual com a ampliação das possibilidades de interação, colaboração e autonomia do aluno.

Fonte:
Souza,
Carlos Henrique Medeiros de; Manhaes, Fernanda Castro. Ensino e aprendizagem em ambientes virtuais: algumas considerações. Revista espaço acadêmico nº65. outubro/2006.

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domingo, 3 de agosto de 2008

SEM FUGIR DA COLHEITA

As belezas da natureza e aquelas construídas pelas mãos humanas, aliadas à sensibilidade artística, quase divina, é algo que emociona.
A retribuição da vida é um chamamento à responsabilidade com o outro, seja este outro quem for: um vizinho, a cidade, o mundo.
Muitos aderem a uma postura de invisibilidade, sentindo-se anônimos ou desconhecidos nas cidades comportando-se como se pudessem fazer o que quisessem, transgredissem. A transgressão é ótima para romper os limites do possível. Mas neste ponto entra a responsabilidade, que nos devolve o lume à vista que, de alguma forma, deixou de enxergar.
Assumir esta responsabilidade de enxergar o outro e deixar de se sentir invisível perante o outro, é prova de maturidade que pode nascer do amor ou da dor. Mas ela virá... É, como jogar uma bola na parede. De uma forma ou de outra ela será devolvida. É colher o que se faz.



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quinta-feira, 17 de julho de 2008

A FABULA DOS PORCOS ASSADOS - Autor desconhecido

Diz a lenda que o texto original deste trabalho, em espanhol, circulou entre os alunos do curso de pós-graduação da Universidade de Piracicaba em 1981. A sutileza com que o autor satiriza um dos problemas de nossos tempos fez com que imediatamente o texto chamasse a atenção de alunos e professores, convertendo-se em tema de conversas e debates. Aos leitores, a Fábula dos Porcos Assados:

Uma das possíveis variações de uma velha história sobre a origem do assado é a seguinte: “Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque e alguns porcos morreram assados. Os homens da região, experimentaram carne assada e acharam deliciosa. Desde então, quando queriam comer porco assado, incendiavam um bosque.
Mas como tudo não corria às mil maravilhas, o processo começou a preocupar o SISTEMA, dados os prejuízos que eram imensos. As queixas se avolumavam, a exigir a reestruturação do SISTEMA. Congressos, seminários e conferências passaram a ser realizadas anualmente. No XXX Congresso, os especialistas atribuíram o problema a fatores vários: a indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam ficar, a inconstante natureza do fogo, as árvores excessivamente verdes, a umidade da terra e ao serviço de informações meteorológicas local, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas.
Um dia, um incendiador AB/SODM-VCH - Acendedor de Bosques, Sudoeste Diurno, Matutino, bacharelado em Verão Chuvoso- chamado João Bom-Senso, resolveu proclamar que o problema era muito fácil de ser resolvido: bastava matar o porco, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o numa armação metálica sobre brasas.
Avisado por um xeleléu, desses que vivem de congresso em congresso, o Diretor Geral de Assamento mandou chamar o João ao seu gabinete:
- Tudo o que o senhor disse está bem dito, mas não funciona. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria?
- Não sei - disse João.
- E os especialistas em sementes e árvores importadas?
- Sei não.
- E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos?
- Não sei - repetiu João.
- O senhor percebe a sua idéia não vem de encontro ao que necessitamos? O senhor não vê que, se tudo fosse simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução? O senhor com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas sem chamas! O que o senhor espera que eu faça?
- Não sei, balbuciou o João.
- Diga-me se os nossos engenheiros em Porcopirotecnia não são considerados personalidades científicas?
- Sim, parece que são.
- O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosso SISTEMA é muito bom. Não é?
- Não sei.
- O senhor tem que trazer soluções para problemas específicos. Temos que melhorar o SISTEMA e não transformá-lo radicalmente, o senhor entende?
- Realmente, eu estou perplexo! - respondeu João.
- Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina. Recomendo-lhe que não insista nessa sua idéia, pois lhe seria prejudicial.
João Bom-Senso, coitado, não disse mais nem um "ai". Sem despedir-se, assustado, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu. Por isso é que até hoje se diz, quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos do SISTEMA: que falta faz o Bom-Senso!!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Dois de Julho – sangue e camisa

Hoje fiquei triste quando presenciei as comemorações da independência da Bahia pela televisão.

A data magna da Bahia representa a luta que culminou também com a independência do Brasil em que o sangue de mais de 7 mil voluntários foi derramado na expulsão das tropas Portuguesas de nosso território. Vidas foram dadas por nós e o mínimo o que se espera é uma postura de respeito pelo sacrifício.

Algumas pessoas que honram seus hinos e bandeiras, por entender o seu significado independente de modernidades, chegam a colocar a mão direita no peito esquerdo. Na noite anterior os moradores da Liberdade, Barbalho, Centro Histórico, etc., estavam enfeitando as ruas e suas casas, como bons baianos.

No desfile os estudantes em trajes de gala, índios paramentados como os caboclos e caboclas e os encourados com seus trajes de vaqueiro, calça, colete, peitera, gibão, chapéu, sapatos e luvas, tudo de couro. Uma beleza de se apreciar. Um orgulho a lembrança da garra e coragem dos antepassados.

Porém parece que existe uma confusão entre esta festa cívica como se fora outra qualquer, pelo menos entre as autoridades civis. É possível que nossa baianidade ou tropicalidade seja desculpa para os mais importantes representantes do povo, eleitos democraticamente, estarem trajando apenas camisa, quando muito, de manga e dobrada nos punhos. O governador, o prefeito e o presidente da Câmara Municipal estavam bem combinados na indumentária, este até que inovou usando um boné branco. Não deu pra ver se tinha alguma griffe.

Só faltou aos citados senhores, na hora de cantarem os hinos, pousarem suas falanges na genitália ou no seu oposto. Não sei o que é pior.

Ao final das festividades, desfilando até chegar ao Campo Grande para o encerramento, todos os políticos estavam a rigor, de terno e gravata. Menos o governador, sem esta ultima.

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José Lamartine Neto

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Paradigma dos macacos

Depois que recebi esta apresentação...
Respondi ao colega...
É isso mesmo.
Nossas ações, por uma questão de economia, tendem a se tornar automáticas.
Veja as coisas que fazemos no dia a dia como escovar os dentes, dirigir, andar de bicicleta, etc. Nosso cérebro desenvolveu esta estratégia para permitir absorver novos conhecimentos. Aqueles que já dominamos, repetimos de forma autômata. É mais cômodo.
Uma ideologia ou um paradigma nos leva, obrigatoriamente à esta condição.
É aí que reside o perigo de nos deixarmos guiar por aqueles que não aquietam a mente. Nem sempre suas intenções são as melhores. Podem até ser mas, esperar que outro decida o que é melhor pra mim, não é o mais sensato.
Mas a massa humana, ao longo da história, sempre buscou alguém para "salvar-lhes", alguém para seguir, indicando-lhes o caminho.
Parecem meio perdidas, precisando serem salvas de si próprias.
Valeu velhão.
--
José Lamartine Neto
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domingo, 29 de junho de 2008

Comunistas no mercado

Caro J...

Acredito que seu material provocou o debate intelectual, coisa que é muito importante. Apesar disso, o alerta de P... é extremamente valioso, só acrescentaria que não existe concorrência leal na História do capitalismo, já que a base desse sistema é a produção de monopólio. O caso da China é exatamente o modelo claro de monopólio e da lógica destrutiva do capitalismo, que implica em destruição ambiental, destruição de emprego e precarização da vida e precarização dos direitos do trabalho. Infelizmente é para esse caminho que corre o capitalismo.

Abraços
S...
Prezados,
Como sistema social hegemônico, o Capitalismo, através da Revolução Industrial, substituiu não só o sistema de produção artesanal, mas os valores sociais vigentes, substituídos pelas chamadas leis de mercado ou oferta-demanda. Adam Smith, aponta para o que se acredita ser o valor dos indivíduos que buscam seus interesses próprios, que se opõe ao trabalho altruístico de servir o "bem comum".
Naquela época as mulheres passaram a participar deste sistema porque tinham uma mercadoria a oferecer, o trabalho e muitas tinham que levar seus próprios filhos para o chão de fabrica para não perderem seus empregos. O ambiente não era nada saudável para os adultos, imagine para crianças de colo. As que não trabalhavam porque não precisavam eram por serem poses de seus maridos, pais, irmãos e não tinham direito nem a sua intimidade fora da vigilância dos homens.
O resto delas se via obrigada a trabalhar e tinham suas vidas regidas por leis que as consideravam simples mercadorias.
Até o século XX, se acreditava que a redução de custos com trabalhadores e sua exploração, traria o maior lucro. O século XXI começa a dar sinais de que seria desejável atrair os melhores profissionais do mercado e mantê-los tão motivados quanto possível e isto tornaria a empresa mais lucrativa. Entretanto, o número de funcionários que se enquadram neste modelo é insignificante diante de toda a massa trabalhista mundial, que em sua maioria ainda trabalha em condições muito precárias, muitas não só na China, como no Brasil, que mantém, para muitas atividades, uma forma de produção primitiva como a coleta e extração como nossos ancestrais das savanas africanas e a produção artesanal. Quem viajou neste São João por cidades do interior pode ter experimentado o “gostinho” de coisas produzidas ainda nos moldes de séculos passados.
Como disse o professor S... a respeito de provocação ao debate, gostaria de algum esclarecimento de onde se encontram os antigos e atuais admiradores/seguidores do socialismo no Brasil? Será que existem muitos “infiltrados” em estruturas capitalistas ou governamentais? Para fazerem o que? Será que para mostrar que o capitalismo não serve como não serviu o falido socialismo? Ou os atuais membros do partido estão também inseridos e atuantes nas leis de mercado?
Espero que tenham um ótimo dia
--
José Lamartine Neto
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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Despeito

Bom dia meus amigos e colegas,

Achei esta pérola e gostaria de compartilhar com voces.
Espero que gostem e meditem pois, alguns acham que pensar doi. E eu concordo. Correr o risco de destruir os castelos de areia que se demora tanto a edificar...

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Torso arcaico de Apolo

Rainer Maria Rilke / Tradução de Manuel Bandeira

Não sabemos como era a cabeça, que falta,
de pupilas amadurecidas. Porém
o torso arde ainda como um candelabro e tem,
só que meio apagada, a luz do olhar, que salta

e brilha. Se não fosse assim, a curva rara
do peito não deslumbraria, nem achar
caminho poderia um sorriso e baixar
da anca suave ao centro onde o sexo se alteara.

Não fosse assim, seria essa estátua uma mera
pedra, um desfigurado mármore, e nem já
resplandecera mais como pele de fera.

Seus limites não transporia desmedida
como uma estrela; pois ali ponto não há
que não te mire. Força é mudares de vida.

-x-x-x-x-x-

...no soneto de Rilke, o autor além de ultrapassar a questão estética afinal, nos convida a mudar, aperfeiçoar. É comum pessoas se sentirem humilhadas ante a perfeição de Apolo, brotando uma reação natural - o despeito.

Despeito é a negação do melhor, é quando desqualificamos, camuflamos ou distorcemos e, de alguma forma evitamos o contato ou confronto direto. Isso produz a sensação de tranquilidade e alívio, pelo menos por alguns instantes, em nosso orgulho machucado.
Quando se faz isso encurtamos os limites humanos de uma forma miserável, só pra satisfazer nossa auto-imagem diminuída.

É muito fácil nos depararmos com nossos monstros internos: orgulho, o medo, a raiva, etc. Mais fácil do que com nossos heróis. Quando nos comparamos, os monstros parecem ser piores do que nós próprios.

E por falar em Apolo, lembrei que apologia não é só fazer "propaganda" de um determinado assunto. Ao invés de ser leal, considerando o lado positivo e negativo, constrói-se um discurso somente do lado que convém, e como fica obvio, carece de verdade. Aliás, tem uma verdade: a verdade conveniente.

terça-feira, 29 de abril de 2008

POSTURAS DE IMPROVISO

O certo seria chamar de FACILITAÇAO essa coisa toda de dar um jeitinho. Dá um jeitinho aqui, outro ali e vamos caminhando.

São alunos que aprendem com professores que improvisam nas aulas práticas, pois lhes faltam as condições adequadas de trabalho.

A falta de professores sendo suprida por colegas que não tem a devida qualificação, ou disponibilidade. A coisa fica pior se observarmos que tanta criatividade para espremer "água de pedra", em achar uma solução, acaba não se percebendo que mais do que conteúdo, nós ensinamos pelo exemplo. Então se esbarra nessa "solucionática" em que ensinamos a nossos alunos aquilo que aprendemos. Muitos de nós, criativos nas soluções, somos na verdade improvisadores. Não temos soluções definitivas e, culturalmente transformamos o provisório em permanente.

Falta ASSERTIVIDADE para dar um NÃO e fazer com que aqueles que têm responsabilidade, assumam sua parte. Os aproveitadores existem onde a postura facilitadora permite. Se existem pessoas que fazem o mínimo é porque alguém esta fazendo por dois: a sua parte e a dela.

Um abraço

José Lamartine Neto

O que você faria se fosse invencível? Invisível?

 Meus queridos colegas,

Nestas questões que evocam a honestidade (ou a falta dela)
me lembro do velho Platão quando conta a história do célebre
anel de Giges. O anel que tornaria qualquer um invisível,
inclusive você leitor, sempre que desejasse.

É um anel mágico, que um pastor encontra por acaso. Bastava
girar a pedra do anel para dentro da palma da mão para que seu
possuidor se tornasse totalmente invisível e, virando para
fora ficaria novamente visível.

Giges, que antes era tido como um homem honesto, não foi capaz
de resistir às tentações a que esse anel o submetia: aproveitou
seus poderes mágicos para entrar no palácio, seduzir a rainha,
assassinar o rei, tomar o poder, exercê-lo em seu único e
exclusivo benefício.

Platão que conta esta história em A república, conclui que o
bom e o mau, ou os assim considerados, só se distinguem pela
prudência ou pela hipocrisia, em outras palavras, pela
importância desigual que dão ao olhar alheio ou por sua
habilidade maior ou menor para se esconder.
Segundo Platão, se ambos possuíssem o anel de Giges, nada mais
os distinguiria: "ambos tenderiam para o mesmo fim".

Isso equivale a sugerir que a moral não passa de uma ilusão,
de uma mentira, de um medo maquiado de virtude? Bastaria poder
ficar invisível para que toda proibição sumisse e que, para
cada um, não houvesse mais que a busca do seu prazer ou do
seu interesse egoísta?

Será verdade? Platão, claro, está convencido do contrário.
Alguém se sente platônico?

Um caloroso abraço

--
José Lamartine Neto

_ _

COMTE-SPONVILLE, André. A moral. In: Apresentação da filosofia.
São Paulo: Martins Fontes, 2002, p.17-26.
(Adaptações por André Alcântara

>
> Pois é: contra a invisibilidade, a transparência!
>
> Não é querer demais de nós, falíveis humanos, que sejamos intrinsecamente
> e incorruptivelmente corretos e honestos? A transparência ao olhar alheio
> certamente nos ajudará a mantermo-nos no caminho virtuoso - e isso não é
> mau; afinal, somos o mais social dos animais, e os comportamentos só podem
> ser definidos como "bons" ou "maus" tendo como parâmetro a coletividade.
> Exageros, evidentemente, devem ser coibidos, mas não me resta dúvida que o
> gestor público pode ser fiscalizado por diversas instâncias da sociedade e
> manter sua privacidade e dignidade humana.
>
> Concordo com Prof. P.: é necessário, e possível, termos uma organização
> do tipo das fundações para termos mais agilidade no estabelecimento e na
> gestão de convênios e parcerias com a iniciativa privada - e isso não
> significa, de forma alguma, abrir mão do financiamento estatal para o
> ensino e pesquisa. Mas, como Platão e Lamartine nos advertem, não serão as
> pessoas que lá estiverem que vão garantir a honestidade das tratativas,
> mas sim a transparência e a fiscalização sobre essas.
>
> saudações
>
> N.
>

Caro N.,

Perfeitas suas ponderações.
E o fechamento foi preciso. Para nos proteger de nós mesmos é necessária a
transparência e a fiscalização, e acrescentaria, na quantidade certa.
O excesso de fiscalização é como remédio. Se a dose for grande demais pode
até matar, ou seja, burocratiza tirando a agilidade.
A transparência é como a luz, tira da obscuridade as relações. Deixam de
existir "Deuses" ou senhores dos processos, já que a transparência nos
aproxima, nos humaniza, tirando-os do Olimpo.

É possível que comece uma luta pra evitar a perda da sensação de poder.
Mas isso é outro papo...

Grande abraço meu caro

--
José Lamartine Neto
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sábado, 1 de março de 2008

Um Deus prático

Oi Colega X,

Hoje vou falar um pouco pra voce de como é o meu Deus, assim, na prática. Como ele funciona pra mim. Pode ser que você não concorde...

Quase toda a minha vida tive medo do Deus que aprendi com minha família, que existia, onipotente, onipresente, etc. O Deus católico da religião que pregava o pecado e a culpa, a penitencia.

Pois bem, vivi durante muitos anos achado que esta era a melhor forma de ver as coisas, inclusive porque também era um Deus negociante, onde eu fazia promessas em troca de graças ou milagres. Aí me esbaldava e abusava da vida e da boa vontade dos outros até o ponto em que não tinha mais cara para olhar pra Ele ou coragem de entrar sem Sua casa. Me vi só com minha fé que não funcionava mais. Vivi atormentado, depressivo... Eu nem sei se acreditava mais pois, as coisas desagradáveis que ocorriam comigo, achava que era castigo e pior, que eu merecia. A culpa e o remorso eram grandes (questões familiares e pessoais).

Foi então que ouvi dizer que a fé em Deus devia ser prática e que ajudasse a me melhorar, senão estaria me enganando.

Pois bem Colega X, continuei ouvindo que a fé deveria preencher meus vazios existenciais, não pra ficar seviciado pela fé, mas alicerçado por ela. Seria o ponto de equilíbrio na minha vida.

Outra coisa também que ouvi e que foi o mais difícil de aceitar era que tinha que me render a vontade deste Deus. Não era mais um Deus de negócios mas um Deus de merecimento. Isso implicaria em abrir mão do controle (inclusive o remoto) de minha vida e entrega-lo a Ele. E mais, as minhas vontades também. Olha, é difícil. Muito difícil, mas quando consigo fazer isso, sinto que este Deus que agora me acolhe é muito generoso.

Posso me relacionar com ele de duas maneiras:

Primeiro: através de meus pensamentos, minhas preces, minha meditação. É aí que peço orientação e, quando estou menos orgulhoso, pergunto qual é a vontade Dele pra minha vida.

Segundo: é de onde obtenho as respostas que é pelo convívio com as pessoas. É um olhar, um cachorro latindo impedindo que entre em um banco que está sendo assaltado, é no engarrafamento que fiquei preso pra não ser vitimado lá na frente, é na narrativa da experiência de outra pessoa que aprendo e me identifico, e por aí afora. Esse meu Deus assume um formato de cruz: a linha vertical é meu contato intimo com Ele e a linha horizontal é a minha relação com as pessoas. Se tenho algum problema de relacionamento com alguém, minha relação com Deus não está boa, preciso praticar o perdão, ou a humildade, ou a caridade, sei lá, algo pra meu crescimento e restabelecer o que posso.

Vim de uma série de relacionamentos fracassados também e percebi que do meu jeito não estava funcionando mais. Decidi deixar nas mãos Dele e confiar que Sua escolha era o melhor pra mim. Apenas tenho que preparar o terreno, deixa-lo fértil o bastante para com a semeadura possa dar boas flores e frutos.

Da minha experiência com relacionamentos aprendi isso, que não posso me sentir superior e que posso sempre mudar pra melhor. E tenho sido feliz...

Um ótimo fim de semana

Com carinho

Lamartine

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Prisioneiros de suas proprias mentes

Olá lamartine,

Vamos a reflexão da semana da Marlene:

"Os seres humanos não são prisioneiros do destino, mas apenas prisioneiros de suas próprias mentes."

Bem colocado tema para a reflexão.

Não somos prisioneiros do destino, visto que o traçamos todos os dias, procurando executar o que temos em nossas mentes e temos o livre arbítrio para decidir qual o caminho a seguir e modificar o que nos parece uma pré disposição a seguir (destino), que é imposto pelo meio em que vivemos e pelas pessoas com quem interagimos.

A única fatalidade em nossas vidas é a morte, essa não podemos optar quanto ao seu término, mas que, já que não sabemos quando chegará o fim da nossa existência, que busquemos ocupação(trabalho digno), procuremos cuidar da nossa mente (alimentando-a com vibrações positivas) e do nosso corpo(não o condenando a viciação: álcool, fumo, drogas, gula, sexo desvairado, etc) para assim contribuirmos com uma existência mais duradoura e saudável.

Grande abraço,

Colega X

Cara Colega X,

Que bom que você continua a me provocar, positivamente...

Não gostar de ser inconveniente é o que almeja a esmagadora maioria das pessoas que conheço, porém, acredito que um numero significante (não me peça pra quantificar) se acha nesta situação incomoda: em quem colocar a responsabilidade sobre a vida? Coloco em Deus por causa do destino, ou coloco em mim mesmo que por consequencia estarei colocando em Deus, já que me criou? Ou na vizinha, ou na tia, na mãe, no pai, no marido ou na esposa, no Lula, etc?

Deixando a metafísica de lado, existe um outro ponto que é o seguinte: Emoção e motivação. O sujeito motivado dedica emoção, paixão ao que faz e naturalmente os frutos obtidos tendem a ser contabilizados para si como autor das proezas (causas internas). Já a falta de motivação poderá mais facilmente conduzir ao fracasso. Mas o ser humano não gosta de se sentir um fracassado, exceto se manter a aparência possa auferir vantagens, então atribui tal situação ao destino ou causas externas.

Podemos constatar isso com nossos próprios alunos, entrevistando-os sem alerta-los, após o recebimentos das avaliações. Quem se dá bem regularmente nas provas, atribui a si próprio e suas qualidades as razões do sucesso. Já aqueles que não conseguem chegar lá, os motivos mais freqüentes são externos: "o gato morreu", "minha tia tá doente", "a professora não gosta de mim", ou então "ela me persegue", etc.

Ter a real medida de mim mesmo, nem tão grande quanto gostaria (prepotente) nem tão pequeno quanto seus medos (tímido, vacilante, baixa auto-estima...), ou seja me conhecer, é de fundamental importância e para isso preciso ser honesto consigo mesmo. E isso doi, as vezes muito, mas me afasta da infância emocional em direção a maturidade. Isso não respeita muito a cronologia humana.

Então, quando isso (Os seres humanos não são prisioneiros do destino, mas apenas prisioneiros de suas próprias mentes) se aplica a mim mesmo, como percebo? Quando começo a dar muitas justificativas para minhas falhas, ao invés de estar fazendo algo para resolve-las. É fácil? Não, e as vezes peço ajuda. Crescer dói e implica em assumir responsabilidades.

No meu orkut tem um negocio escrito que é assim: "Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que ‘normalidade’ é uma ilusão imbecil e estéril." (Oscar Wilde).

Pode ser que alguém esteja sendo severo demais consigo mesmo, sabe como? Quando se refere a um elogio como sendo “demasiado” ou quando se policia em excesso a “não encher o saco” ou “não ser inconveniente”. Talvez não tenha percebido o quanto pode contribuir. Que as coisas que faz ou diz podem ser boas e enriquecer a “alma” outras pessoas.

O saudoso Friedrich Nietzsche diz: "A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez. Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade. Viver quer dizer ser cruel e implacável contra tudo o que em nós se torna fraco e velho. O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo".

Então, renove-se sempre.

Um abraço,

Lamartine

P.S. Vou pensar um pouco mais sobre gula, sexo, trabalho, morte enquanto descanso preguiçosamente ...

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